quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

leucemias e linfomas


Leucemias e Linfomas
 
LEUCEMIAS
A leucemia representa um grupo de neoplasias malignas derivadas das células hematopoiéticas.
Esta doença inicia sempre na medula-óssea, local onde as células sangüíneas são produzidas, e
posteriormente invadem o sangue periférico, podendo atingir vários órgãos do paciente afetado.
A leucemia é a doença maligna mais comum na infância, correspondendo aproximadamente a
30% dos casos de câncer em crianças. No Brasil são registrados cerca de 7400 casos de leucemia por ano
com um total de 5500 mortes, representando o 8o tipo de câncer mais freqüente na população brasileira
(INCA, 2002).

De acordo com a célula de origem, as leucemias podem ser classificadas em mielóide ou
linfocítica. Lembrando que as células mielóides irão dar origem aos eritrócitos (hemácias), monócitos,
neutrófilos, eosinófilos, basófilos e plaquetas, e as células linfóides aos linfócitos (figura 1).
Figura 1. Diferenciação das células hematopoiéticas.
Com a proliferação das células neoplásicas no interior da medula óssea há um suprimento na
produção das células hematopoiéticas normais. Devido à redução no número de hemácias e,
subseqüentemente, da capacidade de transporte de oxigênio do sangue, os pacientes com leucemia
irão apresentar anemia e fadiga. Os pacientes leucêmicos também apresentam problemas de
sangramento devida à falta de plaquetas (trombocitopenia). A febre também é uma característica
clínica comum e está associada á infecção devido à depleção de neutrófilos.
 
De acordo com o comportamento clínico da doença as leucemias podem ser classificadas em
aguda e crônica.
 
Desta forma temos quatro tipos principais de leucemias:
- Leucemia Linfocítica Aguda (LLA)
- Leucemia Mielocítica Aguda (LMA)
- Leucemia Linfocítica Crônica (LLC)
- Leucemia Mielocítica Crônica (LMC)
 
Leucemia Linfocítica Aguda (LLA)
 
A LLA representa cerca de 85% dos casos de leucemias em crianças, numa incidência de
1:25.000 indivíduos entre 0 a 14 anos. A faixa etária de maior freqüência está entre 2 e 5 anos.
A etiologia da LLA é discutida, embora sejam enfatizados como possíveis causas: efeitos da
irradiação, exposição a drogas, fatores genéticos, fatores imunológicos e vírus.
Célula tronco hematopoiética
Célula linfóide
Célula mielóide
eritrócito plaquetas neutrófilo eosinófilo basófilo linfócito

As principais características clínicas dos pacientes com LLA são febre, anemia, fadiga, anorexia
e sangramento. Além disso, a dor óssea devido ao comprometimento da medula óssea também é muito
freqüente, e crianças pequenas podem mancar ou recusar-se a andar.
Os pacientes com leucemia apresentam um maior número de células imaturas no sangue,
podendo ser identificadas no hemograma e o diagnóstico final é feito através de punção aspirativa da
medula óssea. O tratamento preconizado para a LLA é a quimioterapia e em alguns casos o transplante
de medula óssea, visando substituir a medula “doente” por uma sadia.
No Brasil, as crianças e jovens com LLA curam-se em 70% a 80% dos casos.
 
Leucemia Mielocítica Aguda (LMA)
 
A LMA afeta tanto adultos quanto crianças e representa cerca de 20% das leucemias da
infância. As características clínicas são semelhantes às da LLA, onde os pacientes apresentam febre,
anemia, fadiga. Os problemas com sangramentos são mais freqüentes nos pacientes com LMA do que
com LLA.
O diagnóstico da LMA também é feito a partir do aspirado de medula óssea e o seu tratamento
é mais complicado que da LLA. Através da quimioterapia 60% dos pacientes apresentam remissão
completa da doença, no entanto, apenas 15 a 30% permanecem livres da doença por 5 anos. Devido a
isso, o transplante de medula óssea é uma boa alternativa no tratamento da LMA.
 
Leucemia Linfocítica Crônica (LLC)
 
Este tipo de leucemia atinge quase que exclusivamente pacientes adultos, sendo considerada o
tipo mais comum nesta faixa etária nos países Ocidentais. A média de idade dos pacientes acometidos
é de 60 anos com uma discreta predominância no gênero masculino.
Freqüentemente este tipo de leucemia é assintomático, sendo detectada em exames de sangue
de rotina. Em alguns casos os pacientes podem apresentar anorexia, perda de peso, linfadenopatia,
hepatomegalia e esplenomegalia.
A sobrevida média dos pacientes com LLC é de 4 a 6 anos. Em cerca de 30% dos pacientes
com LLC ocorre uma transformação da leucemia em outras neoplasias linfóides mais agressivas,
nestes casos a maioria dos pacientes sobrevivem menos de 1 ano.
 
Leucemia Mielocítica Crônica (LMC)
 
A LMC distingui-se de outras leucemias por apresentar uma anormalidade molecular singular,
uma translocação entre um gene do cromossomo 9 e outro no cromossomo 22.
Este tipo de leucemia também atinge com maior freqüência pacientes adultos, com pico entre a
3a e 4a décadas de vida. Os sintomas iniciais da doença são perda de peso, fadiga, anorexia. A
esplenomegalia é uma característica clínica bastante comum em pacientes com LMC.
A evolução da LMC é de progressão lenta, no entanto, depois de um período variável, em média
de 3 anos, cerca de 50% dos pacientes entram numa fase de crise, difícil de ser tratada, que termina num
quadro que se assemelha à leucemia aguda.
O tratamento para a LMC é feito através de quimioterapia e transplante de medula óssea,
principalmente nos casos que entraram na fase de crise.
 
Manifestações Bucais das Leucemias
 
As principais manifestações bucais das leucemias estão relacionadas à falta de plaquetas
(trombocitopenia), e consistem em sangramento gengival espontâneo e a presença de petéquias (pontos
hemorrágicos), principalmente no palato.
Os pacientes leucêmicos ainda podem apresentar mucosa pálida devido à anemia e infecções
oportunistas (candidose, herpes) devido à depressão do sistema imunológico.
Uma ótima higiene oral deve ser encorajada, e investigação minuciosa de qualquer reclamação
deve ser feita logo que possível em pacientes com leucemia, para prevenir complicações infecciosas
orais graves.

 
LINFOMAS
O linfoma representa um grupo de neoplasias malignas com origem de células linfóides, e que
se diferem da leucemia linfocítica por se apresentarem na forma de massas tumorais sólidas e se
originarem de tecidos linfóides como os linfonodos. Lembrando que as leucemias iniciam-se na
medula óssea e atingem o sangue periférico, não formando massas tumorais.
Os linfomas podem ser divididos em dois grupos principais:
- Linfoma Não-Hodgkin (LNH)
- Linfoma de Hodgkin ou doença de Hodgkin (DH)
 
Linfoma Não-Hodgkin (LNH)
 
Os LNH correspondem à cerca de 80% dos casos de linfoma. Podem ter origem de células B
ou T, sendo que cerca de 85% dos casos são de células B. Existem várias classificações para os LNH
e hoje em dia a mais aceita é a da REAL (Revised European-American Classification of Lymphoid
Neoplasms), que leva em consideração o tipo celular, as manifestações clínicas, a morfologia, a
imunofenotipagem e o genótipo. Segundo a classificação da REAL existem cerca de 17 tipos de
LNH.
Nos Estados Unidos ocorrem cerca 35.600 casos de LNH por ano. A incidência deste tumor
vem aumentando no mundo inteiro nas últimas décadas, atingindo mais homens do que mulheres,
numa relação de 1,5:1. Pacientes imunodeprimidos como os aidéticos apresentam uma probabilidade
maior de desenvolver LNH.
Os LNH têm um padrão de crescimento difuso ou multicêntrico e tendem a se disseminar nos
estágios iniciais da doença. Quando o linfoma se dissemina para o sangue periférico torna-se uma
leucemia. Os LNH também podem ter origem em tecidos extra-nodais, ou seja, tecidos não-linfóides
como o trato gastro-intestinal, a pele e a mucosa oral.
A etiologia dos LNH é discutida. Alguns casos podem estar associados a vírus como o EBV
(Epstein-Barr).
 
