segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Hepatites virais

Hepatites virais

Introdução
Hepatite - Inflamação do fígado 
-   Causa infecciosa (viral, bacteriana, fúngica e parasitária)
- Não infecciosa (álcool, drogas, dças autoimunes e metabólicas)
Hepatites virais:
Virus A (HAV)
Virus B  (HBV)
Virus C  (HCV)
Virus D (HDV)
Virus E  (HEV).
Causas raras: adenovirus, citomegalovirus (CMV), virus Epstein-Barr (EBV) e herpes simplex virus (HSV).
Principais características
Hepatites virais Agudas
80-90 %  são assintomáticas (A,B,C,D e E)
Forma típica de hepatite citolítica aguda benigna (10% dos casos)
Quadro comun aos diferentes vírus
1.Fase pré ictérica (3-10 dias)
Astenia intensa, febre
Mialgias, artralgias e cefaleias
Dores abdominais, nauseas e vómitos.
Exame clínico normal ou hepatomegalia ligeira hipersensível
Diagnóstico difícil mas orientado pelas transaminases elevadas (20xN)
Hepatite Virais Agudas
2. Fase Ictérica
Icterícia progressiva, moderada, hiperbilirrubinemia mista
Hepatomegália hipersensível
10-20% esplenomegália e adenopatia cervical
Exames complementares confirmam o diagnóstico:
Transaminases 20XN ( predomínio da ALT)
Colestase moderada (rara)
Nota:
Taxa protrombina e factor V são normais ou ligeiramente diminuidos
TP <50% sinal de gravidade, necessita controle em meio hospitalar
Diagnóstico da Hepatite Aguda
Hemograma- Leucocitose ligeira, neutopénia ou linfopenia transitória
Ecografia Abdominal- normal ou espessamento da parede da ves. biliar
Biópsia hepática- Sem aplicação

Hepatite A
Evolução da hepatite aguda
Geralmente evoluem favoravelmente.
Icterícia desaparece em 2-6 semanas. Normalização progressiva das transaminases.
Persistência da astenia por vários meses. Pode haver recidivas dos sinais clínicos em ciclos ( hep A).
Hepatite B - perda do Ag HBs e aparição do Ac anti- HBs ( sinal de cura).
Raramente hepatite fulminante ou sub fulminante.
Cronicidade nos virus B, C e D com persistencia dos virus para além dos 6 meses.

Tratamento

1. Tratamento não específico
Parar completamente o álcool
Parar ou ajustar doses de todos os medicamentos metabolizados pelo fígado

2. Tratamento específico
Hep A, D e E- Não há tratamento específico
Hep C iniciar INF alfa peguilado em monoterapia
Hep B- Só em caso de hepatite fulminante ( entecavir ou tenofovir)

3. Imunoprofilaxia ( Imunoglobulina específica anti-HBs ) em caso de contacto acidental em não vacinados, recém nascido de mãe hepatite B positivo.

Hepatite B crónica
Estável e resistente no meio ambiente,
 O HBV sobrevive até uma semana fora do corpo humano.
 No plasma, a vida média do HBV varia de 1 dia a 3 dias, enquanto nos hepatócitos a vida média pode variar de 10 dias a 100 dias.
O genoma do VHB
DNA, parcialmente de cadeia dupla, com    ~ 3200 pares de bases. A cadeia mais longa (negativa) é completa e, a cadeia
menor (positiva) é incompleta.
Há 4 cadeias de  leitura aberta (ORF, open
reading frames) na cadeia positiva do genoma:
Gene pré- S/S
AgHBs( adw, ayw, adr, e ayr )
Gene pré- C/C
AgHBe
AgHBc
Gene P
DNA polimerase/ transcriptase reversa
Gene X
Ciclo de vida HVB
Prevalência da Hepatite B
História natural da infecção pelo Virus da hepatite B
Portadores Crónicos do
Ag HBs replicantes(2/3)
História natural da Infecção crônica do HBV
Evolução dos marcadores da Hepatite B crónica
Hepatite B crónica
Quadro clínico
10-30% dos portadores HBsAg são assintomáticos
Fadiga – sintoma mais comum
 Manifestações extrahepáticas-  poliartrite nodosa, glomerulonefrite.
Laboratorial
 Função hepática alterada e, presença de actividade inflamatória e fibrótica (biópsia hepática).
Diagnóstico
Tratamento
Indicações:
Hepatite B inactiva + HBsAg positivo  + sem lesão hepática = não necessitam de tto.
  
Dça hepática activa (geralmente com aumento das transaminases), detecção da hepatite B e lesão hepática demonstrada por biópsia).
Tratamento- cont.
Objectivos:
Prevenir as complicações da infecção crónica.
Decrescer os níveis do vírus da Hep B  (HBV DNA)
Negativizar o HbeAg.
Negativizar o HBsAg.
Medicamentos:
Interferon alfa Peguilado
Lamivudine
Adefovir
Entecavir
   
Vacinação da Hepatite B
Indicações:
Recém nascidos, crianças e adolescentes menores de 20 anos
profissionais de saúde
Gestantes
Usuários de drogas
Hemofílicos
Pacientes que fazem hemodiálise
Portadores  do vírus da hepatite C, HIV, DST
Profissionais do sexo
Homossexuais
http://www.paranalise.com.br
Hepatite C
Hepatite C crónica
227 milhões de indivíduos infectados pelo VHC e estima-se que 170 milhões poderão vir a ser portadores crónicos.
Prevalência baixa em África 1- 5%.
Existem 6 genotipos (1-6).
  Genotipo 1 e 4
  Genotipo 2 e 3
  Genotipo 5( África de Sul e Moçambique)
Replicação
Não existe um sistema eficiente para o cultura de HCV, não sendo possível um estudo antigênico muito detalhado do vírus.
Os flavivírus replicam-se no citoplasma e traduzem o seu genoma RNA como proteínas longas, na qual são clivadas e geram as proteínas funcionais.
O HCV é inativado pela exposição ao calor, a 60ºC, por dez horas ou a 100ºC por dois minutos e é relativamente instável á temperatura ambiente.
Pessoas que devem ser despitadas
Usuários de drogas IV
Antecedente de transfusões de sangue ou derivados
Pacientes submetidos a hemodiálise
Filhos de mães Hepatite C positivas
Trabalhadores de saúde
Pessoas com evidência de doença crónica do fígado
Tratamento
Indicações:
Hepatite C + HCV RNA detectável.
   
Doença hepática activa.
   
Pacientes com contraindicação para Interferon.
Objectivos:
Prevenção das complicações

Eliminação do HCV do sangue (ao fim de 6 meses).
   
Esquemas para o tratamento da Hepatite c
Algoritmo tratamento Genotipos 2 e 3
Algoritmo tratamento  Genotipos 1 e 4
Complicações da Hepatite viral crónica
Cirrose
Carcinoma Hepatocelular
Falência Hepática
 Distribuição de genótipos HBV e HCV  em 212 dadores  de sangue infectados -HCM

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