quarta-feira, 20 de agosto de 2014

tumores cerebrais

Cérebro e SNC

Muitos tipos de tumor têm origem no cérebro e na medula espinhal, que, juntos, compõem o sistema nervoso central (SNC). Seus sintomas, tratamento e prognóstico vão depender do tipo de tumor, sua localização precisa, do tipo de células a partir das quais o tumor se desenvolveu e da idade do paciente; por isso, é importante entender como funciona o sistema nervoso central e os tipos de células que o formam.
Tumores do SNC de adultos e crianças geralmente surgem em diferentes áreas e a partir de diferentes tipos de células, portanto têm tratamentos e prognósticos diferentes. Este documento trata apenas dos tumores de adultos; os de crianças são abordados aqui.
O cérebro é o centro do pensamento, memória e emoção, bem como centro de controle de vários processos orgânicos. A medula espinhal e os nervos da cabeça, chamados nervos cranianos, levam e recebem mensagens transmitidas entre o cérebro e o resto do corpo. Tais mensagens nervosas "dizem" aos músculos quando e como se mover, transmitem as informações coletadas pelos nossos sentidos e ajudam a coordenar o funcionamento de nossos órgãos internos.
O cérebro fica dentro de um conjunto de ossos resistentes, o crânio, que o protege; da mesma forma, a medula espinhal é protegida pelos ossos da coluna vertebral. O cérebro e a medula espinhal são envolvidos e rodeados pelo líquor (ou líquido cefalorraquiano - LCR), que é produzido nas cavidades do cérebro chamadas ventrículos, sendo que estes, bem como os espaços em torno do cérebro e da medula espinhal, são preenchidos pelo LCR.
As principais áreas do cérebro incluem os hemisférios cerebrais, os gânglios basais, o cerebelo e tronco cerebral. Cada uma dessas partes tem uma função específica.

Tumores de diferentes partes do sistema nervoso central afetam diferentes funções e causam diferentes sintomas. Além disso, tumores em diferentes partes do SNC necessitam de diferentes tratamentos e têm diferentes prognósticos.

Os hemisférios cerebrais controlam o raciocínio, pensamento, emoção e linguagem. Comandam os movimentos musculares e recebem as informações sensoriais, como visão, audição, olfato, paladar, tato e dor. Os sintomas causados por um tumor em um hemisfério cerebral vão depender de sua localização.

Um tumor na área motora causa fraqueza numa parte do corpo. Um tumor no lobo frontal, que responde em parte pela personalidade, pode causar mudanças de comportamento; dependendo do local, provocar alterações na visão, audição e sensações. Tumores nesse lobo podem ainda provocar convulsões, sendo que o caráter dessas crises (perda da consciência, movimentos involuntários agitados ou sensações) decorre da localização do tumor.
Os gânglios basais ajudam a controlar os movimentos musculares; tumores ou outros problemas nessa região do cérebro geralmente causam fraqueza, mas em casos raros podem provocar coréia (movimentos rápidos e involuntários) e atetose (incapacidade de manter dedos, língua e outras partes do corpo em posição estável).
O cerebelo controla a coordenação dos movimentos. Tumores cerebelares causam perda da coordenação para caminhar, dificuldade com movimentos delicados de braços e pernas e mudanças no ritmo da fala. O tronco cerebral contém feixes nervosos longos que transportam sinais para controle de músculos e sensações. Centros especiais do tronco cerebral comandam a respiração, batimento cardíaco e o estado de vigília.