Características Clínicas
 
Os LNH ocorrem principalmente em adultos, embora as crianças também possam ser afetadas
e geralmente em casos mais agressivos. As primeiras manifestações clínicas da doença apresentam-se
como aumento de volume lento e indolor de linfonodos. Conforme a malignidade progride, os
linfonodos vão se tornando mais numerosos e fixos, gradualmente outros grupos de linfonodos são
atingidos e ocorre invasão local de tecidos adjacentes. Outros sintomas menos freqüentes são: perda
de peso, febre e sudorese noturna.
Na cavidade oral o linfoma ocorre como sendo do tipo extra-nodal e apresenta-se como
tumefações firmes e difusas, de coloração eritematosa ou arroxeada e geralmente coma superfície
ulcerada. Acomete principalmente a região de fundo de sulco, gengiva e palato.
O linfoma de Burkitt é um tipo de LNH de células B que acomete principalmente os ossos
gnáticos. Existem 3 tipos de linfoma de Burkitt: o tipo africano, o tipo americano e o associado à
pacientes com AIDS. O tipo africano é endêmico na África Central, atinge crianças em torno dos 7 anos
de idade e acomete principalmente os ossos da mandíbula e maxila. Radiograficamente aparecem como
destruições radiolúcidas do osso com margens irregulares e maldefinidas. O tipo americano também
atinge as crianças, no entanto acomete mais freqüentemente a região abdominal. O linfoma de Burkitt
tem sido associado ao vírus Epstein-Barr (EBV).
 
Características Histopatológicas
 
Para se chegar ao diagnóstico de linfoma é necessário a biópsia do tumor para análise
histopatológica, e para classificar o tipo de linfoma realizam-se reações de imunohistoquímica. Os
LNH caracterizam-se histologicamente por uma proliferação de células linfocíticas podendo mostrar
variados graus de diferenciação. As células linfocíticas apresentam características de malignidade
como hipercromatismo nuclear, nucléolos evidentes, pleomorfismo nuclear e mitoses atípicas. O
linfoma de Burkitt apresenta células claras (macrófagos) entre as células linfocíticas dando um
padrão chamado de “céu estrelado”.
 
Tratamento e Prognóstico
 
O tratamento de um paciente com LNH consiste em quimioterapia e/ou radioterapia. Os
linfomas de alto grau respondem melhor ao tratamento, mesmo assim é observada uma taxa de
mortalidade de 60% cinco anos após o diagnóstico e tratamento. Os casos de baixo grau são muitas
vezes difíceis de tratar, pois não respondem bem à quimioterpia e radioterapia, no entanto, como
apresentam um curso clínico lento, muitas vezes o paciente morre com o linfoma e não do linfoma. O
linfoma de Burkitt é agressivo, mas responde adequadamente ao tratamento quimioterápico e a
maioria dos pacientes são curados.
 
Doença de Hodgkin (DH)
 
A doença ou linfoma de Hodgkin é aproximadamente 5 vezes menos comum que o LNH,
correspondendo a cerca de 0,7% de todos os casos de câncer nos EUA. Em contraste com os LNH, a
DH origina-se sempre num linfonodo, nunca num tecido extra-nodal, e dissemina-se de modo
característico para os linfonodos anatomicamente contíguos.
 
Características Clínicas
 
A doença de Hodgkin manifesta-se clinicamente por um aumento de volume indolor de
linfonodos superficiais. Cerca de 75% dos casos acometem as cadeias cervicais e supraclaviculares.
De uma forma geral, afeta mais os homens numa média de idade de 30 anos. Se não for tratado, a
doença se dissemina para os linfonodos contíguos, depois para outras cadeias linfáticas e
eventualmente pode envolver o baço e o fígado. Outros sinais e sintomas sistêmicos podem estar
presentes, como a perda de peso, febre, sudorese noturna e prurido generalizado.
 
Características Histopatológicas
 
O diagnóstico da DH também é feito a partir da análise histopatológica de um material
proveniente da biópsia do tumor. A DH apresenta células neoplásicas características, chamadas de
células de Reed-Sternberg. Estas células são muito grandes, geralmente binucleadas (aspecto de
“olho de coruja”) e com nucléolos evidentes. As células de Reed-Sternberg são as únicas neoplásicas
na DH, entretanto, somam apenas 1 a 3% das células do linfonodo afetado. As demais células
presentes são células inflamatórias.
 
De acordo com o tipo de células inflamatórias presentes e a arquitetura do tumor, a DH pode
ser dividida em 4 subtipos:
- esclerose nodular
- predominância linfocítica
- celularidade mista
- depleção linfocítica
 
Tratamento e Prognóstico
 
O tratamento do DH depende do estágio de envolvimento, e consiste em quimioterapia e/ou
radioterapia. O prognóstico dessa doença é relativamente bom, principalmente nos casos iniciais
onde os pacientes apresentam um índice de sobrevida de até 90% em 5 anos.

Tabela 1. Diferenças clínicas entre os linfomas de Hodgkin e Não-Hodgkin.
 
Doença de Hodgkin=
1.Geralmente localizada num único grupo de
linfonodos,

2.Disseminação por contiguidade e
3. Comprometimento extra-nodal incomum.

  
Linfoma Não-Hodgki=
1. Comprometimento de múltiplos linfonodos
2. Disseminação não-contígua
3. Comprometimento extra-nodal comum
 




segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Seminarios de Farmacologia II



SEMINÁRIO: FÁRMACOS MODIFICADORES DA FUNÇÃO CARDIOVASCULAR.

CASO CLÍNICO 1


AM é uma mulher de 35 anos que veio à sua consulta queixando-se de cefaleia e cansaço fácil de início há 7 dias. Ao exame físico a sua pressão arterial é 150/100 mmHg após a terceira medição. O médico decidiu prescrever hidroclorotazida.

a)      A que grupo farmacológico pertence a hidroclorotiazida?
R:DiuréticosTiazídicos.


b)      Em que outras situações clínicas estão indicados estes fármacos?
R:ICC, Diabetes insipido nefrogénico, nefrolitíase resultante de hipercalciúria idiopática.


c)      Descreva o mecanismo de acção da hidroclorotiazida.
R:Inibe a reabsorção de NaCl do lado luminal do túbulo contorcido distal ao bloquear um mecanismo de co-transporteeletricamente neutro de Na+ e Cl-.

Aumenta a reabsorção de Ca2+no túbulocontorcido distal,devido aoaumento da troca Na+/Ca2+ na membrana basolateral. (Actua em associação à PTH).

d)     Que efeitos adversos podem surgir com a administração da hidroclorotiazida.
R: - Alcalose Metabólica Hipocalemica e Hiperuricemica – há aumento do aporte de sal e água que chega ao tubulo colector que por sua vez leva a secreção de H+ e K+.
- Hiperglicemia - diminui a libertação de insulina.
- Hiperlipidemia – aumentam os níveis de colesterol e das LDL.
- Hiponatremia – devida a combinação de elevação do ADH induzida pelahipovolemia, redução da capacidade de diluição do rim e aumento da sede.
- Reaccoes alérgicas – são sulfonamidas. Causam fotossensibilidade, dermatite, anemia hemolítica, trombocitopenia e pancreatite necrosante aguda.

e)      Além do tratamento farmacológico que outras medidas aconselharia a esta doente?
Diminuir a ingestão de sal;
Praticar exercício físico;
Controle alimentar de gorduras;
Evitar álcool e tabaco.


