O que é o quadril e o colo do fêmur?
Antes de falarmos propriamente da fratura do colo do fêmur, é
essencial perdermos algumas linhas explicando a anatomia do fêmur e do
quadril. Acompanhe a ilustração abaixo para facilitar o entendimento.
O fêmur é o maior, mais volumoso e mais forte osso do nosso corpo.
Ele fica localizado na região da coxa, ligando-se ao joelho na
extremidade inferior e à pelve na extremidade superior. Nesta
extremidade superior, o fêmur apresenta uma projeção óssea, dividida em 3
partes: cabeça do fêmur, pescoço do fêmur (também chamada colo do
fêmur) e trocante maior.
A cabeça do fêmur tem um formato de esfera e se encaixa perfeitamente
no osso da pelve, em um local chamado acetábulo. Esta região, composta
pela parte lateral do osso da pelve e pela extremidade superior do
fêmur, é chamada de quadril ou anca. A junção do cabeça do fêmur com o
acetábulo é chamada de articulação do quadril.
Fratura do colo do fêmur
Apesar de ser um osso bastante forte, a região do colo do fêmur é
bastante susceptível a fraturas, principalmente em mulheres idosas com
osteoporose. Traumatismos da região do quadril provocados por queda são
a principal causa de fratura do colo do fêmur.
Ao contrário das fraturas de outros ossos, que ocorrem por traumas
nas pessoas mais jovens, a fratura do quadril é um quadro bem mais grave
e complicado. Não basta imobilizar o osso para curar uma fratura do
colo do fêmur. O tratamento deve ser feito através de cirurgia, com
colocação de placas, parafusos ou próteses metálicas, e a recuperação
completa é bem lenta, podendo durar vários meses. Muitos pacientes não
conseguem voltar a andar e tornam-se dependentes de ajuda para executar
suas atividades comuns de vida. Como essa lesão corre habitualmente em
pacientes idosos e já com algumas doenças associadas, a taxa de
complicações graves a curto e médio prazo é alta, fazendo com que a
mortalidade durante o intervalo de 1 ano após fratura chegue a 20%.
Fatores de risco para fratura do colo do fêmur
As fraturas do colo do fêmur ocorrem habitualmente quando dois
fatores agem em conjunto: traumatismo da região do quadril (na maioria
dos casos por conta de quedas da própria altura) e ossos fracos.
Por isso, como já referido, os idosos são o principal grupo de risco,
pois além de terem uma maior taxa de osteoporose, a incidência de
quedas é muito maior nesta faixa etária.
Qualquer fator que contribua para enfraquecimentos dos ossos ou para
um maior risco de quedas pode ser considerado um fator de risco para
fratura do quadril, principalmente se eles estiverem presentes em
pessoas mais idosas. Alguns exemplos são:
– Uso crônico de medicamentos que enfraquecem os ossos, tais como:
glicocorticoides, heparina, varfarina, fenitoína, metotrexate e vários
outros que favorecem o aparecimento da osteoporose.
– Uso de drogas que causam sonolência, que baixam a pressão arterial ou que diminuam os reflexos, pois aumentam o risco de quedas.
– Sedentarismo, pois a falta de atividades deixa os ossos e a musculatura mais fracos.
– Deficiência de vitamina D, pois a falta desta vitamina esta relacionada a ocorrência de ossos mais fracos (leia: DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D).
– Menopausa, também relacionado à perda de massa óssea (leia: SINTOMAS DA MENOPAUSA).
– Mieloma múltiplo, por ser uma doença que ataca os ossos e facilita a ocorrência de fraturas (leia: MIELOMA MÚLTIPLO).
– Tabagismo e alcoolismo, pois estão associados à perda de massa óssea.
– Uso de drogas que causam sonolência, que baixam a pressão arterial ou que diminuam os reflexos, pois aumentam o risco de quedas.
– Sedentarismo, pois a falta de atividades deixa os ossos e a musculatura mais fracos.
– Deficiência de vitamina D, pois a falta desta vitamina esta relacionada a ocorrência de ossos mais fracos (leia: DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D).
– Menopausa, também relacionado à perda de massa óssea (leia: SINTOMAS DA MENOPAUSA).
