quinta-feira, 14 de novembro de 2013

supra renal


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n

 


  PATOLOGIA DA SUPRA RENAL

n  GLÂNDULA SUPRA RENAL

nSão 2, localizam-se no polo superior dos rins.

nCada uma delas se compõe de duas glândulas distintas tanto pela sua origem embrionária como por sua estrutura histológica e por sua  função : o córtex e a medula.

nO córtex supra-renal é de origem mesodérmico e sintetiza hormonas corticoides :

  * mineralocorticoides - zona glumerulosa

  * cortisol - zona fasciculada

  * androgénios - zona reticulada

nQuimicamente são todas esteróides.

nA ausência de cortisol é incompatível com a vida.

nA produção de cortisol e de androgénios (zonas fasciculada e reticulada) é regulada pelo ACTH.



n  GLÂNDULA SUPRA RENAL

nA medula supra-renal é de origem ectodérmica e pertence ao sistema simpático. A sua função é secretar catecolaminas: adrenalina e noradrenalina.

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nA ausência de função não é incompatível para a vida já que pode ser suprida pelo resto do sistema simpático.


  Biosíntese das hormonas corticosuprarenais

 

mineralocorticoides    glucocorticoides    androgénios

 

     aldosterona         cortisol  DHEA, DHEA sulfato +

   ( produto final )      ( produto final )       androstendiona    

     ( produtos finais )

§

n  GLÂNDULA SUPRA RENAL

  Regulação e transporte


       HIPOTÁLAMO

 

                   CRF

 

  ADENOHIPÓFISE

 

                 ACTH

 

     SUPRA-RENAL


          CORTISOL + ANDROGÉNIOS

 

           PERIFERIA

 

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n  GLÂNDULA SUPRA RENAL

nFactor importante : a secrecção de ACTH e de cortisol não é igual em todas as horas do dia; ela adopta um ritmo circadiano : o seu nível + baixo é à meia-noite e o + elevado às 8 h.


n75% do cortisol circula ligado a uma proteína específica, a CBG ; 15% ligado à albumina e 10% livre.

 

na secrecção de mineralocorticoides não depende do eixo hipotálamo-hipofisário, estando ligada ao metabolismo hidrosalino;  os principais estímulos para a secrecção de mineralocorticoides são a angiotensina II e III (sistema RAA ) e a hipercaliémia.

 

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n  GLÂNDULA SUPRA RENAL

  Principais efeitos biológicos dos glucocorticoides


nacções metabólicas  efeitos indesejáveis

  hidratos de carbono

  aumento da gluconeogénese  hiperglicémia, glicosúria

     captação de glc pela célula    hiperinsulinismo 2ário

  gorduras

  aumento da lipólise   obesidade fasciotroncular

  amento do glicerol e ác. gordos

  proteínas

   aumento do catabolismo  atrofia e debilidade muscular

     síntese do colagénio  osteoporose e atraso na    cicatrização das feridas

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n  GLÂNDULA SUPRA RENAL

Principais efeitos biológicos dos glucocorticoides


nacções metabólicas  efeitos indesejáveis

  água e electrólitos

    aumenta a retenção de sódio     edema

    aumenta a libertação de HAD

       sistema vascular periférico

      efeito das catecolaminas

      produção hepática de                  HTA

       angiotensinogénio

  estômago

      secrecção gástrica         úlcera péptica

  acção sobre os processos orgânicos

        formação de AC e imunidade celular

        mecanismos fagocitários  susceptibilidade às infecções

 


n  GLÂNDULA SUPRA RENAL

nPrincipais efeitos biológicos da aldosterona ficam limitados à regulação do metabolismo de sódio e potássio :


Ø A diminuição da aldosterona leva à perda de sódio e retenção de potássio;

ØO aumento da aldosterona leva à retenção de sódio e perda de potássio;

 

nPrincipais efeitos biológicos dos androgénios adrenais têm significados distintos nos 2 sexos :


Øno homem são efeitos ligeiros porque menos de 5% da testosterona circulante provém da transformação periférica da androstendiona adrenal;

Øna mulher esta é quase a única fonte de androgénios.