CASO CLÍNICO 2


BD é uma doente de 52 anos, obesa, com diagnóstico de hipertensão arterial. Para além do aconselhamento dietético o cardiologista decidiu prescrever Enalapril em comprimidos de 10 mg em duas tomas diárias.

a)      A que grupo farmacológico pertence o Enalapril?
R: Inibidores da Enzima conversora da angiotensina (IECA’s)
b)      Em que outras situações clínicas estão indicados estes fármacos?
R: Insuficiênciacardíaca, Enfarte miocárdio (reduz a remodelagem miocardica pós-enfarte).

c)      Descreva o mecanismo de acção do Enalapril.
R: Inibe a Enzima conversora da angiotensina, que é responsável por converter a angiotensina I em angiotensina II. A angiotensina II tem actividade vasoconstritora (↑RVP), e actua também sobre o córtex renal causando libertação de aldosterona que aumenta a retenção de sódio e agua.

d)     Que efeitos adversos podem surgir com a administração de Enalapril.
- Hipotensão – em pacientes hipovolémicos
- Hipercalemia - mais comum em pacientes com Ins. Renal e diabetes
- Ins. Renal – pacientes com estenose da artéria renal bilateral
- Alteração do paladar
- Depressão medular e proteinúria (lesão mínima) – Muito raro


CASO CLÍNICO 3


DZ é um doente de 57 anos, com diagnóstico de hipertensão arterial e angina do peito. O médico decidiu prescrever propranolol em comprimidos de 40 mg para controlar a hipertensão arterial.

a)      A que grupo farmacológico pertence o propranolol?
R: Antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos não-selectivos.

b)      Em que outras situações clínicas estão indicados estes fármacos?
R: Como anti-arrítmico e paraprevenção do infarto do miocárdio.

c)      Descreva o mecanismo de acção do propranolol.
R: Ocupa os receptores β-adrenérgicos e reduz competitivamente a ocupação desses receptores pelas catecolaminas e por outros agonistas β, como consequência haverá redução de DC, RVP e bradicardia.
- Inibe também a estimulação da produção de renina pelas catecolaminas (mediada pelosreceptores β), deprimindo o sistema renina-angiotensina-aldosterona.

d)     Que efeitos adversos podem surgir com a administração de propranolol.
R: - Asma, redução da reserva miocardica e aumento da incidência de crises hipoglicémicas em pacientes com diabetes tipo 1.
- Síndrome de abstinência caracterizado por: nervosismo, taquicardia, aumento da intensidade da angina ou elevação da pressão arterial.
- Efeitos não claramente atribuíveis ao bloqueio β: diarreia, obstipação, náuseas e vómitos.
- Pode aumentar os níveis plasmáticos de triglicéridos e diminuir os níveis de HDL colesterol contribuindo para aterogénese.

e)      Além do tratamento farmacológico que outras medidas aconselharia a esta doente?


CASO CLÍNICO 4


AL é uma doente de 42 anos, com diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva digoxina em comprimidos de 0.25 mg em toma única diária.

a)      A que grupo farmacológico pertence a digoxina?
R: Cardiotónicos do grupo dos glicosídeos cardíacos (digitálicos).

b)      Descreva o mecanismo de acção da digoxina.
R: Tem 2 mecanismos.
- Efeito na acção mecânica
Bloqueiam a bomba de Na+/K+ATPase, aumentando a concentração intracelular de Na+.
Diminuição da troca de Na+ extracelular com Ca2+ intracelular, como resultado do aumento de Na+ intracelular.
O resultado final consiste em aumento da contractilidade cardíaca.

- Efeito na acção eléctrica – tem acções directas e indirectas (autónoma).
      -Acção directa – diminui da duração do potencial de acção devido ao aumento da condutância de K+, produzida pelo aumento do Ca+ intracelular. O encurtamento do potencial de acção contribui para a redução do período refractário atrial e ventricular.

      -Acção indirecta – actuam sobre o SNA, estimulando o parassimpático levando a diminuição do período refractário da fibra muscular auricular.
      Aumentam o período refractário no nodulo AV com consequente diminuição da frequência de contracção ventricular e bradicardia.



c)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração de digoxina.
R:
-No SNC: alucinações, vómitos, alterações visuais (escotomas, alteração na percepção de cores, ambliopia e cegueira).
      -No TGI: anorexia, náuseas, vómitos e diarreia por estimulação vagal e do centro de vómito.
      -No rim: efeito diurético por melhorar a perfusão renal.
      -No sistema endócrino: ginecomastia e alteração do epitélio vaginal.
      -No S. Cardiovascular: qualquer tipo de arritmia, depressão da condução, bloqueio AV, bradicardiasinusal. (Na intoxicação digitálica).

d)     Explique porque razão as doses de digoxina devem ser cautelosamente calculadas.
R: Porque tem margemterapêuticaestreita. Tem efeito tóxico

SEMINÁRIO: ANTIBIÓTICOS E ANTI-PARASITÁRIOS

CASO CLÍNICO 1

Um homem de 40 anos foi observado no Serviço de Urgência referindo início da doença há 5 dias com febre, cefaleia e artralgias. O teste rápido de diagnóstico de malária foi positivo para P.Falciparum.O médico decide prescrever Arteméter + lumefantrina para fazer durante 3 dias.

a)      A que grupo farmacológico pertence o fármaco prescrito?
- Arteméter – derivado de artemisina(alcalóide extraído das folhas da erva Artemisina annua L).
- Lumefantrina–grupo dos arilaminoálcoois.

b)      Descreva o mecanismo de acção do fármaco prescrito.
-Arteméter – acção esquizonticidasanguíneo (elimina as formas eritrociticas) e acção gametocida (elimina os gametócitos no sangue evitando a infecção no mosquito).
-Lumefantrina – Inibem a síntese de proteínas e do ácido nucleico dentro do parasita.


c)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração destes fármacos?
-Fadiga, tonturas, distúrbios do sono, cefaleia;
-Palpitações;
-Artralgias, mialgias;
-Anorexia, náuseas, vómitos, dor abdominal;
-Erupção cutânea.


d)     Quais as vantagens desta combinação a dose fixa?


e)      Que precauções devem ser tomadas durante a administração deste fármaco?
Não administrar nos seguintes casos:
- Primeiro trimestre de gravidez e durante a lactação;
- Hipersensibilidade conhecida as componentes da combinação;
- Malaria grave;
- Crianças com menos de 10 Kg



CASO CLÍNICO 2

JC é uma criança de 2 anos que veio ao Serviço de Urgência acompanhada pela mãe que refere início há 3 dias com febre e vómitos persistentes. A temperatura corporal é 39ºC sem outras anormalidades no exame físico. O teste de pesquisa de Plasmodium revelou PF++. O médico decidiu interna-la e iniciar Quinino intravenoso 10 mg/kg de peso diluído em dextrose a 5% a cada 8 horas.

a)      A que grupo farmacológico pertence o fármaco prescrito?
R: Arilaminoálcoois

b)      Descreva o mecanismo de acção do Quinino.
R: Acçãoesquizonticida em infecções por P. falciparum resistentes a cloroquina e asulfadoxina-pirimetamina.
Actividade gametocida para P. vivaxe P. Malariae.

c)      Explique porque razão o médico decidiu por uma terapia intravenosa?

d)     Explique porque razão o médico diluiu o Quinino em dextrose a 5% em vez de cloreto de sódio a 0,9%?


e)      Que precauções devem ser tomadas durante a administração deste fármaco?
Não administrar nestes casos:
- Hipersensibilidade conhecida ao quinino;
- Arritmias cardíacas;
- Miastenia gravis (risco de apneia).

f)       Que efeitos adversos podem surgir com a administração deste fármaco?

- Chinchonismo: cefaleias, zumbidos, náusea, vómitos, dor abdominal, distúrbios visuais, incluindo visão turva. Nos casos mais graves cegueira transitória e confusão mental.
- Hipoglicémia – em doentes graves e malnutridos
- Raramente reacções de hipersensibilidade: incluindo rash, prurido, angioedema, trombocitopenia ou febre hemoglobinúrica.