– Mieloma múltiplo, por ser uma doença que ataca os ossos e facilita a ocorrência de fraturas (leia: MIELOMA MÚLTIPLO).
– Tabagismo e alcoolismo, pois estão associados à perda de massa óssea.
Quanto mais fraco for o osso, menor será o impacto necessário para
que ocorra uma fratura. Muitas vezes, o osso está tão enfraquecido que
uma simples torção da região do quadril pode ser suficiência para
parti-lo.
Em pessoas jovens e saudáveis, a fratura do colo do fêmur só ocorre
em caso de grandes impactos na região do quadril, como nos casos de
acidentes automobilísticos.
Tipos de fratura do quadril
As fraturas do quadril costumam ocorrer na região do colo do fêmur,
porém, há outros pontos do osso fêmur que também podem partir. Saber
qual é o tipo de fratura do quadril que o paciente sofreu é importante,
pois o tratamento e a incidência de complicações variam de acordo com o
sitio anatômico fraturado.
As fraturas do colo e da cabeça do fêmur são chamadas de fraturas
intracapsulares. As fraturas que ocorrem abaixo do colo do fêmur são
chamadas de fraturas extracapsulares.
As fraturas intracapsulares costumam ter maiores taxas de
complicações, pois a região do colo e da cabeça do fêmur são
naturalmente mais mal vascularizadas. Quando ocorre uma fratura nesta
região, há grande risco de interrupção do fluxo sanguíneo, dificultando
não só a cicatrização do osso, mas também aumentando o risco de necrose
ou alterações degenerativas da cabeça do fêmur.
Nas fraturas extracapsulares a principal complicação é hemorragia, pois essa região do osso é bastante vascularizada.
Sintomas da fratura do colo do fêmur
Nos idosos, quedas simples, aparentemente sem maiores danos, podem ser
suficientes para partir o colo do fêmur. O paciente cai e passa
apresentar intensa dor na região do quadril e da coxa, associada a
incapacidade de mobilizar a perna. Se a fratura for completa e partir o
osso em duas partes, o membro inferior acometido passa a ter menor
comprimento que o membro sadio. A perna acometida também tende a fazer
uma rotação externa (apresentação mais comum) ou interna.
As complicações da fratura do colo do fêmur costumam ser derivadas do
longo período de recuperação necessários para a cicatrização da lesão.
Muitos pacientes ficam acamados e, por serem idosos e previamente
portadores de várias outras doenças, acabam não conseguindo mais voltar a
andar. Isso facilita a surgimento de complicações devido à imobilização
crônica, como trombose venosa profunda, embolia pulmonar, úlceras da
pele, pneumonia, infecções urinárias, etc. Quanto mais idosos e
debilitado o paciente era antes da fratura, maior é o risco dele não
conseguir uma recuperação completa.
O diagnóstico é habitualmente feito de forma clínica, através dos
sintomas e pela história de queda. A radiografia do quadril serve para
confirmar o diagnóstico e mostrar o local da fratura. Se a suspeita
clínica de fratura do colo do fêmur for muito forte, mas a radiografia
não mostrar uma imagem muito clara, uma tomografia computadorizada ou
uma ressonância magnética podem ser solicitados para esclarecer a
dúvida.
Tratamento da fratura do colo fêmur
O tratamento das fraturas do quadril deve ser cirúrgico, pois está é a
forma com maior chance de recuperação. Se o paciente estiver
clinicamente estável, a cirurgia ortopédica deve ser feita
preferencialmente nas primeiras 48 horas após a fratura. Quanto mais
tarde for feita a cirurgia, piores são os resultados.
O tratamento pode ser feito com fixação do osso com parafusos, pinos
ou placas, dependendo do tipo da fratura. Se a cabeça do fêmur estiver
bem danificada ou se houver risco de falta de perfusão sanguínea para a
mesma, o ortopedista pode remover parte do quadril e substitui-lo por
uma prótese artificial.
O paciente é estimulado a andar logo no dia seguinte da cirurgia,
mesmo que com ajuda de muletas, para evitar que sua musculatura fique
enfraquecida por longos períodos de imobilização na cama. A fisioterapia
também deve ser iniciada precocemente. O ponto crucial do tratamento da
fratura do quadril é impedir que o paciente não consiga voltar a andar.
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