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n  GLÂNDULA SUPRA RENAL

nMedula supra-renal

Øsecreta adrenalina e noradrenalina após o estímulo de acetilcolina libertada das fibras pré-ganglionares que inervam a medula.



nEfeitos biológicos das catecolaminas

Øaumentam a F.C. e a contracção miocárdica(B1) ; vasoconstrição periférica (alfa)

ØHTA ; aumenta o nível da glicémia ( por   da produção hepática e     da    utilização periférica ).

 

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n  HIPERFUNÇÃO DO CORTÉX S.R.

  CLASSIFICAÇÃO


nHiperfunção Glucocorticoidea

    Síndrome de Cushing


nHiperfunção mineralocorticoidea

    Hiperaldosteronismo 1ário

    Hiperaldosteronismo 2ário


nHiperfunção androgénica ou Síndrome adrenogenital

nHiperfunção estrogénica


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n  SÍNDROME DE CUSHING

nDEFINIÇÃO : desordem metabólica que resulta da excessiva secrecção de cortisol pelo córtex SR e que afecta o metabolismo de HC, proteínas e lípidos.


nCAUSAS :

ØI . HIPERPLASIA DA S.R.

  2ária à hiperprodução hipofisária de ACTH

      * disfunção hipotálamo-hipofisária

     * adenomas produtores de ACTH

  2ária a tumores não endócrinos produtores de ACTH ou CRH

ØII . HIPERPLASIA NODULAR S.R.

ØIII . NEOPLASIA S.R.

   * adenoma  ;   * carcinoma

ØIV . CAUSAS EXÓGENAS IATROGÉNICAS

   * administração prolongada de glucocorticoides

NOTA : Terapia com glucocorticoides é a causa mais comum do Síndrome de Cushing.



   


n  SÍNDROME DE CUSHING

nSÍNDROME DE CUSHING ENDÓGENO


  É consequência de 3 processos patológicos distintos :

Ø1. Doença de Cushing (68-80%) : devido a um microadenoma da hipófise que produz quantidades excessivas de ACTH


Ø2. Síndrome de Cushing supra-renal (17%) : resulta da produção autónoma de cortisol por um tumor da supra-renal (adenoma, Ca). Está associado à supressão de ACTH.


Ø3. Síndrome de Cushing ectópico (15%) : resulta da produção autónoma de ACTH por neoplasias extra-hipofisárias. Há elevação marcada de ACTH plasmática (pulmão, pâncreas, timo, próstata).

n


n  SÍNDROME DE CUSHING

   CRH  CRH  CRH

 

n

  ACTH  ACTH  ACTH

 


    CORTISOL  CORTISOL  CORTISOL 

 

       ACTH

 

  NEOPLASIA 1ária  PRODUÇÃO  DOENÇA DE

  DA S.R.  ECTÓPICA DE ACTH  CUSHING


NOTA : das causas endógenas a Doença de Cushing é a mais frequente


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n  SÍNDROME DE CUSHING

  QUADRO CLÍNICO


Øhábito constitucional característico ( face em "lua cheia" ) - 97% ;

Øaumento do peso corporal  ( obesidade faciotroncular )- 94%;

Øfadiga e debilidade - 87% ;

ØHTA - 82% ;

Øhirsutismo – 80 % ;

Øamenorreia - 77% ;

Øestrias cutâneas - 67% ;

Ødistúrbios psiquiátricos - 66% ;

Øequimoses - 65% ;

Øedemas - 62% ;

Øoutros : miopatia proximal, intolerância à Glc, acne, osteoporose, infecções cutâneas por fungos

Ø

n  SÍNDROME DE CUSHING

nDIAGNÓSTICO


  A abordagem diagnóstica dos doentes com suspeita de Síndrome de Cushing consiste em 2 fases :

ØA. estabelecer a presença de hipercortisolismo

ØB. diferenciar a causa do Síndrome de Cushing


  A. Estabelecer a presença de hipercortisolismo


ØTeste de supressão com Dexametazona

  Método : Dar Dexametazona às 23 h, 1 mg oral, e medir o cortisol plasmático às 8 h do dia seguinte.

  Interpretação :

  cortisol plasmático > a 10ug/dl indica hipercortisolismo - supressão neg.

  cortisol plasmático < a 5 ug/dl exclui hipercortisolismo - supressão   pos.