CASO CLÍNICO 3

AF é um homem de 47 anos, que se apresenta com uma história de febre, artralgias e cefaleia há 5 dias. Refere que teve 3 vezes malária no último ano. Um teste de pesquisa de Plasmódio revelou uma infecção mista por P. Falciparum e P. Vivax. O médico prescreveu artesunato e primaquina.

a)      A que grupos farmacológicos pertencem os fármacos prescritos?
Artesunato – derivado de artemisina.
Primaquina – faz parte das 8-Aminoquinolina.

b)      Descreva o mecanismo de acção destes fármacos.
- Artesunato - Tem uma ligação peroxido que se quebra no interior do parasita, formando oxigénio erradicais livres com acção citotóxica sobre as células. Tem acçãoesquizonticidasanguíneo (elimina as formas eritrociticas) e acçãogametocida (elimina os gametócitos no sangue evitando a infecção no mosquito).

- Primaquina – é metabolizada em compostos que actuam como oxidantes e interferem com a função mitocondrial do Plasmodio. Tem acção esquinzoticida tecidual e gametocida

c)      Explique porque razão o médico decidiu prescrever artesunato associada a primaquina?


d)     Que precauções devem ser tomadas durante a administração destes fármacos?
- Não administrar artesunato nos casos seguintes:
Gravidez;
Menores de 1 anos com menos de 10 Kg;
Hipersensibilidade conhecida aos derivados da artemisina.


e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração destes fármacos?

CASO CLÍNICO 4

AL é uma mulher de 28 anos com amenorreia há 2 meses. Não apresenta nenhuma queixa e o exame físico é normal. Veio ao médico mostrar os resultados das análises pedidas na consulta pré-natal. As análises confirmam a gravidez e revelam bacteriúria. O médico prescreveu Nitrofurantoína e instruiu a doente a aumentar a ingestão de líquidos.

a)      A que grupo farmacológico pertence o fármaco prescrito?


b)      Descreva o mecanismo de acção deste fármaco.


c)      Explique porque razão o médico decidiu prescrever Nitrofurantoína em vez de uma fluoroquinolona.

d)     Que precauções devem ser tomadas durante a administração de fármacos na gravidez?


e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração deste fármaco?


CASO CLÍNICO 5

AD é uma mulher de 32 anos com história de febre e disúria de início há 3 dias. Ao exame físico apresenta temperatura corporal de 38,5ºC sem outras alterações. A doente refere que este é o 4º episódio com a mesma sintomatologia, em 1 ano. A doente toma regularmente contraceptivos orais. O exame da urina revelou bacteriúria e nitritos. O médico prescreveu Ciprofloxacina 500 mg de 12 em 12 horas durante 7 dias, aconselhou-a a aumentar a ingestão de líquidos e a fazer profilaxia da infecção.

a)      A que grupo farmacológico pertence o fármaco prescrito?
R: Fluoroquinolonas de segunda geração.


b)      Descreva o mecanismo de acção deste fármaco.
R: Bloqueiam síntese do DNA bacteriano, através da inibição de 2 enzimas:
- Topoisomerase II (DNA- girase) – nas bactérias Gram (-), impedindo o relaxamento do DNAsuperespiralado positivo necessário para transcrição e replicação normais;

- Topoisomerase IV – nas bactérias Gram (+) – interferindo na separação do DNA cromossómico replicado nas células-filhas durante a divisão celular.

c)      Em que outras situações clínicas está indicada a utilização de Ciprofloxacina?
- Infecção por Pseudomonas aeruginosa;
- Cocos e bacillusGram (-).
- Infecções urinárias complicadas e não complicadas
- Prostatites
- Uretrite e cervicite gonocócica
- Infecções Gastrointestinais
- Osteomielite
- Infecções de pele e tecidos moles
- Infecções respiratórias

d)     Explique porque razão o médico aconselhou a senhora a ingerir muitos líquidos e a fazer profilaxia da infecção.


e)      Em que situações está contra-indicada a utilização deste fármaco?
- Gravidez;
- Aleitamento
- Ajustar a dose na Insuficiência Renal e Hepática graves.

f)       Que efeitos adversos podem surgir com a administração deste fármaco?
R:- Comuns: náuseas, vómitos, diarreia e dor abdominal;
- Hipersensibilidade: urticária, eosinofilia, erupções maculo-papulares e febre;
- Deposição em tecido cartilaginoso de animais em crescimento

CASO CLÍNICO 6

DJ é um homem de 57 anos com história de febre, vómitos e disúria de início há 5 dias. Ao exame o doente apresenta febre (39ºc) e dor no flanco direito. O exame de urina apresenta bactérias e nitritos. O médico diagnosticou uma pielonefrite e decidiu internar o doente e iniciou tratamento com gentamicina e ampicilina por via parentérica.

a)      A que grupos farmacológicos pertencem os fármacos prescritos?
Gentamicina – grupo dos aminoglicosidos (inibidores da síntese proteica)
Ampicilina – penicilina de 2ª geração ou de amplo espectro (aminopenicilinas)

b)      Descreva o mecanismo de acção destes fármacos.
Gentamicina – liga-se ao receptor do factor de iniciação da tradução IF3 localizado na subunidade 30S, impedindo a associação da subunidade 50S à 30S e a formação docomplexo de iniciação da tradução 70S. Resultando em não formação de proteínas. São bactericidas.

Ampicilina – liga-se as proteínas de ligação à penicilina impedindo a reacção de transpeptidase que remove a alanina terminal que forma uma ligação cruzada com peptídio adjacente, resultando em perda da rigidez da parede celular.


c)      Em que situações está contra-indicada a utilização destes fármacos?

Gentamicina
- Infecção por estreptococos, enterecocos e anaeróbios.
- Ins. Renal

Ampicilina
- Bactérias produtoras de β-lactamases
- infecções urinarias, meningite e febre tifoide

d)     Que efeitos adversos podem surgir com a administração destes fármacos?
Gentamicina – Nefrotoxicidade leve e reversível. Ototoxicidade (níveis elevados)

Ampicilina–pouco tóxica, podendo causar hipersensibilidade e raramente choque anafiláctico, urticária, febre, edema articular, edema angioneurótico e prurido intenso).



CASO CLÍNICO 7


EV é uma mulher de 25 anos que iniciou há 3 dias com febre, disúria e polaquiúria. O exame físico revela temperatura corporal de 38,5º C e restante exame foi normal. A análise de urina revelou bacteriúria e nitritos. O médico diagnosticou uma infecção urinária decidiu prescrever cotrimoxazol, 2 comprimidos de 12 em 12 horas durante 7 dias.

a)      O que é o cotrimoxazol?
Associação de sulfametoxazol-trimetoprim


b)      Descreva o mecanismo de acção do Cotrimoxazol.
Sulfametoxazol - compete com o ácido para-aminobenzóico  (PABA)pela enzima Diidropteroatosintetase inibindo a síntese de ácido diidrofólico (necessário à síntese de ácido fólico).

Trimetoprim–liga-se à diidrofolatoredutase impedindo a formação de acidotetraidrofolico (necessária à síntese de acido fólico).


c)      Em que outras situações está indicada a utilização de Cotrimoxazol?
- Pneumonia por P. carinii, shiguelose, infecções sistémicas por Salmonella,;
- Infecções complicadas do trato urinário, prostatite;
- Infecções respiratórias por Haemophilus, Moraxellacatarrhalis e Klebsiellapneumoniae
- Brucelose
- Nocardiose;
- Paracoccidioidomicose;
- Melioidose (Pseudomonas pseudomallei);
- Pseudomonas cepacia;
- Stenotrophomonasmaltophilia;
- Doença de Whipple;
- Meningites por microorganismos susceptíveis;
- Meningites por Listeriamonocytogenes;

d)     Que conselhos se deve dar a esta senhora?


e)      Em que situações está contra-indicada a utilização de cotrimoxazol.
Devido à imaturidade dos sistemas enzimáticos hepáticos do recém-nascido está contra-indicado:
- No prematuro,
- No recém-nascido,
- No último trimestre de gravidez,
- Durante o aleitamento.