Tumores nessa área crítica do cérebro provocam fraqueza, rigidez muscular ou problemas com sensibilidade, audição, movimentos da face ou deglutição. Visão dupla é um dos primeiros sintomas de tumores no tronco cerebral, bem como a perda da coordenação ao caminhar. Como o tronco cerebral é tão essencial, geralmente é impossível remover completamente os tumores dessa área com cirurgia. Nervos cranianos têm importante papel nos sentidos do olfato, visão, audição, paladar e controlam os músculos da face, língua e pescoço, além dos movimentos dos globos oculares.
Da mesma forma que o tronco cerebral, a medula espinhal também contém feixes nervosos bem longos que levam sinais que comandam músculos e controlam sensações do corpo, bem como da bexiga e dos intestinos. Tumores da medula espinhal podem provocar fraqueza, paralisia ou dormência em tronco e membros. Embora a medula espinhal de um adulto tenha mais de 40 cm de comprimento, ela tem menos de 2,5 cm de largura; por ter pequeno volume, os tumores que acometem a medula espinhal geralmente causam sintomas que afetam os dois lados do corpo, como, por exemplo, fraqueza ou dormência em ambas as pernas.

Isso os distingue dos tumores cerebrais, cujos sintomas afetam apenas um lado do corpo; além disso, a maioria dos tumores da medula espinhal aparece abaixo do nível do pescoço, abaixo da região das raízes nervosas que controlam os braços, afetando somente os movimentos e sensações dos membros inferiores.
Tumores podem surgir também nos nervos cranianos ou nos nervos periféricos; o mais comum tumor de nervo craniano, o neuroma (neurinoma, ou ainda, schwannoma) acústico, surge no nervo auditivo e provoca a perda de audição em um ouvido. Tumores que aparecem em outros nervos cranianos podem causar perda de visão (nervo óptico), paralisia facial (nervo facial) ou dor na face (nervo trigêmeo). Tumores do sistema nervoso periférico costumam provocar dormência ou dor na área para onde vai este nervo, bem como fraqueza dos músculos por ele controlados.

Tipos de Células e Tecidos

O cérebro contém diferentes tipos de tecido e células. É importante entender quais são, porque diferentes tipos de tumores podem ter origem nessas células e tecidos, com diferentes prognósticos e tratamentos. Na maioria das outras partes do corpo, é fundamental distinguir tumores benignos dos malignos (que podem se disseminar); no caso dos tumores de cérebro e medula espinhal, porém, isso não é tão relevante, pois eles surgem em áreas tão importantes que podem causar sérios danos mesmo não sendo malignos e não oferecendo risco de disseminação. Ainda assim, tumores cerebrais e do sistema nervoso central podem ser definidos como - mais malignos - ou "mais agressivos" quando se desenvolvem mais rapidamente e se espalham pelo cérebro.
Neurônios: são as células mais importantes do cérebro. Eles enviam sinais (impulsos nervosos) através de longas extensões chamadas axônios, que podem ser curtos ou medir até 90 cm; os impulsos elétricos enviados pelos neurônios determinam todas as funções do cérebro e da medula espinhal, tais como pensamento, memória, emoção, fala e movimento muscular. Ao contrário da maioria dos demais tipos de células, que podem crescer e se dividir para repor células perdidas por danos ou doença, neurônios, com raríssimas exceções, não se dividem depois do nascimento. O câncer originado de neurônios é extremamente raro.
Células da glia: são as células que mais comumente dão origem a tumores chamados gliomas. Há três tipos de células gliais: astrócitos, oligodendrócitos e células ependimárias; um quarto tipo, chamado micróglia, não é, em origem, célula da glia. As células gliais normais crescem e se dividem lentamente. A maioria dos tumores de cérebro e medula espinhal se desenvolve a partir de células gliais:
Astrócitos: esse tipo de célula da glia ajuda a sustentar e a nutrir os neurônios; quando o cérebro sofre algum dano, os astrócitos formam tecido de cicatrização, que ajuda a reparar ferimento.
Oligodendrócitos: são células que fabricam mielina, substância que reveste e isola os axônios do cérebro e da medula espinhal e, desta forma, ajudam os neurônios a transmitir impulsos elétricos através dos axônios.
Células ependimárias: essas células revestem os ventrículos da região central do cérebro e do canal central da medula espinhal, por onde circula o líquido cefalorraquiano.
Micróglias: representam de 10% a 20% da população total de células gliais do cérebro e funcionam como as células de defesa do sistema nervoso central.
Meninges: o revestimento mais externo do cérebro e da medula espinhal é feito por um tecido especializado, as meninges. Da mesma forma que as células ependimárias dos ventrículos, as meninges também formam espaços através dos quais circula o líquido cefalorraquiano.
Células de Schwann: essas células produzem mielina fora do cérebro, revestindo axônios dos nervos cranianos e nervos periféricos que conectam o sistema nervoso central ao resto do corpo.
Plexo coróide: é um tecido presente no interior dos ventrículos e que produz fluido cefalorraquiano (líquor).
Linfócitos: são os principais tipos de células do sistema imunológico e ajudam o organismo a combater infecções; a maioria dos linfócitos é encontrada no sangue, medula óssea e coleções de células do sistema de defesa, chamadas gânglios ou nódulos linfáticos, presentes em todo o corpo. Em condições normais, seu número no sistema nervoso central é reduzido ou nulo. A origem dos linfócitos que vão formar linfomas no cérebro ainda não é clara.
Hipófise ou pituitária: a hipófise não é parte do cérebro, embora esteja conectada a ele; trata-se de uma glândula endócrina (isto é, produtora de hormônios) que fica na base do cérebro.
Pineal: também não é parte do cérebro e, como a hipófise, é uma glândula situada entre os hemisférios cerebrais. Ela produz melatonina, um hormônio que responde a mudanças de luminosidade.