Ø

Ø

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n  SÍNDROME DE CUSHING

ØDeterminações basais de esteróides na urina de 24 h

  Indica hipercortisolismo :

ü 1.excrecção de cortisol livre aumentada  (existe excelente correlação entre o cortisol livre no plasma e o cortisol livre na urina) ;

ü2. excrecção de 17-hidroxicorticoide (metabólito de cortisol)

ü

ØMedição do cortisol plasmático 

  Em situações normais :

üos níveis de cortisol plasmático são mais elevados entre as 6 e as 8 h os valores diminuem para menos de 50-80% entre as 22 e as 24 h.

üesta variação desaparece precocemente no curso da doença em quase todos os doentes.

üMétodo :cateterizar uma veia e colher amostras de sangue de 30-30 min. Entre as 6-8 h e as 22-24 h

üInterpretação :

  valores normais :   8-12 h          5.0-25.0 ug/dl

  20-8 h          0-10 ug/dl

ü

n  SÍNDROME DE CUSHING

nB. diferenciar a causa do Síndrome de Cushing


Ø1. Teste de Dexametazona com doses elevadas

  Distingue o Síndrome de Cushing hipofisário de outras causas (ectópico e supra-renal )

  Método : coleccionar urina de 24h para 17-OHCS

  * Dia 1 - administrar Dexametazona 2 mg de 6-6 h. Coleccionar urina de 24 h para 17-OHCS.

  * Dia 2 - administrar Dexametazona mesma dose. Coleccionar urina de 24 h  para 17-OHCS.

  Interpretação :

  * supressão > 50% de 17-OHCS urinário  (dos valores basais) no dia 2 indica Síndrome de Cushing de origem hipofisária.

  * falência de supressão indica Síndrome de Cushing S.R ou ectópico.



 

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n  SÍNDROME DE CUSHING

Ø2. Medição do ACTH plasmático (valores normais - 6-76 pg/ml)

  * Sínd. de Cushing ectópico             ACTH muito elevado

  * Sínd. de Cushing hipofisário          ACTH ligeira/ elevado

  * Sínd. de Cushing supra-renal          ACTH diminuido

n

n  SÍNDROME DE CUSHING

  SUSPEITA DO SÍND. DE CUSHING


         1. Teste de supressão com dexametazona

   com doses baixas

      2. Medição do cortisol urinário


  ANORMAL          NORMAL


Medição do ACTH plasmático

Teste de supressão c/ dexametazona (doses altas)


 

ACTH                                 ACTH  ACTH  

Sem supressão       sem supressão            supressão < 50%


TUMOR DA SR  PRODUÇÃO ECTÓPICA  DOENÇA DE CUSHING

               ACTH 

n  SÍNDROME DE CUSHING

nLOCALIZAÇÃO DA LESÃO


ØSínd. de Cushing hipofisário :

  * Rx da cela turca (10-15%)

  * TAC CE (85% dos microadenomas)


ØSínd. de Cushing supra-renal :

  * TAC da supra-renal ;

  * ecografia abdominal

  * RM  (complementa o TAC)


Ø Sínd. de Cushing ectópico : 

  * Rx do tórax ;

  * TAC e RM

n

n  SÍNDROME DE CUSHING

nTRATAMENTO

 

ØA. DOENÇA DE CUSHING

  * Hipofisectomia transesfenoidal

  * Remoção selectiva do microadenoma

  * Irradiação da Hipófise : nos adultos a remissão é de apenas 20%

 

ØB. SÍND. DE CUSHING SUPRA-RENAL

  * Remoção cirúrgica dos adenomas e Ca

  * Se Ca é não operável ou como TTo adicional pode usar-se Mitotane

 

ØC. SÍND. DE CUSHING ECTÓPICO 

  * Remoção do tumor que produz ACTH (tto de escolha)

  * Inibidores enzimáticos para reduzir o hipercortisolismo : Metirapone, Aminoglutetimida.

n

n    HIPERFUNÇÃO MINERALOCORTICOIDE 

nHIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO


Øprocesso caracterizado por excessiva secrecção de aldosterona pelo córtex supra-renal, relacionado com uma alteração primária da glândula.


Øcursa com diminuição da renina plasmática, ao contrário do que acontece com o hiperaldosteronismo 2ário à secrecção aumentada de renina.