Na insuficiência renal porque é excretado por via renal.
Na insuficiência hepática (metabolismo hepático).

f)       Que efeitos adversos podem surgir com a administração de cotrimoxazol?
- Tracto gastrointestinal:náuseas, vómitos, diarreias, colite pseudo-membranosa;

- Fígado:necrose hepática, icterícia, colestase prolongada, pancreatite aguda;

- Reacções de hipersensibilidade:rash cutâneo, febre, doença do soro, nefrite necrotizante, anafilaxia, eritema nodoso, eritema multiforme, vasculite;

- Sistema hematopoiético: anemia hemolítica aguda, anemia aplástica, anemia megaloblástica, agranulocitose, trombocitopenia, leucopenia;

- Sistema renal: disfunção renal (em pacientes com lesão prévia), acidose tubular renal;

g)      Que precauções devem ser tomadas durante a administração de Cotrimoxazol?
Verificar que o doente não esta tomar um destes medicamentos:
- Indometacina, fenilbutazona, salicilatos, probenecida, sulfinpirazona pois aumentam os níveis séricos do cotrimoxazol;
- Rifampicina (os níveis séricos aumentam).

CASO CLINICO 8

AB é uma criança de 5 anos com história de febre e dor na garganta. Ao exame físico apresenta hipertrofia das amígdalas com placas brancas. O médico diagnosticou faringoamigdalite e decidiu prescrever Amoxicilina em suspensão oral 250 mg /5 ml, 1 colher de chá (5 ml) de 8 em 8 horas durante 7 dias.

a)      A que grupo farmacológico pertence a Amoxicilina?
Grupo das penicilinas

b)      Descreva o mecanismo de acção da Amoxicilina.
Amoxicilinaliga-se as proteínas de ligação à penicilina impedindo a reacção de transpeptidase que remove a alanina terminal que forma uma ligação cruzada com peptídio adjacente, resultando em perda da rigidez da parede celular.

c)      Em que situações está contra-indicada a utilização de Amoxicilina.
- Bactérias produtoras de β-lactamases
- Infecçõesurinárias, meningite e febre tifóide

d)     Que efeitos adversos podem surgir com a administração de Amoxicilina?
Pouco tóxica, podendo causar hipersensibilidade e raramente choque anafiláctico, urticária, febre, edema articular, edema angioneurótico e prurido intenso).


CASO CLINICO 9

AM é uma doente de 26 anos com história de dor abdominal e diarreia. Após o pedido de exame a fresco das fezes, o médico diagnosticou amebiase intestinal e decidiu prescrever metronidazol em comprimidos de 250 mg, 1 comp. de 8 em 8 horas durante 7 dias.

a)      A que grupo farmacológico pertence o metronidazol?
R: Anti parasitário do grupo dos anti-protozoários

b)      Descreva o mecanismo de acção do metronidazol.
Produz compostos citotóxicos reduzidos que se ligam a proteínas e ao DNA do parasita resultando na morte da célula.

c)      Em que situações está contra-indicada a utilização de metronidazol.
- Hipersensibilidade a compostos nitroimidazólicos;
- Epilepsia;
- Polineuropatias;
- Primeiro trimestre da gravidez.

d)     Que efeitos adversos podem surgir com a administração de metronidazol?
- Sabor metálico desagradável, náusea, vómitos, dor epigástrica.
- Disúria e cor escura da urina;
- Tonturas, polineuropatia grave e persistente (raro);
- Ingestão simultânea de bebidas alcoólicas pode dar síndrome Dissulfiram-like

e)      Que precauções devem ser tomadas durante a administração de metronidazol?
-

CASO CLINICO 10

AM é uma doente de 26 anos com história de febre, dor abdominal, vómitos e diarreia iniciada 1 semana antes. Depois de vários exames negativos, o médico pediu o teste de Widal que foi positivo, confirmando a suspeita do médico de febre tifóide. O médico internou a doente e iniciou tratamento parenteral com cloranfenicol.

a)      A que grupo farmacológico pertence o cloranfenicol?
Antibióticos inibidores da síntese de proteínas.

b)      Descreva o mecanismo de acção do cloranfenicol.
- Liga-se à subunidade 50S ribossomal, inibindo a etapa em que a peptidil transferase actua na síntese de proteínas.


c)      Em que outras situações está indicada a utilização de cloranfenicol?
- Germes atípicos: Riquétsias, Clamídias, Micoplasmas;
- Típicos: Streptocuccuspneumoniae, Streptococcuspyogenes, Streptocuccussp, S. aureus, H.influenzae, N. meningitidis, N. gonorrhoeae, Salmonellasp, Shigellasp, Vibriocholerae, Brucellasp, Bordetellapertussis, Espiroquetas, Anaeróbios gram (+) e gram (-), VRE (Enterococo resistente a vancomicina)

d)     Em que situações está contra-indicada a utilização de cloranfenicol?
- Insuficiência hepática

e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração de cloranfenicol?
- Depressão medular reversível dose - dependente, especialmente nos tratamentos prolongados com doses diárias superiores a 4g/dia, ou nos pacientes com insuficiência hepática avançada.
- Anemia - aplástica idiossincrásica, podendo ocorrer até meses após o término do tratamento;
- Neurite óptica;
- Síndrome do bebé cinzento – vómitos, flacidez, hipotermia, pigmentação cinzenta, choque e colapso;
- SNC (neurite periférica, depressão, oftalmoplegia, confusão mental);
- Reacções de hipersensibilidade;
- Reacções gastro-instestinais (náuseas, vómitos, diarreia, glossite, estomatite).
- Indução de sangramento em terapias prolongadas (trombocitopenia, redução da síntese de vitamina K intestinal por alterações da flora);
- Indução de ataques de porfiria.

f)       Que precauções devem ser tomadas durante a administração de cloranfenicol?
- Não há necessidade de ajustes posológicos na insuficiência renal (metabólitos acumulados são pouco tóxicos);
- Reduzido clearance por hemodiálise ou diálise peritoneal;
- Reduzir dose e tempo de tratamento na insuficiência hepática avançada.


CASO CLINICO 11

AM é uma doente de 16 anos com história de febre e dor a deglutição iniciada 2 dias antes. Ao exame o médico encontrou hipertrofia das amígdalas e placas brancas na orofaringe tendo diagnosticada uma faringoamigdalite. A doente é alérgica a penicilina e o médico prescreveu Azitromicina na dose de 1 comprimido (500 mg) diário durante 6 dias.

a)      A que grupo farmacológico pertence a azitromicina?
Faz parte dos macrolídos (inibem síntese proteica).

b)      Que outros fármacos pertencem ao mesmo grupo que a azitromicina?
Eritromicina,
Oliandomicina,
Espiramicina,
Triacetiloleandomicina,
Roxitromicina,
Claritromicina,
Diritromicina

c)      Descreva o mecanismo de acção da azitromicina.
Liga-se a subunidade 50S bloqueando as reacções de translocação de aminoacil e a formação de complexos de iniciação.

d)     Em que outras situações está indicada a utilização de azitromicina?
Infecções primárias causadas por:
– Mycoplasmas;
– Legionella;
– Chlamydia;
– Campylobacter;
– outros microrganismos Gram (+) em pacientes alérgicos à penicilina.

e)      Em que situações está contra-indicada a utilização de azitromicina.


f)       Que efeitos adversos podem surgir com a administração de azitromicina?