Tipos de Tumores do Cérebro e da Medula Espinhal

Tumores que têm origem em outros órgãos, como nas mamas ou nos pulmões, e então atingem o cérebro, são chamados metastáticos ou tumores cerebrais secundários, e os que têm origem no cérebro são os tumores cerebrais primários. A maioria dos tumores cerebrais, no adulto, vem de cânceres que tiveram origem em outros órgãos e produziram metástase, ou seja, se disseminaram e alcançaram o cérebro. Tumores cerebrais primários têm origem em qualquer um dos diferentes tipos de células do cérebro ou medula espinhal e alguns contêm uma combinação de tipos celulares; tal distinção é importante porque tumores cerebrais primários e secundários exigem tratamentos diferentes.
Em adultos, metástases cerebrais são mais comuns que tumores primários. Ao contrário de outros tipos de câncer, tumores primários do cérebro ou da medula espinhal dificilmente se espalham para órgãos distantes; no entanto, eles causam danos sérios porque se disseminam localmente e destroem tecido cerebral normal onde aparecem; este documento trata apenas dos tumores primários.
Com raríssimas exceções, tumores de cérebro e de medula espinhal nunca são benignos; a não ser que sejam completamente removidos do cérebro ou da medula espinhal, vão continuar a crescer e eventualmente, mesmo depois de muitos anos, causam a morte do paciente.
Meningeoma: não é exatamente um tumor cerebral, já que tem origem nas meninges, as camadas de tecido que recobrem o cérebro e a medula espinhal. Meningeomas causam sintomas ao pressionar o cérebro ou medula espinhal; são bastante comuns e representam cerca de 25% dos tumores cerebrais primários e a maioria dos tumores de medula espinhal. É o tipo mais comum de tumor cerebral em adultos, sendo que sua taxa de incidência aumenta com a idade, sendo maior em pessoas na faixa dos 70 e 80 anos e duas vezes mais comuns em mulheres do que em homens. Eventualmente ocorre em famílias, a maioria delas com uma síndrome que causa múltiplos tumores benignos, a síndrome de von Recklinghausen. Outro fator de risco para esse tipo de câncer é radiação no crânio, particularmente em jovens.
A maioria dos meningeomas (cerca de 85%) é benigna e pode ser curada com cirurgia; alguns, no entanto, surgem em locais perigosamente próximos de estruturas vitais do cérebro e não podem ser curados apenas com cirurgia. Uma pequena parcela dos meningeomas é maligna e pode voltar anos após a cirurgia ou, raramente, se espalhar para outras partes do corpo.
Gliomas: não é um tipo específico de câncer, mas uma denominação genérica que inclui astrocitomas, oligodendrogliomas e ependimomas. Cerca de 42% de todos os tumores cerebrais, incluindo os benignos, são gliomas. Considerando-se apenas os tumores malignos, 77% são gliomas. São menos comuns em crianças, mas sua incidência aumenta com a idade, atingindo o pico entre pessoas na faixa dos 75 aos 84 anos.
Astrocitoma: A maioria dos tumores cerebrais propriamente ditos surge a partir de células chamadas astrócitos e é chamada de astrocitoma, constituindo cerca de 35% dos tumores cerebrais. A maioria deles não pode ser curada porque se espalha amplamente pelo tecido cerebral normal próximo. Algumas vezes, os astrocitomas se disseminam ao longo dos tecidos banhados pelo líquor; com raras exceções, porém, astrocitomas não se disseminam para além do cérebro e medula espinhal.
Em termos gerais, são classificados em astrocitomas de baixo ou alto grau de malignidade, com base na análise microscópica do tecido tumoral; o patologista avaliaas seguintes características do astrocitoma:
  • o quanto as células estão próximas umas das outras dentro do tumor;
  • grau de anormalidade das células;
  • qual a porcentagem de células que estão em processo de divisão;
  • se há vasos sanguíneos anormais no interior do tumor;
  • sse algumas células cancerosas se romperam ou morreram sem tratamento.
