nDoença
Inflamatória Pélvica
(DIP)
nconceito e importância
nDiagnóstico clínico que implica que a paciente
tenha infecção aguda, sub-aguda,
recorrente ou crônica da trompa e ovários, muitas vezes com envolvimento dos
tecidos adjacentes.
nA DIP é um dos problemas clínicos mais
importantes encontrados na prática ginecológica, quer pela sua frequência,
quer pelas suas sérias complicações.
nA DIP é geralmente causada por microrganismos
que colonizam o endocérvix e ascendem até ao endométrio, trompas de Falópio,
ovários e tecidos adjacentes, causando:
nEndometrite
nSalpingite
nOoforite
nAbcesso tubo-ovárico
nAbcesso pélvico
nPeritonite
nVias de disseminação
nIntra abdominal (endometrio,
endosalpinge e peritoneu)
nLinfática – infecção pós parto,
pós aborto e algumas relacionadas com DIU, causando celulite parametrial
nHematogenica - TB
netiologia
nA maioria dos casos é causada por microrganismos sexualmente
transmitidos, Neisseria gonorrhoeae (40-60% salpingite aguda)
e Chlamydia
trachomatis (20-35%).
Menos frequentemente:
nHaemophilus
influenzae, estreptococos do grupo A e pneumococos
nGardnerella
vaginalis, Prevotella, cocos anaeróbicos (Peptostreptococcus e Peptococcus), Bacteroides e Escherichia coli
Reter o
conceito de que são infecções polimicrobianas com bactérias aeróbicas e
anaeóbicas!
nfactores de risco
nParceiros sexuais múltiplos/parceiros de risco
nDTS
nAdolescentes com actividade sexual precoce
nNão utilização de métodos de barreira
nHistória anterior de DIP
nDispositivo intra uterino
nManipulações do canal cervical/endométrio
n
n
nQuadro clínico
nTer em conta
que há grande variação nos sintomas e sinais desta doença!
Pode haver quadros subtis,leves ou mesmo
assintomáticos
nÉ necessário ter sempre um alto grau de
suspeita.
nsintomas
nA dor é abdominal baixa e pélvica, geralmente
bilateral, com sensação de pressão pélvica e irradiação para o dorso e para um
ou ambos membros inferiores
nCorrimento vaginal
nPode haver nauseas com ou sem vómitos
nCefaleias, astenia
nsinais
nDor a palpação dos
quadrantes inferiores e/ou sinal de Blumberg positivo
nPode haver distensão
abdominal e diminuição ou ausência de sons hidroaéreos
nO exame ginecológico pode
mostrar corrimento cervical purulento e dor a mobilização do colo e palpação do
útero e anexos
nCuldocentese: liquido turvo
ou purulento
n
ndiagnóstico
nDor pélvica, geralmente após o início ou cessação da menstruação,
associado a:
nCorrimento vaginal
nDor à mobilização cervical e palpação dos anexos
nFebre
nMenorragia, metrorragia e sintomas urinários
podem tambem estar presentes
nachados laboratoriais
nLeucocitose
nVelocidade de sedimentação elevada
nProteina C reactiva elevada
nPresença de leucócitos polimorfonucleares e de
diplococos gram-negativos no esfregaço do corrimento
nCultura positiva para gonococo ou clamidia
necografia
É mais útil para seguimento
nProgressão ou regressão de abcesso
nSeptação incompleta das trompas (“cogwheel
sign”) indica doença aguda, enquanto que parede fina (“beaded string”) indica
doença crônica
ndiagnóstico diferencial
nApendicite aguda
nGravidez ectópica
nRotura de quisto hemorrágico de corpo lúteo
nAborto séptico
nTorsão de massa anexial
nEndometriose
nDegeneração de leiomioma
nInfecção urinária aguda
n
ncomplicações e sequelas
nFormação de abcesso:
piossalpinge, abcesso tubo-ovárico, abcesso do fundo de saco
nPelviperitonite ou
peritonite generalizada
nDestruição dos anexos e
subsequente infertilidade
nRisco aumentado de gravidez
ectópica
nAderências intestinais e
oclusão
nDor pélvica crônica
n
n
n
n
n
nAbcesso tubo-ovárico
É um processo em estágio final de DIP aguda.
É diagnosticado quando uma paciente com DIP tem
uma massa pélvica palpável durante o exame bimanual. Reflete uma aglutinação de
órgãos pélvicos
ntratamento
Os regimes de tratamento
para a DIP devem proporcionar cobertura empírica de amplo espectro de
patógenos prováveis.
É recomendada a hospitalização, principalmente quando diagnóstico é incerto,
quando há suspeita de abcesso pélvico, a doença clínica é intensa. (Ver
critérios)
Pode ser dada alta quando a febre desapareceu por mais de 24h,
contagem GB normal, ausencia de Blumberg e melhoria da dor
nCritérios de internamento
nSinais de peritonite
nSuspeita de abcesso pélvico
nNauseas/vómitos que impedem
medicação oral
nDiagnóstico incerto
nIntolerância ou não
resposta à medicação oral após 48h
nHIV positivo
nmedidas gerais
nRepouso na cama
nRestrição de alimentos
nAdministrar fluidos EV para corrigir a
desidratação e acidose
nUsar SNG se houver distensão abdominal ou ileus
nRegime terapêutico (1)
nAmpicilina 1 ou 2 g EV de 6/6h ou Penicilina
cristalina 2 a 3 milhões de UI de 6/6h
nMetronidazol 500 mg EV de 8/8 h
nGentamicina 80 mg IM de 8/8 h
nDoxiciclina 100 mg EV ou oral de 12/12 h
nRegime terapêutico (2)
nCeftriaxona 1g EV 12/12 h
Mais
nDoxixiclina 100 mg EV ou oral de 12 em 12 h
nRegime terapêutico (ambulatório)
nAmoxicilina 1g de 8/8 horas
nMetronidazol 500 mg de 8/8 horas
nDoxiciclina 100 mg de 12/12 horas
até completar 7 ou
14 dias de tratamento
Pode usar cefalosporina oral em vez da amoxicilina
n
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