Øa expressão clínica do transtorno consiste no aparecimento de HTA volume-dependente.


Øcalcula-se que a incidência desta doença entre a população hipertensa oscila ao redor de 1%.

Ø

n  HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO

nCLASSIFICAÇÃO


n1. Adenoma solitário ou Síndrome de Conn - (60-70%) : é a forma mais frequente da afecção.


n2. Hiperplasia micro ou macronodular bilateral - (15-30%) : consiste na hiperplasia da zona glumerulosa com aparecimento de nódulos. Manifestações clínicas menos intensas que no caso de adenoma.


n3. Hiperaldosteronismo sensível aos glucocorticoides - forma rara cujo quadro clínico remite com o tto com glucocorticoides.


n4. Outras formas   - Hiperaldosteronismo produzido por Ca da S.R;

  - forma familiar - em crianças e jovens

n

n  HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO

nESQUEMA DA FISIOPATOLOGIA


n

  Fracasso de retro           Secrecção autónoma

             regulação negativa  de aldosterona

  (mantem-se produção de

         aldosterona)


  angiotensina II   Na      K



           actividade RP

n  HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO

nQUADRO CLÍNICO


ØHTA volume dependente : cefaleias, retinopatia, cardiomegália -

Ødebilidade muscular, paralisia intermitente (devido à hipocaliémia) 

Øparestesias, cãibras musculares, tetania (devido à alcalose metabólica)

Øpoliúria, polidipsia (perda de capacidade de concentração-Nefropatia tubular)

 

nDADOS LABORATORIAIS


ØHipocaliémia (cifras inferiores a 3 mEq/l)

ØHipernatrémia

Øalcalose metabólica

Øincapacidade de concentrar a urina 2ária à tubulopatia hipocaliémica

 

n

n  HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO

nDIAGNÓSTICO


ØSuspeita clínica :  presença de HTA que cursa com hipocaliémia

  (importante diferenciar com hipertensos em tto com diuréticos eliminadores de K ).


nTestes de confirmação diagnóstica :

 

ØDeterminar a actividade da renina plasmática (ARP)

  Método :

  estabelecer uma dieta em 3 dias que contenha só 10 mEq /d de sódio.

  realizar uma amostra de sangue p/ determinar a RP ao 3º dia.

  Interpretação :

  na ausência de hiperaldosteronismo 1ário a ARP se duplica ou triplica.

  no doente com hiperaldosteronismo 1ário não se modifica. 

n

n  HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO

ØDeterminação dos níveis plasmáticos e urinários de aldosterona

  Método: Para avaliar adequadamente estas determinações deve assegurar-se que a ingestão de sódio não seja inferior a 120 mEq /d.

  Interpretação: no hiperaldosteronismo 1ário, independentemente do tipo :

  a eliminação é > a 17 ug /dl

  a aldosteronémia basal é > a 12 ng /dl


ØProvas morfológicas para confirmação de neoplasia


  TAC abdominal (diagnóstica 80% dos casos)

  Gamagrafia S.R : a glândula afectada é + activa que a contralateral


 

n

n  HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO

nTRATAMENTO


ØSíndrome de Conn (adenoma solitário) : cirúrgico.

  A supra-renalectomia unilateral consegue corrigir o hiperaldosteronismo, mas a remissão da HTA só se consegue em 70% dos casos.


Ø Hiperplasia nodular : responde mal ao tto cirúrgico.

  Tratamento médico : é obrigatório realizar uma prova terapêutica com dexametazona para demonstrar a possível existência de hiperaldosteronismo sensível aos glucocorticoides :

  Método : administrar 0.5 mg de dexametazona 6-6 h durante 2 semanas :

  Resposta positiva (embora infrequente): estes doentes podem ser  controlados com glucocorticoides

  Resposta negativa : administração definitiva de espironalactona (fármaco competitivo da aldosterona): 25-100 mg 8-8 h


n

n  HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO

nEfeitos secundários à administração prolongada da espironalactona : efeitos anti-androgénicos como ginecomastia, diminuição da líbido, impotência sexual.

n

ØCa da supra-renal : remoção cirúrgica ; tto médico paleativo se há metástases.

 

n

n  HIPERALDOSTERONISMO SECUNDÁRIO

  DEFINIÇÃO : excesso de produção de aldosterona secundária a processos extra-suprarenais.