Astrocitomas de baixo grau têm crescimento mais lento; já os astrocitomas anaplásicos e os glioblastomas multiformes (GBMs) são de alto grau de malignidade, desenvolvem-se rapidamente, representando 60% de todos os astrocitomas, sendo o tipo mais comum de tumores cerebrais em adultos.
Alguns tipos especiais de astrocitomas tendem a ter prognóstico particularmente bom, são os chamados astrocitomas não-infiltrativos, como, por exemplo, o astrocitoma juvenil pilocítico.
Oligodendrogliomas: esses tumores têm origem nos oligodendrócitos, se espalham de forma semelhante aos astrocitomas e, na maioria dos casos, não podem ser completamente removidos por cirurgia; por vezes se espalham ao longo dos tecidos banhados pelo liquido cefalorraquiano, mas raramente se disseminam para além do cérebro ou medula espinhal. Apenas 4% dos tumores cerebrais são oligodendrogliomas.
Ependimomas: representam cerca de 2% dos tumores cerebrais; surgem das células ependimárias que revestem os ventrículos, e podem bloquear a circulação do líquor, que se acumulará nos ventrículos, dilatando-os, numa condição chamada hidrocefalia. Diferentemente dos astrocitomas e oligodendrogliomas, ependimomas não se espalham nem se infiltram no tecido cerebral normal; como resultado, alguns ependimomas podem ser completamente removidos e curados por cirurgia. Ependimomas de medula espinhal são os que têm as maiores possibilidades de cura cirúrgica. Esses tumores também podem se disseminar pelos tecidos banhados pelo líquor, mas não o fazem além do cérebro e da medula espinhal.
Meduloblastomas: tumores que têm origem em neurônios são raros, mas meduloblastomas são tumores que se originam nos neurônios do cerebelo. Têm crescimento rápido, mas podem ser tratados e curados com cirurgia e radioterapia. Meduloblastomas são mais comuns em crianças e geralmente se espalham ao longo do fluxo do líquido cefalorraquiano; são discutidos em maiores detalhes no documento Câncer de cérebro e sistema nervoso central em crianças.
Ganglioglioma: é o tumor que contém tanto neurônios como células da glia; são raros e têm alto índice de cura com cirurgia apenas ou cirurgia combinada com radioterapia.
Schwannoma (ou neurilemoma): schwannomas têm origem nas células de Schwann, produtoras de mielina, que reveste os nervos cranianos e outros nervos; geralmente são tumores benignos que surgem perto do cerebelo e nos nervos cranianos responsáveis pela audição e equilíbrio. Correspondem a 7% de todos os tumores do sistema nervoso central.
Cordoma: são tumores que começam no osso da parte de trás do crânio ou no extremo inferior da coluna vertebral, não sendo propriamente tumores do sistema nervoso central. Não costumam se espalhar para outros órgãos, mas voltam várias vezes ao longo de 10 ou 20 anos, comprometendo progressivamente o sistema nervoso adjacente.
Linfoma: linfomas têm origem nos linfócitos, o principal tipo de células do sistema imunológico; muitos desses casos ocorrem em pessoas infectadas pelo HIV, o vírus da Aids. Com a melhoria das terapias anti-retrovirais, os linfomas de cérebro estão se tornando cada vez mais raros; além disso, no passado, acreditava-se que os linfomas de cérebro eram altamente malignos, levando à morte do paciente em 1 ano. No entanto, avanços recentes em quimioterapia alteraram radicalmente o prognóstico das pessoas acometidas por esse tipo de linfoma. Para mais informações, consulte o documento Linfoma Não-Hodgkin em adultos.
Se os sintomas sugerem a presença de um tumor do sistema nervoso central, o médico vai elaborar um histórico médico completo e fazer uma avaliação neurológica ou encaminhar o paciente a um neurologista.
Ainda não se sabe ao certo a causa dos cânceres do sistema nervoso central (SNC). Ainda assim, pesquisadores fizeram grandes progressos no sentido de descobrir algumas das alterações químicas que ocorrem no interior das células do cérebro que se tornam cancerosas.
O tumor de cérebro, como os demais tipos de câncer, é causado por anomalias dos genes, os "blocos químicos construtores da vida", que são feitos de DNA e são encontrados em praticamente todas as células do corpo.