CASO CLINICO 12

AM é uma doente de 16 anos com história de febre, convulsões, cefaleia intensa e vómitos iniciada 3 dias antes. Ao exame o médico verificou que a doente estava um pouco confuso e apresentava rigidez da nuca. A punção lombar o LCR era purulento. O médico fez o diagnóstico de meningite e internou a doente para iniciar tratamento parenteral com Ceftriaxona associada a gentamicina.

a)      A que grupo farmacológico pertence a Ceftriaxona?
R: cefalosporina de 3ª geração.

b)      Que outros fármacos pertencem ao mesmo grupo que a Ceftriaxona?
R: Cefotaxima, cefoperazona, ceftazidima, ceftizoxima, cefixima, ceftibuteno.

c)      Descreva o mecanismo de acção da Ceftriaxona.
Mecanismo semelhante às penicilinas, excepto que são resistentes às β-lactamases bacterianas.

d)     Em que outras situações está indicada a utilização de Ceftriaxona?
- Infecção por Citrobacter, Serratiamarcescens, Providencia, Haemophilus e Neisseria.
- Meningite causada por pneumococos, meningococos e H. influenzae

e)      Em que situações está contra-indicada a utilização de Ceftriaxona
- Infecção por Enterobacter;
- Meningite por P. aeruginosa.

f)       Que efeitos adversos podem surgir com a administração de Ceftriaxona?
- Hipersensibilidade : anafilaxia, febre, erupções cutâneas, nefrite, granulocitopenia e anemia hemolítica.



CASO CLINICO 13

AM é uma criança de 4 anos com história de dor abdominal e diarreia. O exame de fezes a fresco pedido pelo médico revelou ovos de Ascarislumbricóides. O médico concluiu tratar-se de ascaridíase a além dos sais de rehidratação oral para evitar a desidratação prescreveu albendazol 400 mg em toma única.

a)      A que grupo farmacológico pertence o albendazol?
R: Anti-parasitários do grupo dos anti-helmínticos.


b)      Que outros fármacos pertencem ao mesmo grupo que o albendazol?
R: Mebendazol, tiabendazol, piperazina, dietilcarbamazina, ivermectina

c)      Descreva o mecanismo de acção do albendazol.
R: Interfere com a captação de glicose levando a diminuição da formação de ATP.

d)     Em que outras situações está indicada a utilização de albendazol?
R: Tricocefalíase (Trichuristrichiura), oxiuríase, ancilostomíase, estrongiloidíase.

e)      Em que situações está contra-indicada a utilização de albendazol?
- Gravidez, cirrose hepática, úlceras gastrointestinais.

f)       Que efeitos adversos podem surgir com a administração de albendazol?
R: Pouco comuns: desconforto epigástrico leve e transitório, diarreia, náusea, tontura, cansaço e insónia.


CASO CLINICO 14

JC é um menino de 12 anos com história de dor a micção e hematúria terminal. O exame de urina pedido pelo médico revelou ovos de Shistosomahaematobium. O médico concluiu tratar-se de shistosomiase e prescreveu praziquantel, 2 comprimidos de 600 mg em toma única.

a)      A que grupo farmacológico pertence o praziquantel?
R: Anti- helmíntico

b)      Que outros fármacos pertencem ao mesmo grupo que o praziquantel?
R: Metrifonato.

c)      Descreva o mecanismo de acção do praziquantel.
R: Aumenta permeabilidade da membrana do parasita ao cálcio resultando em vacuolização, intensa contracção, paralisia, desprendimento do verme e morte.

Na ténia bloqueia o metabolismo glicídico com vacuolização e desintegração dos fragmentos.


d)     Em que situações está contra-indicada a utilização de praziquantel?
R: Gravidez e lactação.

e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração de praziquantel?
R: náuseas, vómitos, cefaleia, tontura, sonolência, anorexia, prurido, urticária, artralgia e mialgia.

CASO CLINICO 15

AC é um menino de 12 anos com história de prurido no pé direito iniciado 1 semana antes. Depois do exame o médico concluiu tratar-se de larva migrans cutânea e prescreveu tiabendazol.

a)      A que grupo farmacológico pertence o tiabendazol?
R: Anti-helmínticos

b)      Que outros fármacos pertencem ao mesmo grupo que o tiabendazol?
R: Mebendazol, albendazol, piperazina, dietilcarbamazina, ivermectina

c)      Descreva o mecanismo de acção do tiabendazol.
R: Inibe o sistema fumarato redutase.

d)     Em que outras situações está indicada a utilização de tiabendazol?
R: Estrongiloidíase, oxiuríase, ascaridíase e ancilostomíase.

e)      Em que situações está contra-indicada a utilização de tiabendazol?
R:


f)       Que efeitos adversos podem surgir com a administração de tiabendazol?
R: - Anorexia, náuseas, vómitos, diarreia, dor abdominal e erupções perianais;
- Prurido, parestesias, sonolências, bradicardia e hiperglicémia.


CASO CLINICO 16

AC é um doente de 42 anos com história de doença prolongada. Os exames revelaram que ele tinha SIDA no estadio III da OMS. O médico que o controlava decidiu iniciar terapia com Nevirapina e Zidovudina.

a)      A que grupo farmacológico pertencem estes fármacos?
R: Anti-virais inibidores da transcriptase inversa.

b)      Como se classificam os fármacos pertencentes ao mesmo grupo farmacológico que os prescritos?
R:Inibidores da transcriptase inversa

c)      Que outros fármacos pertencem ao mesmo grupo que os prescritos?
R:- Nucleosidicos(INsTI, INtTI*) - Abacavir, Didanosine (ddI), Lamivudine (3TC), Zalcitabine, Stavudine (d4T), Tenofovir*, Zidovudine (AZT)

- Não-Nucleosídicos(INNTI) - Efavirenz (EFV), Nevirapine (NVR)

d)     Descreva o mecanismo de acção destes fármacos.
R: Zidovudina – actua por inibição competitiva da transcriptase inversa e também podem ser incorporados na cadeia de DNA viral em crescimento, causando a sua interrupção.

Nevirapina – liga-se ao sitio activo da enzima resultando em bloqueio das actividades da DNA polimerase RNA- e DNA-dependente.

e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração destes fármacos?
R: Nevirapina – febre, náuseas, cefaleia e sonolência.
      Síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica.
      Existem casos de hepatite fulminante.

Zidovudina–mielossupressão, resultando em anemia ou neutropenia. Pode ocorrer intolerância gastrointestinal, cefaleias e insónia.
Menos frequente: trombocitopenia, híperpigmentação das unhas e miopatia.


CASO CLINICO 17

MJ é uma doente de 32 anos a quem foi diagnosticado Herpes Zoster. O médico que a controlava decidiu iniciar terapia com Aciclovir.

a)      A que grupo farmacológico pertence este fármaco?
R: Anti-virais

b)      Que outros fármacos pertencem ao mesmo grupo que o aciclovir?
R: Fnciclovir, Ganciclovir, Cidofovir, Fosfanet, Fomivirsen, Trifluridina, Vidarabina.

c)      Descreva o mecanismo de acção deste fármaco.
R: Depoisde activado o trifosfato de aciclovir inibe a síntese de DNA viral através de dois mecanismos: inibição competitiva do desoxiGTP para a DNA polimerase viral, com ligação ao molde de DNA na forma de complexo irreversível, e interrupção da cadeia após incorporação no DNA viral.

d)     Que efeitos adversos podem surgir com a administração deste fármaco?
R: Nauseas, vómitos e diarreia.
A infusão intravenosa está associada a insuficiência renal ou toxicidade neurológica.