Øhá uma estimulação excessiva do córtex S.R pela angiotensina II ;

  

Øcursa com aumento da actividade da RP e depende de processos que produzem redução do volume intra-vascular (o aumento da aldosterona leva à recuperação deste volume e restabelece o equilíbrio);


ØA denominação de hiperaldosteronismo 2ário reserva-se para as situações em que os mecanismos compensadores (de perda do volume intra-vascular) se excedem e perdem a sua finalidade homeostática.

 

n

n  HIPERALDOSTERONISMO SECUNDÁRIO

nESQUEMA DA FISIOPATOLOGIA



  Aldosterona

     Na 

   fracasso da regulação

angiotensina II  redução do vol. intravascular

 

                   

  ARP

n

n  HIPERALDOSTERONISMO SECUNDÁRIO

nPRINCIPAIS PROCESSOS QUE PODEM ORIGINAR :


ØProcessos que cursam com edemas  (passagem da Na e água para o espaço extra-celular leva à   do volume intravascular constitui um estímulo fisiológico para a secrecção de aldosterona) :

  - síndrome nefrótico; - cirrose hepática com ascite

  - edema cíclico idiopático ; - Ins. cardíaca congestiva

ØProcessos que cursam com HTA renina-dependente

  - estenose da artéria renal

  - tumores renais secretores de renina; - diversas nefropatias

  - coartação da aorta; - HT maligna

  - terapêutica estrogénica

Ø Síndrome de Bartter (hiperplasia do aparelho justaglomerular c/ aumento da  síntese de  renina e angiotensina II).


  


n
 
  
SÍNDROMES HIPERANDROGÉNICOS

ØSão causados por uma produção excessiva de DHEA e androstendiona que se transforma em testosterona nos tecidos extra-glandulares.


ØO aumento  de androgénios de origem SR pode ser isolado (se a alteração é única) ou "misto" (se se acompanha do aumento de outras hormonas do córtex) .


  Sinais e Sintomas

ØClassificam-se em 4 categorias :

§hirsutismo : crescimento aumentado do pêlo em mulheres  e com distribuição masculina

§oligomenorreia

§acne

§virilização : inclui clitoromegália, calvice, engrossamento do pêlo, voz      rouca, hirsutismo, perda de contornos femininos

 

Ø

n

n  SÍNDROMES HIPERANDROGÉNICOS

nEtiologia

 

ØCongénita  (hiperplasia)  - surge por defeitos enzimáticos totais ou parciais.

  É o transtorno SR + frequente na infância.

  Associa-se a uma  diminuição da produção de glucocorticoides.

  Os déficits parciais manifestam-se depois da adolescência, especial/ com hirsutismo, oligomenorreia e sinais mínimos de virilização, na mulher.

üOs déficits totais manifestam-se com virilização no momento do nascimento:genitais externos ambíguos (pseudohermafroditismo feminino) no sexo feminino e o aumento do tamanho dos genitais no sexo masculino.

o

ØAdquirida : adenoma, carcinoma .

n

n  SÍNDROMES HIPERANDROGÉNICOS

nDIAGNÓSTICO

  Considerar hiperplasia congénita em crianças pequenas com :

  - atraso de desenvolvimento

  - episódios de insuficiência SR aguda

  - perda de sal

 

  A confirmação é feita ao demonstrar-se :

  - hipertrofia do clítoris, fusão dos lábios genitais ou do seio urogenital - precocidade isosexual

n

n  SÍNDROMES HIPERANDROGÉNICOS

nDIAGNÓSTICO DIFERENCIAL


  As causas de hirsutismo se classificam em 4 amplas categorias :

Øfamiliar não se acompanham de outros sinais de hiperandrogenismo

ØIdiopática (oligomenorreia, acne ou virilização)

Øpor excesso de androgénios   (causa suprarrenal) 

Øpor fármacos  (como fenitiazinas, minoxidil e difenilhidantoína)

ØNa mulher é ainda importante descartar uma causa ovárica :

  * ovários poliquísticos - associam-se + a hirsutismo que a virilização

  * tumores produtores de testosterona - associam-se a virilização


nTRATAMENTO


ØDa hiperplasia congénita - administração diária de glucocorticoides para suprimir a secrecção de ACTH pela hipófise.

ØDos adenomas e carcinomas - remoção cirúrgica ou tto paleativo

 


 


n

n  HIPOFUNÇÃO DO CÓRTEX SUPRA-RENAL

ØDivide-se em duas grandes categorias :

§incapacidade primária das glândulas SR (Dça de Addison)

§insuf. 2ária à falta de secrecção da ACTH

 

nI. DOENÇA DE ADDISON

ØDeve-se à destruição progressiva e global do córtex SR.

ØPara que apareçam os sinais de insuficiência é necessário que se destrua + de 90% das glândulas.

ØSurge em qualquer idade e atinge ambos os sexos


  ETIOLOGIA :

Ødoenças granulomatosas crónicas (tuberculose, histoplasmose e criptococose),CMV, MAIC, sarcoma kaposi. 

Øatrofia idiopática de mecanismo auto-imune.

Øa suspeita clínica de insuf. SR deve ser alta nos doentes com SIDA. As manifestações clínicas nestes doentes não são frequentes.

 

 

 

Ø

Ø

nHIPOFUNÇÃO DO CÓRTEX SUPRA-RENAL

nSinais e Sintomas


Øalterações gerais : astenia, anoréxia, perda de peso.

Øpele e mucosas : hiperpigmentação (+ na face e dorso das mãos).

  pilosidade axilar e pubiana diminuidas.

Øaparelho circulatório : hipotensão arterial,   do vol. plasmático, e do DC

  aparelho digestivo : nauseas, vómitos, diarreia, dor abdominal difusa

Øsistema nervoso : alterações da personalidade com irritabilidade e  inquitude excessivas, síndrome depressivo e estados confusionais, síncope.


n

n  HIPOFUNÇÃO DO CÓRTEX SUPRA-RENAL

nPrincipais alterações associadas ao déficit de aldosterona

 

Øpor perda excessiva de sódio

  hiponatrémia, diminuição do líquido extra-celular, hipovolémia

  hipotensão arterial, síncope postural, diminuição do débito cardíaco, astenia, perda de peso.

 

Øpor diminuição da eliminação renal de potássio

  hiperpotassémia

  debilidade muscular

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n  HIPOFUNÇÃO DO CÓRTEX SUPRA-RENAL

nDADOS LABORATORIAIS


Øhiponatrémia, hipercaliémia

Ødiminuição do cortisol e aumento do ACTH plasmático e urinário

Ø

nTRATAMENTO


ØConsiste na administração correcta de hormonas corticosupra-renais que as glândulas não podem secretar :

Øa cortisona (25-37 mg/d) é a base do tratamento (pode ser substituída pelo cortisol (20-30 mg/d) ou prednisona ( 5-7.5 mg/d ).

Øpara substituição do componente mineralocorticoide deve administrar-se um suplemento hormonal de fludrocortisona (0.05 a 0.1 mg via oral).

Øo tto de substituição com mineralocorticoides controla-se medindo a TA (que normaliza) e os electrólitos séricos (ureia, creat, Na e K).

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n

n  HIPOFUNÇÃO DO CÓRTEX SUPRA-RENAL

nInsuficiência corticosuprarrenal 2ária


Øé causada pelo déficit hipofisário de ACTH

  habitualmente é parte integrante do hipopanpituitarismo (Síndrome de Sheehan).

Ødistingue-se da doença de Addison pelas seguintes características :

  * ausência de hiperpigmentação cutâneomucosa

  * conservação da função mineralocorticoide

  * presença de alteração de outras hormonas adenohipofisárias (com hipofunção tiroidea e gonadal )



n  HIPOFUNÇÃO DO CÓRTEX SUPRA-RENAL

nINSUFICIÊNCIA CORTICOSUPRARRENAL AGUDA (Crise addisoniana)

 

ØÉ uma falência global e súbita da função do córtex supra-renal.

  pode surgir num doente com Ins. SR crónica 1ária ou 2ária, quando sujeito a uma situação de stress como cirúrgia, traumatismo grave ou doença aguda.

ØNestas situações há necessidade aumentada de glucocorticoides.