DNA é a molécula que carrega as instruções para quase tudo que nossas células fazem. A semelhança dos filhos com os pais é devida ao fato de eles herdarem metade de seu DNA da mãe e a outra metade, do pai; mas essa molécula afeta muito mais que nossa aparência física. Os genes controlam todos os aspectos do metabolismo e é por isso que alterações nos genes causam algumas doenças.
Alterações nos genes são chamadas de mutações e algumas delas (inclusive causadoras de câncer) podem ser herdadas. Recentemente, pesquisadores descobriram que mutações genéticas responsáveis por algumas síndromes hereditárias raras (como a neurofibromatose, esclerose tuberosa ou síndrome de von Hippel-Lindau) estão associadas a um maior risco de aparecimento de câncer do sistema nervoso central.
Algumas outras mutações genéticas podem surgir ao longo do processo de formação do cérebro e da medula espinhal e não são herdadas. Estudos dessas mutações vêm produzindo novos tratamentos experimentais para tipos de câncer do SNC que, no futuro, poderão ser aprimorados.
Muitos tumores do sistema nervoso central apresentam um conjunto de anomalias genéticas. Não se sabe por que pessoas que não herdaram mutações genéticas causadoras de câncer desenvolvem a doença. A maioria dos fatores de risco para o câncer causa danos a certos genes. O cigarro, por exemplo, é fator de risco para o câncer de pulmão e de outros órgãos porque contém substâncias químicas (compostos carcinogênicos) capazes de danificar os genes.
O cérebro está relativamente protegido dos efeitos do cigarro e de outros carcinogênicos que comemos e respiramos. A maioria dos tumores cerebrais se desenvolve a partir de anomalias genéticas sem motivo aparente e sem nada que possa associá-las a algo que a pessoa tenha feito ou deixado de fazer.
Como a maioria dos tumores cerebrais não está associada a fatores de risco e ocorrem sem motivo aparente, também não há meios de preveni-los.

Da mesma forma, não existem exames de sangue ou outros que possam detectá-lo precocemente. Além disso, há poucas evidências de que a detecção precoce influencie o prognóstico. Nos casos de tumores cerebrais e da medula espinhal, os fatores determinantes do prognóstico são a idade do paciente, o tipo de tumor e sua localização.

Sinais e Sintomas

O diagnóstico de tumor do sistema nervoso central (SNC) começa com o desenvolvimento de sintomas, que, em geral, aparecem gradualmente e se agravam com o tempo, num quadro diferente do que ocorre com outras doenças cerebrais, como o derrame, por exemplo; entretanto, algumas vezes esses sintomas também podem aparecer de modo repentino. Caso o quadro clínico sugira a presença desse tipo de tumor, o médico deverá pedir uma bateria de exames e testes.
Tumores cerebrais podem causar sintomas generalizados e específicos. Os generalizados decorrem do aumento da pressão no interior do crânio. Tumores em qualquer parte do cérebro podem elevar a pressão intracraniana, causando dor de cabeça, náuseas, vômitos ou visão embaçada; em casos graves, os sintomas podem incluir letargia (sonolência anormal) e até estado de coma. A dor de cabeça é um dos sintomas mais comuns, presente em metade dos pacientes.
Tumores de cérebro e de medula espinhal causam sintomas específicos porque irritam ou comprometem áreas desses órgãos, como, por exemplo:
  • um tumor cerebral pode irritar o órgão e provocar ataques epilépticos, que podem ser o primeiro sinal de um tumor;
  • o tumor também pode comprometer nervos, levando à perda da função específica, que pode se traduzir como fraqueza de uma parte do corpo, perda da audição ou visão, sensações incomuns ou mesmo dormência de partes do corpo;
  • comprometimento da coordenação motora e dificuldade para executar tarefas comuns;
  • dificuldades para falar ou caminhar;
  • alterações de personalidade ou raciocínio.
Como o cérebro controla as funções de outros órgãos, incluindo a produção de hormônios, há vários outros sintomas que não foram listados aqui. Nenhum dos sintomas aqui mencionados é específico dos tumores cerebrais e do sistema nervoso central, podendo ser causados por outras doenças. Menos de 1% das dores de cabeça são causadas por câncer de cérebro; cerca de 10% das convulsões que aparecem pela primeira vez em adultos são provocadas por tumores cerebrais.
Se o médico suspeita de algum problema, pedirá uma série de exames que produzem imagens dos órgãos internos, como cérebro e medula espinhal, que são a ressonância magnética (RNM) e a tomografia computadorizada (TC), os mais usados no diagnóstico de doenças cerebrais. Esses exames são capazes de detectar 95% dos casos de tumor cerebral, além de fornecer sua localização precisa.
Radiografia de tórax: se o médico detecta um tumor no cérebro, uma radiografia do tórax deve ser feita, porque a maioria dos tumores cerebrais no adulto é secundária, tendo origem em outros órgãos (geralmente os pulmões, em homens, e as mamas, em mulheres), atingindo posteriormente o cérebro.
Tomografia computadorizada (TC): é uma série de imagens detalhadas feitas a partir de várias radiografias transversais da parte do organismo a ser examinada (o crânio, no caso); tal segmento do corpo é posicionado no interior de um scanner, que envolve completamente a mesa em que o paciente fica deitado; aquelas fatias transversais são feitas enquanto o equipamento gira em torno do paciente e, posteriormente, são combinadas por computador, produzindo uma imagem do cérebro. Geralmente, depois que a primeira série de imagens é feita, o paciente recebe uma injeção intravenosa de contraste iodado, o que ajuda a melhor delinear as estruturas internas do organismo; em seguida, outra série de imagens é produzida.
A tomografia demora mais para ser feita que uma radiografia convencional. O exame é indolor, mas alguns pacientes sentem algum desconforto pela necessidade de permanecerem imóveis por vários minutos enquanto o procedimento é feito. Até pouco tempo atrás, esse era o melhor método de detecção de tumores cerebrais, mas a ressonância magnética tem mostrado maior discriminação de imagens.
Ressonância magnética (RNM): a ressonância usa ondas de rádio e ímãs fortes em vez de raios-X. A energia das ondas de rádio é absorvida e depois liberada num padrão dado pelo tipo de tecido do corpo e certas doenças; um computador analisa os dados e os transforma em imagens detalhadas. A ressonância não apenas produz imagens de secções transversais do corpo, como imagens longitudinais, paralelas ao comprimento; geralmente, um contraste chamado gadolínio é injetado no paciente, por via intravenosa. O exame é particularmente útil para examinar o cérebro e a medula espinhal, demorando cerca de meia hora ou mais; é indolor, mas, como o paciente é colocado no interior de um cilindro, cuja superfície fica a poucos centímetros do rosto, pode provocar sensação de claustrofobia em algumas pessoas. Além disso, o equipamento faz um ruído que chega a ser desagradável; alguns centros médicos fornecem fones de ouvido com música para bloqueá-lo.
Espectroscopia por ressonância magnética: esse teste se assemelha à ressonância magnética, exceto pelo fato de que as ondas de rádio interagem com diferentes átomos nos tecidos, e as imagens podem destacar padrões dos tumores de cérebro que não ficam claros com a ressonância convencional, através de medições dos níveis de determinadas substâncias presentes em diferentes situações, como tumores de crescimento lento ou acelerado, alterações após radioterapia, etc. Alguns tumores apresentam sinais específicos que podem ajudar na determinação de que tipo de tumor se trata, mas raramente tornam a biópsia desnecessária. O uso dessa técnica de diagnóstico para tumores de cérebro e medula espinhal ainda está em desenvolvimento.
Tomografia por emissão de pósítrons (PET): esse exame cria uma imagem do cérebro a partir da injeção de uma forma radiativa de glicose. Ao contrário de outros exames que apenas fornecem imagens da forma e tamanho de estruturas internas do organismo, a PET fornece informação sobre a atividade metabólica; a glicose é absorvida em grande quantidade pelas células cancerosas, já que elas se dividem rapidamente e têm metabolismo acelerado. O equipamento avalia a rapidez com que o tumor consome açúcar e a compara com o ritmo de consumo de açúcar do resto do cérebro. Em geral, tumores de alto grau usam mais açúcar que o cérebro normal e tumores de baixo grau usam menos. O exame também é útil durante ou após o tratamento com radioterapia, porque pode evidenciar se as células cancerosas sobreviveram ou foram mortas pelo tratamento, já que células mortas não absorvem glicose. Quando a ressonância não apresenta resultados claros depois do tratamento, a PET pode distinguir entre tecido de cicatrização e um tumor que voltou.
Angiografia: é o outro exame usado algumas vezes para avaliar tumores do cérebro e medula espinhal. Um contraste iodado especial é injetado nos vasos sanguíneos que irrigam a região do sistema nervoso central, permitindo que o médico visualize o suprimento sanguíneo de um tumor. Esse exame é particularmente útil para ajudar o especialista no planejamento de uma cirurgia, podendo também ser empregado para diminuir a irrigação sanguínea de um tumor através da obstrução de artérias e veias com êmbolos ou "rolhas" de material apropriado.
Biópsia: exames por imagem podem sugerir a presença de um tumor no cérebro, mas só a remoção e análise de uma amostra de tecido, isto é, uma biópsia, pode fornecer um diagnóstico definitivo; através da biópsia, o patologista define se o tumor é benigno ou maligno (câncer) e classifica o tipo de lesão. Cirurgiões geralmente não fazem uma biópsia preliminar se planejam operar o paciente na tentativa de remover o tumor ou reduzir seu tamanho, mas, nos casos de tumores inoperáveis -  porque estão em áreas profundas ou envolvem uma área vital - só a biópsia será feita.
Em algumas situações, a imagem de um astrocitoma num exame de ressonância é tão característica que a biópsia é desnecessária, especialmente quando instalado em áreas cerebrais de difícil acesso, como o tronco cerebral; de modo análogo, a PET ou a espectroscopia por ressonância podem fornecer informações suficientes para tornar uma biópsia desnecessária.
O tipo de tumor é um dos fatores - ao lado da idade, estado geral de saúde do paciente e localização do tumor - que influenciam na escolha do tratamento e no prognóstico. Em alguns casos, o neurocirurgião pode planejar uma pequena cirurgia apenas para fazer a biópsia; isso ocorre quando os exames por imagem indicam que o tumor não pode ser removido cirurgicamente ou porque isso causaria sério comprometimento da qualidade de vida do paciente, com seqüelas, ou porque ele está profundamente localizado no cérebro.
Num procedimento chamado biópsia estereotáxica, depois de anestesiar o couro cabeludo, o neurocirurgião perfura o crânio com uma broca e remove uma pequena porção de tecido usando uma agulha fina cuidadosamente guiada com ajuda de tomografia e ressonância; a cabeça do paciente é posicionada numa estrutura rígida que fornece ao cirurgião pontos de referência para o direcionamento adequado da agulha de biópsia. Outra opção consiste em marcar os pontos de referência diretamente na cabeça do paciente e a biópsia ser feita com ajuda de tomografia ou ressonância.
Se o tumor parece ser tratável cirurgicamente, o especialista pode realizar uma craniotomia para remover todo tumor ou a maior parte dele; essa remoção da maior parte do tumor é chamada de ressecção incompleta (ou debulking). Neste caso, pequenas amostras do tumor são imediatamente examinadas pelo patologista para que o diagnóstico preliminar seja feito com o paciente ainda na mesa de operações; tal exame leva cerca de 10 minutos e é chamado de biópsia de congelação. O diagnóstico definitivo demora de 3 a 4 dias.
Punção lombar: neste exame, uma agulha fina é introduzida entre os ossos da coluna vertebral lombar para remoção de líquido cefalorraquiano, que é analisado para ver se contêm células cancerosas. Testes adicionais podem ser feitos no líquor, em busca de outros tipos de células cancerosas ou infecções do sistema nervoso central, e principalmente nos casos de suspeita de linfoma no cérebro, onde as células linfomatosas se disseminam pelo LCR; estes pacientes necessitam de tratamento extra. Nunca é demais enfatizar a imposição de se descartar hipertensão intracraniana, seja com TC ou RNM, antes de realizar uma punção lombar.

1 comentário:

  1. Tenho 55 anos, sou coreano, fui diagnosticado com câncer de fígado em segundo estágio após um exame agendado para monitorar a cirrose hepática. Eu tinha perdido muito peso. Uma tomografia computadorizada revelou três tumores; um no centro do fígado em tecido danificado e dois em porções saudáveis ​​do meu fígado. Nenhum tratamento de quimioterapia ou radioterapia foi prescrito devido à minha idade, ao número de tumores no fígado. Um mês após o meu diagnóstico, comecei a tomar 12 suplementos de Salvestrol (350 pontos) por dia, proporcional ao meu peso corporal. Compreendeu seis cápsulas Salvestrol Shield (350 pontos) e seis cápsulas Salvestrol Gold (350 pontos), distribuídas ao longo do dia, tomando duas de cada cápsula após cada refeição principal. Esse nível de suplementação com Salvestrol (4.000 pontos por dia) foi mantido por quatro meses. Além disso, iniciei um programa de exercícios respiratórios, exercícios de chi, meditação, alongamento e prevenção de estresse. Devido à variedade de condições de que sofri, recebi exames médicos em andamento. Onze meses após o início da suplementação com Salvestrol. Mas todos inválidos, então eu continuo procurando uma cura à base de plantas on-line que, como me deparei com um testemunho apreciando o Dr. Itua sobre como ele curou seu HIV / Herpes, entrei em contato com ele por e-mail que ele listou acima, o Dr. Itua me enviou o remédio herbal dele para o câncer beber por duas semanas para curar Eu paguei pela entrega, então eu recebi meu remédio herbal e bebi por duas semanas e fui curado até agora, estou totalmente livre de câncer, aconselho você a entrar em contato Dr. Itua Herbal Center no e-mail ... drituaherbalcenter@gmail.com. Número WhatsApps ... + 2348149277967. Se você sofre de Doenças listadas abaixo, Câncer, HIV / Aids, Herpes Vírus, Câncer de bexiga, Cérebro, Câncer retal do cólon, Câncer de mama, Câncer de próstata,
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