SEMINÁRIO: FÁRMACOS MODIFICADORES DO APARELHO DIGESTIVO


CASO CLÍNICO 1

A AM de 45 anos foi diagnosticada úlcera gástrica pelo médico gastroenterologista. Para além do aconselhamento dietético, o gastroenterologista decidiu prescrever Omeprazol em comprimidos de 20 mg.

a)      A que grupo farmacológico pertence este fármaco?
R: Inibidor da bomba de protões.

b)      Que outros fármacos podem ser utilizados para tratar a doença ulcerosa?
R:Ianzoprazol, rabeprazolpantoprazol.

c)      Como classifica os fármacos anti-ulcogénicos?
R: Anti ácidos, Anti secretores de ácido gástrico (Antagonistas dos receptores H2, Anti muscarínicos, inibidores da bomba de protões), Agentes protectores da mucosa.

d)     Descreva o mecanismo de acção do Omeprazol?
R: São pró-drogas que exigem activação e inibem irreversivelmente a bomba de protões existente nas células parietais gástricas, a H+/K+ATPase

e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração deste fármaco?
R: Diarreia, cefaleia, dor abdominal, deficiência de Vit. B12, risco aumentado de infecções intestinais.



CASO CLÍNICO 2

SM de 18 anos foi observada na urgência com história de diarreia e vómitos incontroláveis iniciada três horas antes. O médico diagnosticou uma gastroenterite aguda com desidratação moderada. Além do Lactato de Ringer intravenoso, o médico prescreveu 10 mg de metoclopramida a administrar por via intravenosa lenta.

a)      A que grupo farmacológico pertence a metoclopramida?
R: Anti-eméticos do grupo dos antagonistas dopaminérgicosD2


b)      Como classifica os fármacos pertencentes ao mesmo grupo farmacológico que a metoclopramida?
R: Antagonistas dopaminérgicos D2

c)      Que outros fármacos podem ser utilizados para tratar os vómitos?
R: - Antagonistas dos receptores 5HT3 (Ondasetron, Granisetron, Dolasetron);
- Antagonistas dos recptoresedopaminérgicos (cisaprida, trimetobenzamida, prometazina, haloperidol e droperidol);
- CorticoidesDexametasona, Metilprednisolona)
- Anti-histamínicos H1 (Difenhidramina, Dimenidrinato)

d)     Descreva o mecanismo de acção da metoclopramida.
R: Bloqueio dos receptores dopaminergicos D2, inibindo a via aferente.

e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração da metoclopramida?
R: Sonolência, nervosismo e reacções distónicas.
- Podem ocorrer sintomas de pankinsonismo e discinesia tardia
- Aumento da libertação de prolactina pela hipófise causando galactorreia e distúrbios menstruais.


f)       Explique porque razão este fármaco está contra-indicado ou deve ser utilizado com precaução nas crianças.


CASO CLÍNICO 3

AR é um doente de 32 anos, que tem sido controlado na consulta de Medicina Interna com o diagnóstico de Gastrite. O médico que o acompanhava, referiu-o a Gastroenterologia para uma endoscopia que revelou úlcera duodenal. O médico decidiu prescrever Ranitidina, para além das medidas higiénicas e dietéticas.

a)      A que grupo farmacológico pertence a Ranitidina?
R: Antagonista dos receptores H2

b)      Como classifica os fármacos pertencentes ao mesmo grupo farmacológico que a Ranitidina?
R:Antagonistas dos receptores H2

c)      Que outros fármacos podem ser utilizados para tratar a úlcera duodenal?
R: Inibidores da bomba de protões (omeprazol, insoprazol, pantoprazol), Agentes protectores da mucosa (Sucralfato, bismuto, misoprostol), antagonistas muscarínicos (Pirenzepine, telenzepine, atropina)

d)     Descreva o mecanismo de acção da Ranitidina.
R:Bloqueia os receptores H2:
- Inibe a secreção ácida induzida pela histamina e gastrina;
- Reduz a secreção ácida induzida pela acetilcolina;
- Reduz o volume gástrico e a secreção de pepsina.


e)      Mencione os fármacos que podem interagir com a Ranitidina explicando o mecanismo de interacção e suas consequências?
R: Cimetidina interfere no metabolismo de drogas do Citocrómio P450, causando prolongamento T ½ de: teofilina, fenitoina, carbamazepina, fenobarbital, propranolol, warfarina, benzodiazepinicos, sulfonilureias, quinidina, imipramina.

f)       Que efeitos adversos podem surgir com a administração da Ranitidina?
R: - Diarreia, obstipação, cefaleia, fadiga, mialgias
- Alteração do estado mental
- Ginecomastia ou impotência nos homens e galactorréia em mulheres
- Bradicardia, hipotensão


CASO CLÍNICO 4

SM foi observado no Centro de Saúde de Macuse, com história de diarreia aquosa iniciada no dia anterior. Refere ter chegado há dois dias após uma viagem prolongada de carro. O doente não apresentava outra queixa (febre, fezes com muco ou sangue, vómitos, etc), nem sinal de desidratação mas a diarreia incomoda-o pela frequência e pelo facto de se repetir sempre que viaja. O médico que o observou prescreveu Sais de Rehidratação Oral e Loperamida.

a)      A que grupo farmacológico pertence a Loperamida?
R: Anti diarreico do grupo dos agonistas opióides

b)      Que outros fármacos pertencem ao mesmo grupo farmacológico que a Loperamida?
R: Difenoxilato

c)      Que outros fármacos podem ser utilizados para tratar a diarreia aguda não infecciosa?
R: Octreotide, caulim, pectina, antagonista muscarínico (atropina), α2 adrenérgico (clonidina), Lactobacillus (antibiophilus).

d)     Descreva o mecanismo de acção da Loperamida.
R: - Acção nos receptores neurais entéricos µ e δ;
- Inibição da liberação da acetilcolina com consequente redução na motilidade intestinal;
- Aumentam a absorção de NaCl e H2O.

e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração da Loperamida?
R: Diarreia Infecciosa, Colite Ulcerosa, Insuficiência Hepática.


CASO CLÍNICO 5

VM de 18 anos foi observada na urgência de Ginecologia com história de dor abdominal tipa cólica iniciada no dia anterior. Segundo VM a dor repete-se mensalmente com o aparecimento da menstruação mas que desta vez a intensidade era maior o que a fez vir ao Hospital. O médico que a observou fez o diagnóstico de dismenorreia e decidiu administrar 10 mg de Butilescopolamina 10 por via intramuscular. 

a)      A que grupo farmacológico pertence a Butilescopolamina?


b)      Como se classificam no geral os outros fármacos pertencentes ao grupo da Butilescopolamina?


c)      Que outros fármacos podem ser utilizados para tratar a Dismenorreia?


d)     Descreva o mecanismo de acção da Butilescopolamina.


e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração da Butilescopolamina?


CASO CLÍNICO 6

AM de 42 anos foi observado no Centro de Saúde com história de dor abdominal difusa e obstipação. O exame objectivo e o RX do abdómen não revelaram oclusão intestinal. Para além do aconselhamento dietético, o médico prescreveu Bisacodil.

a)      A que grupo farmacológico pertence o Bisacodil?
- Laxativo estimulante

b)      Como se classificam no geral os fármacos pertencentes ao grupo do Bisacodil?
- Laxativos estimulantes

c)      Que outros fármacos podem ser utilizados no tratamento da Obstipação.
- Fibras Dietéticas (grãos e cereais, vegetais e frutas);
- Laxativos expansores de massa (ágar, semente de psyllium e metilcelulose);
- Laxativos salinos (Sulfato de Magnésio, Citrato de Magnésio, Hidróxido de Magnésio e Fosfato de Sódio);
- Laxativos osmóticos (sorbitol, manitol, lactulose e glicerina).

d)     Descreva o mecanismo de acção do Bisacodil.
- Promovem a acumulação de água e electrólitos no lúmen do cólon e estimulam a motilidade intestinal.

e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração da Bisacodil?
- Reacções alérgicas, osteomalacia, LES.