ØEm doentes sem patologia anterior das SR :

  * adultos - enfarto hemorrágico adrenal bilateral ( por transtornos da coagulação     ou tto anti-coagulante ), - suspensão brusca de esteróides em doentes c/ atrofia SR 2ária à administração crónica de esteróides   

  *crianças - septicémia por pseudomonas ou meningococémia (Síndrome de Waterhouse Friderichsen )

Øos doentes apresentam náuseas, vómitos e dor abdominal intensas, letargia marcada que evolui para sonolência e shock hipovolémico.

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n  HIPOFUNÇÃO DO CÓRTEX SUPRA-RENAL

ØO tratamento consiste em restaurar o déficit de glucocorticoides, de sódio e de água :

  * 100 mg de cortisol EV de imediato, seguido de cortisol em infusão contínua - 10 mg/h.

  * correcção da desidratação com solução salina isotónica.

  O tto com suplementos de mineralocorticoides só são necessários quando se passam os glucocorticoides para dose de manutenção.

n

n  HIPERFUNÇÃO DA MEDULA SUPRARRENAL
 

nFEOCROMOCITOMA


Øé um tumor pouco frequente, caracterizado pela produção e libertação excessiva para a circulação de catecolaminas (pelas células cromafins). A incidência é maior entre os 20 e os 60 anos e atinge ambos os sexos.


Øem redor de 10% se comportam como malignos ; 80% são únicos e localizados na suprarrenal, 10% bilaterais, e 10% são de localização extra-adrenal.


Øa causa é desconhecida ;  em alguns casos forma parte da NEM tipo II (onde o feocromocitoma se associa ao Ca medular da tiroide e ao hiperparatiroidismo).


Øa patogenia consiste na ligação das catecolaminas libertadas (adrenalina e noradrenalina) aos receptores alfa e B.

 

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n  HIPERFUNÇÃO DA MEDULA SUPRARRENAL

nQUADRO CLÍNICO


ØHTA (pelo efeito da noradrenalina ao ligar-se aos receptores adrenérgicos)

   * mantida - 60% (tendo metade crises paroxísticas associdas)

  * paroxística - 40%

ØCefaleias, sudorese profusa, palpitações e sensação de angústia, caracterizam as crises paroxísticas

ØManifestações cardíacas : taquicardia, arritmias supraventriculares, ESV, lesões isquémicas (por  aumento  do consumo do O2 pelo miocárdio)

ØAlterações metabólicas (efeito da adrenalina sobre os receptores B) :

  * intolerância à glc

  * perda de peso (por aumento do metabolismo basal)

 

n

n  HIPERFUNÇÃO DA MEDULA SUPRARRENAL

nDIAGNÓSTICO


nI . Métodos de confirmação diagnóstica


Ødeterminação na urina de 24 h das catecolaminas totais ou ácido vanilmandélico (também se podem determinar as catecolaminas fraccionadas : adrenalina e NA ).

  * catecolaminas totais 100 ug ( adrenalina - 20 ; NA - 80 )

  * ácido vanilmandélico 7 mg

Ødeterminação das catecolaminas plasmáticas (aplicação muito limitada) > 2000 pg/ml sugere o diagnóstico


nII. Meios de diagnóstico para localização do feocromocitoma

  * ecografia e TAC abdominal; * aortografia abdominal (descartar tumor abdominal de localização extra-adrenal );* gamagrafia SR.


n

n  HIPERFUNÇÃO DA MEDULA SUPRARRENAL

nPROGNÓSTICO

Øsem tto o prognóstico é reservado. Os doentes morrem das complicações da HTA ( encefalopatia, ACV, I.Renal, EAP .... )

Øa sobrevivência após remoção cirúrgica do tumor benigno é de 95% ao fim de 5 anos ; do tumor maligno é inferior a 50% no mesmo período.


nTRATAMENTO

Øo tto curativo único é a extirpação cirúrgica.

Øa anteceder a intervenção deve fazer-se um bloqueio alfa-adrenérgico com fenoxibenzamina : 10 mg 12-12 h até ao controle da TA (início 10-14 dias antes da operação).

Øo bloqueio B-adrenérgico deve iniciar-se quando surge a taquicardia como consequência do bloqueio alfa ou quando surgem arritmias induzidas pela grande quantidade de catacolaminas em circulação (propanolol - 40 mg/d).


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