CASO CLÍNICO 7

DA, um jovem de 38 anos de idade, foi diagnosticado o Síndrome de Zollinger - Ellisson. O médico prescreveu Cimetidina em comprimidos, 400 mg 5 a 5 vezes por dia.

a)      A que grupo farmacológico pertence a Cimetidina?
R: Bloqueadores dos receptores histaminergicos H2

b)      Em que outras situações clínicas se pode utilizar a cimetidina?
R: Doença por refluxo gastroesofágico, Doença Ulcerosa Péptica, Dispepsia Não-ulcerosa, Prevenção do sangramento da gastrite de estresse.

c)      Descreva o mecanismo de acção da Cimetidina.
R: Bloqueia os receptores H2:
- Inibe a secreção ácida induzida pela histamina e gastrina;
- Reduz a secreção ácida induzida pela acetilcolina;
- Reduz o volume gástrico e a secreção de pepsina.

d)     Mencione os fármacos que podem interagir com a Cimetidina, explicando o mecanismo de interacção e suas consequências?
R: Cimetidina interfere no metabolismo de drogas do Citocrómio P450, causando prolongamento T ½ de: teofilina, fenitoina, carbamazepina,fenobarbital, propranolol, warfarina, benzodiazepinicos, sulfonilureias, quinidina, imipramina.

e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração da Cimetidina?
R: - Diarreia, obstipação, cefaleia,fadiga,mialgias
- Alteração do estado mental
- Ginecomastia ou impotência nos homens e galactorréia em mulheres
- Bradicardia, hipotensão



CASO CLÍNICO 8

A um jovem de 23 anos foi diagnosticada dispépsia. O médico prescreveu hidróxido de alumínio em solução oral, uma colher de sopa após as refeições principais.

a)      A que grupo farmacológico pertence o hidróxido de alumínio?
R: Neutralizadores de acidez (Anti-ácidos)

b)      Descreva o mecanismo de acção do hidróxido de alumínio.
R: Reagem lentamente com HCL, formando cloreto de alumínio e H2O

c)      Que outros fármacos podem ser utilizados no tratamento da dispépsia?
R: Antagonistas dos receptores histaminergicos H2, antagonistas muscarinicos

d)     Que efeitos adversos podem surgir com a administração do hidróxido de alumínio?
R: Obstipação, diarreia osmótica.




SEMINÁRIO: FÁRMACOS COM ACÇÃO NO APARELHO RESPIRATÓRIO


CASO CLÍNICO 1

MI é uma criança de 5 anos com história de bronquite asmatiforme na família, observada na urgência de pediatria com um quadro de tosse e broncospasmo. O pediatra indicou salbutamol em aerossol a ser aplicado imediatamente para aliviar a dispneia.

a)      A que grupo farmacológico pertence o fármaco administrado para corrigir o broncospasmo?
R: Anti-asmáticos do grupo dos agonistas receptores β adrenérgicos.

b)      Que outros fármacos pertencem a este grupo?
R: Adrenalina, Isoproterenol,terbutalina, salmeterol eformoterol.

c)      Descreva o mecanismo de acção do salbutamol?
R: Liga-se aos receptores β2 adrenérgicos produzindo relaxamento do músculo liso bronquial.

d)     Em que outras situações clínicas se pode utilizar o salbutamol?
R: Enfisema

e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração deste fármaco?
R: - Taquicardia, Tremores, palpitações, Nervosismo e Fraqueza
- Hiperglicemia,;
- Hiperkaliémia, cãimbras;
- Reacções de hipersensibilidade (angioedema, broncoespasmo)

CASO CLÍNICO 2

A BP de 55 anos com antecedentes de patologia cardíaca a quem foi diagnosticado um enfisema pulmonar. O médico Pneumologista decidiu prescrever Brometo de Ipratropio em aerossol doseável a administrar 1 -2 inalações três vezes por dia.

a)      A que grupo farmacológico pertence o Brometo de Ipratropio?
R: Antagonista muscarínico.

b)      Descreva o mecanismo de acção do Brometo de Ipratropio.
R: - Inibe competitivamente o efeito da acetilcolina nos receptores muscarínicos;
- Bloqueia a contracção da musculatura lisa das vias aéreas e o aumenta secreção de muco que ocorre em resposta à actividade vagal.

c)      Que outros fármacos podem ser utilizados no tratamento da asma brônquica?
R: Agonista adrenérgico (Salbutamol, terbutalina);
- Antagonista muscarínico (atropina);
- Cortcosteroides (prednisolona, hidrocortisona, Beclometasona, Triancinolona, Flunisolida, Fluticasona);
- Metilxantinas (aminofilina e teofilina)

d)     Explique porque razão o médico prescreveu Brometo de Ipratropio em vez de aminofilina ou salbutamol.
R: Devido aos seus menores efeitos adversos.

e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração do Brometo de Ipratropio?
R: - Secura da boca;
- Obstipação, náusea;
- Cefaleia;
- Broncoespasmo paradoxal;
- Retenção urinária


CASO CLÍNICO 3

Um doente de 52 anos, refere dor torácica e tosse seca. Após vários exames complementares o médico diagnosticou pleurisia e decidiu prescrever codeína, comprimidos de 15mg, um comprimido a cada 8 horas, durante 3 dias para aliviar a tosse.

a)      A que grupo farmacológico pertence a codeína?


b)      Descreva o mecanismo de acção da codeína.


c)      Que outros fármacos podem ser utilizados no tratamento da tosse?


d)     Explique porque razão o médico prescreveu codeína em vez de Benzoato de sódio.


e)      Que efeitos adversos podem surgir com a administração da codeína?

CASO CLÍNICO 4

Um homem de 42 anos, refere tosse produtiva e rinorreia seca que iniciada 2 dias antes. A restante história e exame físico não apresentam alterações. O médico aconselha doente a evitar correntes e escreve uma receita de Bromexina xarope, 1 colher de sopa a cada 8 horas, durante 5 dias.

a)      A que grupo farmacológico pertence a Bromexina?


b)      Descreva o mecanismo de acção da Bromexina.


c)      Que outros fármacos podem ser utilizados no tratamento da tosse?


d)     Que efeitos adversos podem surgir com a administração da Bromexina?




CASO CLÍNICO 5

Um jovem de 16 anos, jogador de Basquetebol, refere tosse e dispneia principalmente agravada pelo exercício físico. O médico prescreve cromoglicato de sódio para fazer 1 a 2 inalações meia hora antes do exercício e 1 inalação duas horas depois.

a)      A que grupo farmacológico pertence o Cromoglicato de sódio?
R:

b)      Descreva o mecanismo de acção do Cromoglicato de sódio.
R: - Impede o influxo do cálcio na membrana celular provocada pela interacção antígeno-anticorpo na superfície dos mastócitos.

-Inibe a liberação da histamina pelos mastócitos e fragmentos pulmonares sensibilizados induzida por antígenos e leucotrienos

c)      Que outros fármacos podem ser utilizados na prevenção da asma brônquica?
R:

d)     Que efeitos adversos podem surgir com a administração do Cromoglicato de sódio?
R: - Irritação da garganta, tosse seca, boca seca, aperto no peito;
- Broncoespasmo;
- Angioedema e cefaleia;
- Raros: dermatite, miosite, gastroenterite


CASO CLÍNICO 6

Uma criança de 8 anos de idade, tem sido seguida na consulta de Pneumologia desde os 7 anos com diagnóstico de asma brônquica. Segundo a mãe o seu quadro agravou-se nos últimos 2 meses com crises constantes e graves que o levaram a internamento em três ocasiões. O médico Pneumologista decidiu prescrever Beclometasona em aerosol doseável duas vezes por dia.

a)      A que grupo farmacológico pertence o Beclometasona?
R:


b)      Descreva o mecanismo de acção do Beclometasona.
R:

c)      Explique porque razão o médico decidiu prescrever Beclometasona.
R:

d)     Que outros fármacos podem ser utilizados na prevenção da asma brônquica?
R:

e)      Que precauções devem ser tomadas na administração de Beclometasona?
R:

f)       Que efeitos adversos podem surgir com a administração do Beclometasona?
R: