terça-feira, 4 de dezembro de 2012

ESTUDOS EPIDEMIOLOGICOS


2.1.-ESTUDOS DESCRITIVOS.

A epidemiologia descritiva tem como essência a determinação da
frequência da doença na população, o tipo de indivíduos ou
populações que sofrem da doença, tendo em conta que a descrição
de uma doença implica sempre a referência do lugar e tempo que
ocorre a mesma
mesma.

É definido como sendo um estudo que apenas diz respeito e é planeado
com o fim de descrever a distribuição existente de variáveis

Na prática, o estudo descritivo descreve os padrões de ocorrência de
doença por tempo, local, e pessoa.


Aplicações de estudos descritivos

• No planeamento da saúde e da sua administração: os estudos
descritivos e a análise dos seus resultados permitem aos
planificadores e administradores distribuir os recursos de uma
maneira mais eficiente.
• Também são usados para gerar hipóteses, fornecendo, muitas vezes,
as primeiras pistas importantes acerca da etiologia.


2.1.1.- Correlacionais ou ecológicos

Os dados neste tipo de estudo estão colhidos a nível da população ou
grupo e não a nível individual.
Isto quer dizer que as conclusões que vamos tirar deste tipo de estudo
serão também a nível da população e não individual.
Comparam se,
Comparam-se por tanto dados de frequência de doenças entre
tanto,
diferentes grupos ou populações.
É nos grupos que se mede a exposição, e se regista a ocorrência do
evento no estudo.
A característica principal deste tipo de estudo é que a informação que se
obtêm sobre o evento ou sobre a exposição será de um aglomerado na
sua totalidade desconhecendo-se a informação a nível individual.

Vantagens e desvantagens dos estudos ecológicos
*Vantagens :                              
- Podem se estudar grandes grupos populacionai                                                    -São fáceis de realizar                                       •                          
-Aumenta o poder estatístico
-Podem ser levados a cabo com a informação já disponível utilizando informação de estatísticas vitais.
*Desvantagens: Não temos informação dos indivíduos não se pode ajustar por diferenças a nível individual;
- Não se pode ter informação
sobre os factores de confusão,

2.1.2.- Transversais ou estudos de prevalência

Nos estudos transversais mede-se a exposição e o desfecho simultaneamente, sem fazer nenhum seguimento temporal. Só se faz a medição do desfecho num momento determinado. Uma das características importante deste tipo de desenho é que não permite estabelecer uma relação temporal entre o factor de risco e o desfecho.

-São aqueles em que se determina a presença ou ausência de doença ou outras
variáveis relacionadas com a saúde, em todos os membros da população de estudo
ou em uma amostra representativa, em um tempo determinado
• Dá uma fotografia quando comparamos com os outros estudos que é um vídeo.
• Exemplos: Osteoartrite, SIDA, bronquite crônica, doenças mentais, hanseníase,tuberculose.
Estudos transversais

População geral >Selecção aleatória>>População do estudo>>Determina-se o antecedente da exposição e a ocorrência do evento na população do estudo

Características


• É um corte no fluxo histórico da doença, evidenciando as
características apresentadas por ela naquele momento.
• Desfecho e exposição acontecem num mesmo ponto no tempo.

Etapas do Delineamento

1) Definir claramente os objectivos do estudo. Estes podem
incluir um ou mais dos abaixo:
a) Medir a prevalência de uma ou mais doenças (D);
b) Medir a frequência de exposições (E);
c) Avaliar associação estatística entre D e E;
d) Avaliar efeito - estimativa de risco (RP).

2) Estabelecer critérios diagnósticos, definir as exposições e
respectivos pontos de corte

- variáveis dependentes (desfechos)
É necessário fazer definições operacionais das doenças (diarréia,
hipertensão, desnutrição).
- variáveis independentes (factores de risco)
É necessário definir claramente as exposições a serem consideradas
(fumo, álcool, classesocial). Definir (se necessário) o período de
indução (exposição actual x exposição passada)


3) Descrever a população alvo - (população que a amostra
“pretende” representar)
Delimitação e definição - geográfica, idade, Sexo, etc.

4) Definir e descrever a amostra (população em estudo)
Definir tipo de amostragem, onde e como ela será colhida além de, critérios de inclusão e exclusão.


5) Calcular o tamanho da amostra
Para determinar o tamanho d amostra, é necessário especificar:
• poder estatístico (1-beta) - em geral se usa 80% ou 90%
• Nível de significância (alfa) - em geral se usa 5%
• Razão entre expostos e não expostos
• Estimativa de prevalência entre os expostos e entre os não
expostos
•Estimativa de risco para os expostos

Etapas da análise


1) Obter frequências de todas as variáveis de
interesse (doença ou relacionados, fatores de risco,
fatores de confusão), e examinar sua distribuição.
2) Escolher pontos de corte para as variáveis
quantitativas (se for o caso).
3) Calcular a frequência dos factores de interesse
(ou calcular médias e desvios padrão - se forem
variáveis quantitativas).
4) Calcular intervalos de confiança para estas
estimativas.
5) Fazer análises bivariadas cruzando os factores de risco com a
doença.
Observar:
a) prevalência em cada categoria do factor de risco
b) teste de associação (ex.: qui-quadrado)
c) calcular a Razão de Prevalências (RP) e seu Intervalo de Confiança
(IC)
6) Examinar a existência de possíveis factores de
confusão - fazendo análise estratificada.
7) Se for o caso realizar análise multivariada
caso,
controlando simultaneamente diversos fatores de
risco e/ou confusão, com os mesmos métodos acima.
Nota: Em cada etapa, elaborar tabelas e/ou gráficos
para fazer a “leitura” dos resultados.
Vantagens e desvantagens










VANTGENS: Eficientes para estudar a prevalência nas populações;
Podem estudar-se varias exposições; São pouco custosos e levam pouco
tempo; Pode-se estimar a prevalência do evento; Estuda mais de uma enfermidade ;Serve como primeiro passo aos estudos prospectivos.
DESVANTAGENS: Problemas para definir e medir exposição; Erros de selecção;  A ralação causa e efeito nem sempre é verificável; A causalidade determinada é débil; Falta de sequência temporal; Pouco úteis para doenças pouco  frequentes'





2.1.3.- Vigilância epidemiológica

Consiste na analise, interpretação e feedback de dados colhidos de forma
continuada e sistemática, usando normalmente métodos que se caracterizam por
ser práticos, uniformes e rápidos mais que pela sua precisão.
É uma ferramenta muito importante para o planeamento, implementação e
avaliação da pratica na saúde publica, estreitamente relacionada com uma
disseminação rápida da informação a toda agente que pode precisar dela.
O ponto final do sistema de vigilância epidemiológica é a aplicação dos dados na
prevenção e controle das doenças.
A notificação de casos e vacinados a nível distrital é um exemplo típico.

2.1.4. Série de casos

•Descrevem características socio-demográficas, comportamentais e/ou médicas, de uma ou mais pessoas, com um diagnóstico similar
• Fornecem uma importante ligação entre a Medicina clínica e a epidemiologia.
• Este tipo de estudo é útil para gerar hipóteses e examinar novas doenças.
• As suas conclusões sobre a causa ou os factores de risco não podem ser testadas sem a realização de estudos analíticos.
•Os estudos descritivos constituem um dos primeiros passos em investigação de
surtos; este tipo de estudos deve ser realizado sempre antes de se iniciarem os
estudos analíticos adicionais.


2.2.- ESTUDOS ANALÍTICOS

O objectivo mais importante da epidemiologia analítica é avaliar a
validade de uma hipótese de associação entre uma exposição (ou
factor de risco) e uma doença (ou desfecho) estabelecidas pela
epidemiologia descritiva, comparando se um determinado factor previne
ou predispõe a certa doença. A característica fundamental destes estudos
é a comparação explicita entre dois grupos de indivíduos.
Estes estudos dividem-se em duas grandes categorias: Observacionais e De Intervenção. A diferença principal é o papel que o investigador desempenha.


2.2.1.-Estudos Observacionais

Há 2 tipos de estudos observacionais: Cohorte e de Caso - Controlo.
A- CASO - CONTROLO: o investigador escolhe um grupo de indivíduos que
apresenta o desfecho - casos - e outro grupo com as mesmas
características que os casos mas sem apresentar o desfecho -controles.
Posteriormente o investigador procura ver em cada um dos indivíduos dos
dois grupos quem esteve exposto ao factor de risco e se comparam
as proporções de indivíduos expostos ao factor de risco entre os dois grupos.
•Trata-se de um estudo que tem inicio com a identificação das pessoas com a
doença e de um grupo de pessoas controle (para comparação ou termo de
referencia) a determinadas exposições:
Exp: Insuficiência Cardíaca x Sem Insuficiência
•A relação de um factor de risco (atributo) com a doença é comparada a
frequência do atributo nos grupos com e sem doença
•Designam este tipo de estudo de retrospectivo porque tem inicio depois do
começo da doença e investiga a ocorrência de factores causais.

vantagens e desvantagens
• Vantagens
• Uso em doenças pouco frequentes; Óptimos para estudar doenças com períodos de latência prolongados; Podem se estudar varias exposições em
simultâneo; São menos custosos e podem se realizar
em menos tempo; Avalia o risco de doença em relação a exposição.

•• Desvantagens
•Problema para definir populações fonte
dos casos; Difícil estabelecer sequencia temporal entre exposição e doença; Introduz erros sistemáticos e de classificação; Não estuda mais de uma doença; Precisa aproximar o risco relativo com  “odds ratio”; Não se podem estimar de forma directamedidas de incidência ou prevalência.

“Odds ratio” OR = ad/bc

Exemplo
• A infecção com HIV é muito rara na Croátia e todos os doentes
vão ao mesmo hospital

• O investigador quer saber os riscos para HIV em marinheiros
• Ela escolhe o desenho caso-controle porque o desfecho (HIV) é
raro

• Pergunta de pesquisa:
Em uma população de marinheiros croatas, é o sexo com um
trabalhador de sexo na África associado com infecção por HIV?

• Ele escolhe como os casos todos os marinheiros com HIV no
registro do hospital

• Como vai escolher os controles?
• Precisa “match”? Com quais critérios?


B- ESTUDO DE COORTE: nos estudos de coorte se escolhem indivíduos expostos
e não expostos ao factor de risco e são acompanhados durante um certo período
de tempo. O investigador vai registando a frequência com que os indivíduos de
cada grupo desenvolvem a doença. Em relação ao eixo tempo estes estudos podem se classificar em retrospectivos ou históricos e prospectivos. Segundo seja que no momento de iniciar o estudo já se tenha produzido a doença ou não, respectivamente.

Estudo de Coorte

Pacientes com uma determinada exposição, são seguidos durante um período e, comparados com outros pacientes sem esta exposição, para se verificar se desenvolvem um determinado desfecho:
Ex: Pacientes com HAS e sem HAS
– quantos desenvolvem ICC ?
• Entre os estudos observacionais é o desenho que mais se
assemelha ao desenho experimental
• Tem um alto valor na escala da causalidade porque permite
verificar a relação causa efeito correctamente no tempo

Característica principal:
• Longitudinalidade
(seguimento-“follow-up”):
compara a experiência ao longo do tempo de um
grupo exposto e outro não exposto (fatores de risco, fatores protetores) indo de encontro às conseqüências da exposição (doentes/sobreviventes, evento/ausência do evento).
• Exposição>>>Desfechos


Classificação:

•Prospectivos: a exposição é medida no momento de seleção
dos sujeitos e o(s) evento(s) durante o seguimento;

•Retrospectivos: informação sobre a exposição (e ás vezes
também sobre o(s) evento(s)) são coletadas através de registros já existentes.

Vantagens e desvantagens
Vantagens
• São os mais próximos aos experimentais • • A relação temporal causa efeito é verificável;  Bom para avaliar exposições pouco frequentes; Analisa muitos efeitos duma só exposição; Baixo risco de viés de selecção;  Inclue individuos seleccionados apartir de selecção; Calcula a incidência em expostos e não expostos.
                                                 f

•Desvantagens
Quando se trata de eventos pouco frequentes a complexidade e o custo pode aumentar muito, já que requer estudar e seguir uma população grande; Inútil para estudar doenças pouco frequentes; São difíceis de realizar; Custo elevado; Larga duração; Perda de seguimento.



2.2.2.- Estudos de intervenção

Neste tipo de estudo o investigador é quem decide que indivíduos vão
estar expostos ao factor de risco ou factor de protecção.
A distribuição entre grupos deve ser ao acaso para assegurar que os
grupos são totalmente comparáveis em todas as características a
excepção da exposição.

Este tipo de estudo quando é feito ao acaso, controlado com placebo e a
duplo cego são a ferramenta mais poderosa e cientificamente válida para determinar a eficácia de novas intervenções sanitárias.

C- Ensaios clínicos


Os ensaios clínicos aleatorizados são estudos experimentais que quando se
realizam de forma adequada proporcionam o grau máximo de evidencia
para confirmar a causa efeito entre a exposição e o evento em estudo.
•O investigador tem um controle sobre a distribuição da exposição que se
realiza de uma forma aleatória
•Porque são estudos prospectivos, longitudinais em que a unidade de analise
prospectivos é o indivíduo, permite a prevenir factores confusores e viés.
•A única diferença entre os grupos deve ser a substancia activa da exposição
no estudo
•A comparabililidade entre os grupos só será possível se os grupos forem
semelhantes em todas características que podem ter relação com o evento e
com a forma em que actua a exposição o que raramente obtém.
Como alternativa de se obter a comparabilidade entre os grupos é utilizar a
aleatorização.

Vantagens e desvantagens
• Vantagens: É o padrão de ouro por ser um método amplamente aceite;Assegura a comparação entre os grupos evitando os vieses tão comuns
estudos não experimentais; Aproxima-se o mais possível da realidade.

• Desvantagens: Tem problemas éticos; Podem não ser exequíveis; São caros;  Não são aplicáveis a estudos de resultados raros das doenças; Levam períodos longos.

Introdução à Epidemiologia

   

 Introdução à Epidemiologia



O que é Epidemiologia (síntese)?

“Epidemiologia é o estudo da distribuição e dos determinantes de estados ou eventos relacionados à saúde em populações específicas e suas aplicações no controlo de problemas de saúde” (Last,1988).

OS PROPÓSITOS E USOS DA EPIDEMIOLOGIA

Lilienfield A e Stolley: em Foundations of Epidemiology.
1. Esclarecer a etiologia.
2. Avaliar a frequência com as hipóteses de laboratório.
3. Prover as bases para prevenção.


O diapositivo prévio mostra taxas de mortalidade por classes de bilhetes no Titanic, um grande Navio de passageiros que afundou após colidir com uma ponta de montanha de gelo (iceberg) em 1912
   
 USOS DA EPIDEMIOLOGIA

1 .  DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE

      Epidemiologia descritiva: Faz parte do processo de diagnóstico epidemiológico a organização dos dados, de maneira a evidenciar as freqüências do evento, em diversos subgrupos da população, de modo a compara-los.

2 .    INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA

    Abordagem unicausal

    Abordagem multicausal

3.     DETERMINAÇÃO DE RISCOS

 CONCEITO DE RISCO
As chances de que algo aconteça podem ser expressas como um RISCO ou como uma probabilidade (ODDS):
RISCO = a chance de que algo aconteça
                 a chance de que tudo aconteça
ODDS = a chance de que algo aconteça
                a chance de que tal não aconteça
   
4 .    APRIMORAMENTO  NA DESCRIÇÃO  DO QUADRO CLÍNICO

Características clínicas

Evidências laboratoriais

5 . DETERMINAÇÃO DE PROGNÓSTICOS
Factor de Prognóstico
Generalização dos Resultados

6 .   IDENTIFICAÇÃO DE SÍNDROMES E CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS


Observações epidemiológicas que auxiliaram a identificação de doenças

Actualização permanente da Classificação Internacional de Doenças


7 .      VERIFICAÇÃO DO VALOR DE PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS
Sensibilidade

Especificidade

Valor preditivo: positivo e negativo
8 . PLANIFICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS

    As informações referentes à magnitude  e à distribuição dos problemas de saúde, dos factores de risco e das características da população;
Os resultados de estudos epidemiológicos, que forneçam informações sobre factores de risco e agravos à saúde, e o impacto das diversas formas de intervenção;
As informações sobre os recursos  financeiros, humanos e materiais


9 . AVALIAÇÃO DAS TECNOLOGIAS, PROGRAMAS OU SERVIÇOS

DETERMINAÇÃO DE RELAÇÃO CAUSA-EFEITO

NÍVEIS  DE AVALIAÇÃO:
              EFECTIVIDADE
              EFICÁCIA
              EFICIÊNCIA
             
10 .   ANÁLISE CRÍTICA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS

métodos de investigação – indagação científica
fontes de dados – validade interna
modo de selecção – viés de selecção
variáveis que confundem a interpretação dos resultados – viés de aferição
Método científico como método epidemiológico

O método epidemiológico é a aplicação do método cientifico geral aos problemas particulares da epidemiologia.
É o conjunto de procedimentos e técnicas aplicadas ao estudo de uma doença como fenómeno social (na comunidade).
1º passo - Definição do problema e esclarecimento dos objectivos
2º passo - Avaliação da informação existente
3º passo - Formulação de hipóteses
4º passo - Teste das hipóteses
5º passo - Conclusões e aplicações práticas




Abordagem clínica

 Espectro epidemiológico
A interacção dos agentes causadores da doença com a comunidade ou grupos humanos, tem como consequência uma resposta comunitária, conhecida por
ENDEMIA, SURTOS EPIDÉMICOS, EPIDEMIA, PANDEMIA e CASOS ESPORÁDICOS

Epidemia
É o momento da história natural das doenças nas colectividades humanas, caracterizado pela aparição de uma enfermidade ou transtorno em uma população de um território em número superior ao esperado.
 
 Endemia 
Transtorno ou enfermidade de aparição constante em uma área especifica
Endemia vs. Epidemia
 
PANDEMIA

Enfermidade que afecta simultaneamente a pessoas de distintos países ou de mais de um continente em números claramente superiores aos esperados.

 Hiperendemia.

Quando numa comunidade se observa, durante tempo indefinido e num território geográfico determinando, um número alto mas habitual dos casos, podemos dizer que existe uma situação de HIPERENDEMIA

Hipoendemia

Devido a causas naturais (em longos períodos de tempo) ou a do homem  (modificando o ecossistema) pode diminuir a frequência de casos mantendo-se em muito baixo nível (em ocasiões manifestado só por casos esporádicos) constituindo-se o que então foi denominado hipoendemia ou endemia de muito baixo nível.

INTRODUCAO A PROBABILIDADES

INTRODUÇÃO  A PROBABILIDADES



Probabilidade é o ramo estatística que trata de fenomenos aleatorio.
 

Exemplo: Antes de aumentar o limite da velocidade em nossas estradas, devemos procurar estimar a probabilidade do aumento de acidentes fatais.

OBJECTIVOS:
    É aplicada em inúmeros fenomenos e utilizada para o desenvolvimento teórico da estatística.   

    Oferece base para inferências estatísticas clássica devido á sua afinidade com o teorema do limite central

 Ao lidarmos com problemas de probabilidade, vamos encontrar os seguintes conceitos: experimentos, eventos e a coleção de todos os resultados possíveis.

    DEFINIÇÕES
Um experimento - é qualquer processo que permite ao pesquisador fazer observações.

Um evento- é uma coleção de resultados de experimento

O espaço amostral de um experimento consiste em todos os eventos simples possíveis.

Ex: O lançamento de dado é um experimento. E o resultado 4 é um evento; e o espaço amostral consiste nesses eventos simples: 1,2,3,4,5,6.

?Qual é o espaço amostral no lançamento de uma moeda.

    DEFINIÇÃO CLÁSSICA DE PROBABILIDADE
    P(A)=no de resultados favoráveis a A/no resultados possíveis

P –denota-se probabilidade;
A,B,C denotam eventos específicos
P(A) denota a probabilidade de ocorrência do evento A.
Axiomas:
    Axioma 1: 0 ≤ P(A) ≤1Para qualquer evento
    Axioma 2: P(s)=1
   Axioma  3: Se dois acontecimentos A e B forem mutuamente exclusivos a sua interseção e igual ao conjunto vazio.
   
Eventos complementares                                              
    Definição: Complento de um evento A, denotado por   A, consiste em todos os resultados em que o evento A não ocorre.
    Operações Matemáticas das Probabilidades
Regra de Adição
1.UNIAO
    A+B (A ocorre ou B ocorre ou Ambos)


2. Intersecção
    A*B (Ocorre A e B ocorre)
3. Complementar
    P(A) = 1 - P(A) (não ocorre A)
Regra formal de Adição.
P(A ou B)= P(A) +P(B) - P(A e B)
Onde P(A e B) denota a probabilidade de ocorrência simultânea de A e B em mesmo experimento.

 Por exemplo, se a probabilidade de um indivíduo ser do grupo sanguíneo A é 0.43 e de ser do grupo B é 0.08 então a probabilidade de um indivíduo ser do grupo A ou B é 0.51.

P(gA) = 0.43   e    P(gB) = 0.08
 Adição
P(gA ou gB) = P(gA) + P(gB)
                    = 0.42 + 0.08
                    = 0.51



Exemplo da Intersecção.
Sejam os acontecimentos:
A= {Saida da face par} ={2,4,6}
B= {Saida de face múltipla de 3}
A e B ={ Saida da face par e múltipla de 3} = {6}

Acontecimento impossivel
E= { Saida de face10 no lançamento de um dado} =Ø





 Eventos Mutuamente Exclusivos-  dois eventos A e B são mutuamente exclusivos se eles não pode ocorrer simultaneamente, isto é A intersecção com  B é igual ao conjunto vazio.
    Exemplo:
E: jogar um dado e observar o resultado
S={ 1, 2, 3, 4, 5, 6}
Sejam os eventos: A= {ocorrer numero par} e
                   B= {ocorrer numero ímpar}.

Evento A={  2, 4, 6}
Evento B ={ 1, 3, 5,}
A e B =Ø {conjunto vazio}
         
Evento complementar
Ex: A Medimoc deseja testar um novo produto a ser usado na fabricação de luvas. Um grupo de teste consiste em 20 homens e 30 mulheres.
Escolhida aleatoriamente uma pessoa desse grupo de teste, determine a probabilidade de não ser homem?
    Solução: P( não escolher um homem)= 30/50= 0.6



Regra da Multiplicação
    Dois eventos A e B sao INDEPENDETES se a ocorrência de um deles na afecta a probabilidade de ocorrência do outro. Se A e B nao são independentes dizem-se DEPEDENTES
Exemplo:
P(A e B)= P(A) * (PB) se A e B são independentes
P(A e B)= P(A) * P(B/A) se A e B são Dependentes

Probabilidade Condicional
Definição: A probabilidade condicional de  B dado A é a probabilidade de ocorrência do evento B, sabido que o evento A ja ocorreu. Pode  ser determinada dividindo-se a probabilidade de ocorrência de ambos os eventos A e B pela probabilidade do evento A;

P(B/A)=P(A e B)/P(A)

N.B:Dois eventos A e B são independentes se:
           P(B/A) = P(B) ou P(A e B) = P(A) *P(B)

Ex: se P(B/A) =0.3 e P(B) =0.3, então P(B/A)=P(B) e concluimos que A e B são independentes. O evento B não afectado pelo evento A

Dois eventos A e B são dependentes se:
          P(B/A) ≠ P(B) ou P(A e B) ≠ P(A) *P(B)

Ex:
Relação  entre Criminoso e Vítima

A) se uma pessoa é seleccionada aleatoriamente, qual é a probabilidade de ela ter sido vítima de um estranho, dado que foi escolhida uma vítima de furto?
    Solução: Queremos P(estranho/furto). Se a pessoa seleccionada  foi vítima de furto  então teremos:
    P(estranho/ furto)=379/505= 0.750   ou

P(estranho/furto)=P(furto e estranho)/ P( furto)= (379/2000)/(505/2000)=0.750



INTRODUÇÃO A DISTRIBUIÇÃO NORMAL

A Distribuição Normal - é a distribuição de probabilidade mais importante na Estatística. É também conhecida como distribuição de Gauss ou Laplace-Gauss.

    Diz- se uma variável aleatória contínua tem distribuição normal se essa distribuição é simétrica e apresenta a forma de um sino.
   

Escreve-se simbolicamente:
Definem completamente uma curva normal-(X ~ N(μ,σ2),

     X= N(μ,σ2) lê-se “a variável aleatoria X tem distribuição normal com média μ e variância σ2

Distribuição Normal Padronizada

É uma distribuição de probabilidade que tem a média 0 e desvio-padrão 1.


 X= N(0;1) lê-se “a variável aleatoria Z tem distribuição normal com média 0 e variância 1. Ou simplesmente, distribuição normal padrão

Usando a fórmula de transformação qualquer variável  aleatória normal X é convertida em uma variável normal padronizada Z

Z=(X-µ)/ σ
Onde: σ é o desvio padrão
          µ é a média aritmética

Na distribuição normal padronizada, a variável Z possui média=0 e desvio padrão=1

Z é a variável contínua que representa o número de desvios da média.

    A área sob a curva corresponde á probabilidade de a variável aleatótia assumir qualquer valor real, deve ser um valor entre 0 e 1

                    Cálculo de probabilidades


Uso de Tabelas de Distribuicao Normal Padrao
    Há vários tipos de tabelas que oferecem áreas (probabilisticas) sob curva normal padrão.

O tipo mais frequente e a tabela da faixa central, esta nos dá a área sob a curva normal padrão entre Z=0 e qualquer valor positivo Z.

A semetria em torno de Z =0 permite obter a área entre quaisquer valores de Z (positivos e negativos)

Ex: A tabela oferece a área entre 0 e Z0 ou P(0 ≤ Z ≤ Zo)
 Exemplo:

a) P(0 ≤ Z ≤ 1)

b) P(-2,55< Z< 1.2)

c ) P( Z ≤ 1.93)



 Resolucao
Para se obter probabilidade, basta entrar com abscissa 1.0( na primeira coluna) e 0.00( na primeira linha) da tabela. Assim:

a) P(0 ≤ Z ≤ 1)=0.3413

b) P(-2,55< Z< 1.2)=0.3849+0.4946= 0.8795

c) P( Z>1.93)=0.5000 - 0.4732= 0.0268








exercicios:
As alturas dos estudantes de uma determinada escola sao normalmente distribuidas com media 1.60m e desvio padrao 0.30m. Encontre a probabilidade de um aluno medir:

a) entre 1.50 e 1.80m

Sabe-se que:
µ=1.60 e σ=0.30



Distribuicao normal


Faca X a variavel normal altura dos alunos. Entao
a)P(1.50 ≤ X ≤ 1.80);

Padronizando teremos:

Z1=(X-µ)/ σ =(1.50-1.60)/0.30=-0.33 e
Z2=( X-µ)/ σ =(1.80-1.60)/0.33 = 0.67

a) P(Z1 ≤ Z ≤ Z2);
P(-0.33 ≤ Z ≤ 0.67) = 0.1293+0.2486=0.3779= 37.79%


EXERCICIOS:

b) Mais de 1.75m
P( X> 1.75)
 Z1=(1.75-1.60)/0.30 = 0.5 ;
P(Z>Z1)
P(Z > 0.5)= 0.500-0.1915= 0.3085






C) menos de 1.48m

P( X< 1.48)

Z1=(1.48-1.60)/0.30 =-0.4 ;

P(Z<Z1) ;

P(Z < -0.4)= o.500-0.1554 = 0.3446


Calculando valores a partir da probabilidade
Para fazer este calculo deve-se:

1) Lembrar que percentagem ou probabilidade são  áreas do gráfico, e náo valores de Z


2) A leitura da tabela  e invertida


3)Aplicar a variação da fórmula de padronização                 X=µ+Z* σ












EXEMPLO:
d) Qual deve ser a medida minima para escolhermos 10% dos mais altos?

O problema é inverso dos anteriores pois neste caso tem-se a probabilidade e deseja-se a medida

Para se encontrar o valor de Z que deixa 0.10 a direita, deve-se entrar na tabela com 0.40, assim descobrimos que Z=1.28. Logo
Z=(X-µ)/ σ = 1.28
     (X-1.60)/0.30 ; Portanto X = 1,98m deve ser a medida para se encontar 10% dos mais altos.



ESTATISTICA DESCRITIVA

ESTATÍSTICA DESCRITIVA
Distribuição e Frequência

O que se apresenta e porquê?
Porque:
  Dão sentido de informação e facilitam a interpretação
 Facilitam a compreensão do que se pretende ilustrar.

Como se apresentam os dados/informação?
-Tabelas
-Gráficos
-Mapas
Apresentação em Tabelas:
Tabelas são definidas como um conjunto de dados organizados em colunas e linhas para apresentar a frequência do acontecimento em cada categoria ou subdivisões de uma variável.

Uma tabela  de frequências relaciona as categorias ou classes de valores com o número de ocorrências, ou frequências , de observações que pertece a cada categorias ou classe.
Permitem-nos comparar os serviços de uma unidade sanitária ao longo do tempo ou com outras unidades sanitárias.

As categorias ou classes de valores devem ser:

Mutuamente exclusivas: cada valor observado só poderá pertecer a uma das categorias ou classe;



Exclusivas: as catedorias ou classes devem compreender todos os valores oservados.


No caso de Variaveis Qualitativas a construção de frequências é quase imediata, identificando valores que a variável assume, isto é categorias de nomes  fazendo a contagem do número de repetições que ocorre em cada categoria.

A constução de tabela de frequênca depende da definição das seguintes colunas:

1a Coluna: todas as k categorias ou valores distintos de xi;

2a Coluna: As frequência absolutas fi, ou seja o número de vezes que cada cada categoria (valor) foi observado(a).


3a Coluna: Frequências relativas fr - proporção de vezes que cada categoria(valor) foi observada(o).

4a Coluna: As freq. absoutas acomuladas, Fi, o número de ocorrências das categorias(valores) inferiores ou iguais á categoria (valor) actual.

5a Coluna: As freq. relativas a cumuladas, Fr, proporção de ocorrência das categorias (valores) inferiores ou igual á categoria(valor) actual

Deve ser possível entender e explicar seu conteúdo sem referência ao texto
Em pequenas tabelas, linhas verticais podem não serem necessárias.
Títulos claros e conciso dizendo o quê, onde e quando

NB: Pra dados qualitativos na escala nominal não se calculam as frequências (absloutas e relativas) (4a e 5a coluna)

Ex: Uma amostra de dimensao n, constituida por elementos que apresentam uma determinada k modalidades observadas: x1, x2, …xk. Construcao de tabela nestas condicoes.

Tabelas de Frequencias para variaveis Quantitativas-Descretas


Ex. Num estudo realizado numa maternidade da cidade de Maputo, registou-se o numero de suplementos alimentares dados diariamente a recem nascidos. Os valores registados sao:

    5 4 7 3 3 6 4 5 4 3 3 6 4 5 4 2 3 3 2 4

Tabelas de Frequencias para variaveis Quantitativas


Designa-se variável contínua ou classificada uma variável cujo dominio foi segmentado, dando origem a conjuntos de classes sucessivas e disjuntas.

Não e adequado usar a apresentação anterior quando a variável é continua ou discreta assumindo valores num intervalo grande.

E aconselhavel efectuar um agrupamento dos dados em classes de valores.

O numero de classes a considerar nao deve ser demasiado reduzido nem excessivo porque pode perder-se muita informacao ou perder-se a funcionlidade que decorre na organizacao dos dados em classes (habitualmente 5≤k≤20).


Antes da contrucao da tabela e necessario encontrar uma forma de relacionamento entre as tres variaveis: Dimensao da amostra, variabilidade e número de classes. Nisto aplica-se a Regra de Sturges.

    Onde K sera o numero de classes.


A regra de Sturges exige que seja satisfeita a condição: dois elevada a k devera ser maior ou igual ao numero amostral.

K=1+3,32*log(n); log corresponde a função logarítmica na base 10.

Ex: A tabela abaixo apresenta 20 observações relativas ao indice pluviometrico Milimetro de chuva

144   152    159     160
160    151    157    146
154    145    141    150
142    146    142    141
141    150    143    158

a) Determinar o número de classe pela regra de Sturges.
    b) Construir a tabela de frequência absolutas simples
    c) Construir a tabela de frequência absolutas acumuladas
    d)Determinar as frequências absoulutas relativas
    e)Determinar as frequências absoulutas relativas

Resulução: K= 1+3.3log10n
N=20
K=5,29 ou K=5
   
Tabelas de Frequencias para variaveis Quantitativas continuas
At= 160-141=19
C=At/k=19/5=3.8; c=4


Representação Gráfica para diferentes tipos de variaveis

Um gráfico é um método de apresentação de dados quantitativos num sistema de coordenadas.
A forma mais comum é construída em dois eixos de coordenadas perpendiculares entre si e divididas em intervalos iguais.
Por convenção, a linha horizontal corresponde ao eixo do x e a linha vertical ao eixo do y.

Analisar as relações entre variáveis
Sua construção depende do tipo de dados, qualitativos ou quantitativos


Tipos de Gráficos:
-Diagramas de barras
-Histogramas
-Diagramas lineares
-Gráficos circulares
-Diagramas de associação
(scatter diagrams)

Na escolha da representação gráfica e necessário ter em conta os seguintes aspectos.

1. Natureza e escala de medicao da variavel;

2. Objectivo da apresentação gráfica( o que pretende evidenciar).

Representacao Grafica para variaveis Qualitativa e Quantitativas Discreta

No eixo das abcissas sao representados os valores (categorias) no caso de variaveis qualitativas.

No eixo das ordenadas são representados as respectivas frequencias( absolutas ou relativas)

O grafico de pizza e particularmente utilizada na representaca da distribuicao de freq. de variaveis qualitativas e usa-se quando o numero de categorias e pequeno ( nao superior a 10)

Representação Gráfica para diferentes tipos de variaveis
Os gráficos mais utilizados para representar conjuntos de dados são:
Gráfico circular- dados qualitativos

Gráfico de barras –dados qualitativos e quantitativos discretos.

Gráfico de frequências acumuladas- dados qualitativos na escala ordinal ou quantitativos discretos

Histograma- dados quantitivos contínuos;
Polígono de frequência- dados quantitativos;

Polígono de frequência acumuladas- dados quantitativos contínuos;

Caixa de bigotes- dados não agrupados quantitativos

                         Estatística Descritiva
Depois de contituída(s) a(s) amostra(s) de acordo com as práticas correctas da teória da amostragem, torna-se necessário caracterizar as amostras de acordo com as medidas descritivas  que sao:

Medidas de Tendência Central ou localizacao;

Medidas de Dispersão ou Variabilidade

1-Medidas de Tendência Central

As medidas de tendencia central mais utilizadas no contexto  do conjunto de dados são:

Média Aritmética;
 Moda e
 Mediana.
Média Aritmética ou Amostral- e a medida de tendência central mais utilizada.
É o ponto de equilibrio das observações.
  
   Se uma amostra é constituida pelos valores { x1, x2,…x3} A média artmética é a soma de todos os valores observados da variável X dividida pelo número de observações.

                                   Média Aritmética Simples
Onde: xi- valores observados
                n- Dimensão da amostra
  
Ex: Registou-se o tempo de sobrevivência, em meses de 5 doentes com cancro no pulmão, tendo-se obtido os seguintes resultados:
8.5   9.2   7.3   6.8    10.1

Identifique a variável em estudo
Determine o valor da média


Mediana
    Amediana(Md) e uma medida de tendência central, divide uma distribuição ordenada de dados em duas partes iguais.


Se a amostra tiver dimensão ímpar, a mediana coincide com a observação central.

Mediana
Para calcularmos a mediana é preciso ordenarmosos dados: x(1), x(2), ..., x(n).
A mediana de um conjuntode dados é:

Md= x(n+1/2), se n é ímpar
Md= [x(n/2) +x(n/2+1) ]/2, se n é par

A mediana é mais robusta que a média para erros ou a observações afastadas

Exemplo:considere os seguintes valores referentes ao numero de filhos por familias. Qual é o valor da mediana relativa a variável numero de filhos por familia
A mediana corresponde ao valor da variavel na posição quatro da amostra, ordenada por ordem crescente.

A mediana é igual a 3. podemos afirmar que 50% das famílias tem no máximo 3 filhos

Se a amostra tiver dimensão par, a mediana toma o valor da média das duas observações mais centrais.

Ex : considere o número de chamadas telefónicas num serviço de emergência médica entre 2:00 h a 3:00h da madrugada, durante 6 dias

MEDIANA PARA DADOS CLASSICADOS

A determinação da mediana quando se dispõe de dados classificados resume-se em dois passos:

1) Determinar a classe a que pertence a mediana identificando a classe com maior frequência.

Determinar o valor da mediana através de uma das expressões ou fórmulas.

Moda
Valor que ocorre com maior freqüência.

   Ao contrário do que acontece com a mediana e a média,  a moda numa amostra pode possuir mais do que uma.

Ex:Considere o registo feito em 5 centros de saude, relativos ao numero de medicamento prescrito a doentes numa consulta de malaria e a respectiva frequencia de ocorrencia.

Moda para dados classificados


Moda Bruta- o método mais rudimentar  consiste na determinação do ponto médio da classe modal


Método de king- basea-se na influência que as frequências das  classes adjacentes á classe moda tem sobre esta e não entra em linha de conta com as frequência da classe modal

Método de Czuber-neste método entra em linha as frequência das classes adjacentes e a frequência da classe modal.

Em distribuição diz-se:
-Amodal quando não existe moda
-Unimodal quando apenas tem uma moda
-Bimodal quando existem duas
-Multimodal quando existe três ou mais.


                       Resumo das medidas de localização:

Média Aritmética

É uma medida de fácil interpretação;
No seu cálculo entra incluem todas as observações e é influeciada pelos valores extremos( outliers);
É uma medida de excelência quando os dados são provenientes de uma população com distribuição gaussiana ou aproximadamente gaussiana
Em distribuições com classes abertas, o valor da média poderá ser inviesado qndo não informação adicional que nos permita avaliar com precisão os limites dessas classes.

Moda

Quando existe, e é única, a moda é muito fácil de interpretar;
A moda pode não existir ou então existir mais do que uma moda neste último caso, a sua interpretação é difícil;
Pode ser determinada em qualquer situação, mesmo qundo a distribuição está em classes abertas;
O valor da moda não é influenciado por valores extremos(outliers) portanto é uma medida resistente.













Mediana

É uma medida que é determinada pelo número de observações e não pelo seu valor;
Os valores extremos (outliers) quer sejam grandes ou pequenos não afectam o valor da mediana sendo portanto uma mediada resistente;
É utilizada sobretudo para caracterizar distribuições fortementes assimétricas por não ser afectada pelos valores extremos.











                              Medidas de variabilidade
As MTC ou localização são necessárias mas não sao suficientes para caracterizar um conjunto de observações.

Precisamos de outras medidas que nos indiquem se as observações estão concentradas ou dispersas em torno da media

Essas medidas serão pequenas se os dados forem próximos e grandes se eles estiverem muito dispersos.
Amplitude do Intervalo de Variação ou Amplitude Total
    É a diferença entre o maior valor da amostra{x(n)} e o menor valor da amostra{x(1)}
At=Xmax-Xmin


Ex.A tabela a seguir mostra o conjunto de dados relativos ao número de semanas que 8 utentes esperam para marcação de condulta externa num determinado Hospital


Medidas de Posiçcão: Quartis, Decis e Percentis

Quartis
   
Os quartis são valores que dividem a distribuicao da variável observada  em 4 partes iguais.

Os decis dividem a distribuição em 10 partes iguais. Os percentis dividem a distribuição em 100 partes iguais.

A mediana corresponde ao percentil 50, ao decil 5 e ao quartil 2 



Como determinar os Quartis

Para determinar os quartis, tal como ocorre na determinação da mediana, é necessário ordenar os dados.

    Exemplo:? 15 15 15 16 17 17 17 17 18 19 19 20 20 20 20
    O primeiro passo para determinar os quartis é localizá-los:
Q1: localização (1/4)*15=3.75~4  entao Q1=16
Q2: localização  (2/4)*15=7.5~8 entao Q2=17
Q3: localização (3/4)*15=11.25~12 entao Q3=20

Determinar Quartis para dados Agrupados
Quando os dados se encontram agrupados em classes, após identificar a classe a que corresponde o quartil que pretendemos determinar, aplica-se a expressão seguinte:

Qi=li(Qi)+[(iN/4)-(Fca)/fi]*a(Qi)

    Ex:Considere-se que se pretende determinar os quartis na distribuição de frequências para as classificações obtidas num teste de estatística.

Determinar Decis e Percentis
À semelhança do que se fez no cálculo da mediana e dos quartis o primeiro passo consiste em determinar a posição destes indicadores.

A posição do 1º decil é efectuada dividindo o nº de dados por 10

 As posições dos percentis obtém-se multiplicando o nº de dados por (ordem do percentil)/100.

Amplitude inter-Quartis- e a distancia entre o 3o quartil e o 1o e quantifica a disprsao de 50% das observacoes centrais.
IQ=Q3-Q1
Q1=P25
Q2=P50
Q3=P75


                                         Medidas de variabilidade





Vantagens e desvantagens Amplitude inter-Quartis

1-Vantagens
 -E facil de calcular e de interpretar
- Nao influeciado pelos outliers( valores extremos)

 2-Desvantagens: Despreza 50% das observacoes da amostra.
Desvio médio absoluto, Varância e desvio padrão
Variância- e e a media dos quadrados dos desvios em relação a média.

Vantagens: No seu cálculo entram todas as observações

Desvantagens: Não é uma estatística fácil de interpretar  uma vez que  a unidade é expressa ao quadrado





Desvio Padrão- raiz quadrada da variância, portanto o desvio padrão será denotado por S.

É a medida mais usada na comparação de diferenças entre grupos.

Fornece um número que permite especificar quão acima ou quão abaixo da média está um determinado valor.
Quanto maior o desvio-padrão, maior a variabilidade dos dados.

Dispersão Relativa - Coeficiente de Variação
    O CV é a razão entre o desvio padrão e a média de  um conjunto de dados. Ele expressa a variação relativa(%) presente no conjunto de dados em relação á média







    Alguns analistas consideram:
Baixa dispersão:CV ≤15%
Média dispersão:15%< CV <30%
Alta dispersão: CV ≥30%
O coeficiente de variaçao serve para comparar médias diferentes de medidas iguais ou diferentes porque dá o desvio padrão como percentagem de média artimética.

 

INTRODUCAO A ESTATISTICA

                                  Breve Introdução Histórica
O termo Estatística provém da palavra latina, Status, que significa Estado e foi utilizado originalmente para denominar levantamentos de dados, cuja finalidade era orientar o Estado no processo de tomadas de suas decisões.
A estatistica é uma cência interdisciplinar tornando-se relevante no desenvolvimento das outras ciencias.
Em 1662, john Graunt publicou informes estatísticos sobre nascimentos e mortes. A seguir foi segundado por estudos de mortalidade e taxas morbidade, tamanho de populações, taxa de desemprego e rendas.
Dois dos grandes nomes (entre outros) associados e este desenvolvimento sao: Ronald Fisher(18920-1962) e Karl Person(1857-1936)

                         PORQUÊ ESTUDAR A BIOESTATÍSTICA?
O bjectivo da Bioestatística é apresentar dados númericos sobre fenómenos biológicos, num contexto que permite a sua interpretação.
O estudo da bioestatística resulta da variação observada nos fenómenos biológicos ( inter-individual e intra-individual) e que resulta dos processos da amostragem.

Objectivo da Bioestatística
A bioestatística ajuda-nos a quantificar os resultados da investigação epidemiológica e a importância que devemos dar aos resultados.


Objectivos Educacionais
Ao concluir a discíplina espera-se que o estudante tenha adquirido Habilidades de utilizar os métodos e técnicas estatísticas que permitem organizar, descrever, analisar e interpretar os fenômenos coletivos, relativos ao processo saúde-doença.
Definição:

Estatística é um conjunto de técnicas que permite de forma sistemática, obter dados, caracterizar, com a finalidade de extrair conclusões e inferir para a populacao ou prever a evolucao de determinado fenomeno.
E a ciência que se ocupa de decisoes num contexto de variabilidade e incerteza.




A Estatística está dividida em duas áreas:
1.Estatística Descritiva: conjunto de técnicas apropriadas para recolher, organizar, reduzir e apresentar dados estatísticos.

2. Estatística Indutiva ou Inferência Estatística: conjunto de técnicas que, com a base na informação amostral, permite caracterizar uma certa população, requerendo o conhecimento das probabilidades.

As principais técnicas utilizadas na inferência estatísticas são:
Estimação: visa determinar o valor dos parâmetros desconhecidos;
Testes de hipóteses: visa testar suposições acerca das caraterísticas de uma certa população.

Distinção entre população e amostra
População: grupo de todos os elementos que se pretende estudar e que possuem uma caracteistica (ou mais) em comum.

Parâmetros: são medidas relativas de uma população que, usualmente, são desconhecidas mas (fixos) e que, portanto pretende-se conhecer.

Amostra: subgrupo da população seleccionado para análise.

As medidas relativas á amostra designam-se por estatísticas. O valor destas estatísticas não é constante varia de amostra para amostra (é uma variável aleatória).

Amostragem
Denomina-se por amostragem o processo utilizado para seleccionar uma amostra a partir de uma população.
Esta selecção pode ser realizada usando-se dois tipos de métodos:
1. Probabilisticos: cada um dos elementos da população tem chance de ser incluido na amostra, medindo com rigor qual a probabilidade de tal suceder.
Bioestatística
Exemplos:
Amostragem aleatória simples;
Amostragem aleatória estratificada;
Amostragem aleatória sistemática;
2-Não probabilísticos: não permitem definir com rigor ou calcular as probabilidades de inclusão dos diferentes elementos da população na amostra.Estes processos são, de um modo geral, mais económicos.
Exemplos:
Amostragem por conveniência;
Amostragem subjectivas, entre outras.

As etapas que compreendem a selecção da amostra, de forma a garantir que os os objectivos são antigidos, são:
1. Definição dos objectivos do estudo;
2. Definição da população alvo: grupo de todos os individuos sobre os quais se pretende tirar conclusões.
3. Decisão sobre os dados a observar.
4. Escolher a técnica de amostragem e o método de recolha de dados( questionário, entrevista…)
5. Calcular a dimensão da amostra.
  1. Recolher da amostra.
Unidade estatística e dados estatísticos
Um conceito base da estatística é a definição dos individuos a estudar( unidades estatística) e do que se pretende estudar sobre eles (caracteristicas ou variáveis).

Distinção entre unidade e característica.
Unidade estatística, ou elemento é qualquer individuo, que é objecto da observação ou conclusões.

Dado estatistístico: resultado da observação, que pode ser de tipo qualitativo ou quantitativo, das unidades estatísticas que compõem um determinado conjunto.
Exemplo:
Dados
Ex: sexo, idade, altura,peso, cor dos olhos...


O objecto da Estatística:
São as variáveis (características) e a informação que estas podem fornecer.
Uma variável é uma característica relativa a todos os individuos ( ou unidades estatísticas) observados. O valor desta característica, pode ser expressa através de um número, varia com observações.

Definicao de Variaveis:
Variável estatística- qualquer característica que se pretende medir, controlar ou manipular durante o processo de investigação.
Exemplo de variaveis: Peso; Idade; Altura;ferquência cardiaca...

Tipos de Variáveis e Escalas de Medida
As variáveis podem ser classificadas como: quantitativa e qualitativa.
Quantitativa se os valores que pode assumir são numéricos.
Quanto aos valores possiveis das variáveis quantitativas, duas situações podem ocorrer permitindo distinguir as variáveis em dois grupos:

1. Se uma variável pode assumir todos os valores possíveis num determinado intervalo designa-se por contínua;
Ex: Altura, Pressão sanguínea…
2. Caso contrario diz-se Discreta.
Ex: número de filhos, número de acidentes...
Elas podem ser medidas na escala:
Intervalar: temperatura
Razao: peso

Uma variável diz-se qualitativa ou categoricas se os que valores pode assumir correspondem a categorias de nomes.
Podem ser dicotômicas ou binárias, quando admitem apenas duas categorias (doente/sadio, vivo/morto, homem/mulher), ou policotômicas, quando admitem várias categorias (grupo sanguíneo, cor dos olhos).
Estas variaveis podem ser medidas numa escala:
Nominal: Genero ( masculino, Feminino)
Ordinal:Os extratos socios economicos (baixo, medio,elevado)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

niveis de desenv e aprendizagem



Níveis e fases do Desenvolvimento Humano

O desenvolvimento é a sequência das modificações relacionadas à idade, que ocorrem a uma pessoa desde a concepção até à morte.

O crescimento refere-se ao aumento do tamanho de partes do corpo ou do organismo enquanto um todo, enquanto o desenvolvimento se refere a mudanças na diferenciação funcional e nas capacidades das partes do corpo.

Desenvolvimento são as mudanças físicas, intelectuais, emocionais e de comportamento social de uma pessoa, em resposta às mudanças de crescimento e de capacidades ao longo do tempo, através de um processo de maturação e de interacção com o ambiente circundante.
Fases de Desenvolvimento
                          zigoto     - 0 a 2 semanas
   Pré-Natal{     embrião - 2 semanas a 2 meses
                          feto         - 2 a 9 meses

                          neo-natal-nascimento ao 2º mês
   1ª infância{   1ª infância interm. –2 a 15meses
                          fase final 1ª inf. – 15 a 30 meses

                    
                        fase inicial – 2,5 a 6 anos
2ª infância{   fase inter. – 6 a 9/10 anos
                        fase final { meninas:9 a 11/12 anos
                                           meninos:10 a 12,5 anos

                       

                          puberdade {meninas:11,5 a 14 anos
                                                meninos:12,5 a 15 anos

Adolescência{  interm.{       meninas:14 a 16 anos
                                                 meninos:15,5 a 18 a

           final{                             meninas: 16 a 20 anos
                                                  meninos: 18 a 22 anos


                          início{   mulheres: 20 a 30 anos
                                        homens:    22 a 35 anos

  Vida adulta{ interm.{ mulheres:30 a 45 anos
                                         homens:   35 a 50 anos

                           final{ mulheres: 45 a 60 anos
                                      homens: 50 a 65 anos

                      
                              mulheres: 60 até à morte
    Senescência{   homens: 65 até à morte
ESTÁDIOS DO DESENVOLVIMENTO
Psicossexual - Freud
   Freud define e caracteriza cinco estádios  de desenvolvimento psicossexual:

Estádio Oral (0 – 12/18 meses)
Estádio Anal (12/18 meses - 2/3 anos)
Estádio Fálico (2/3 anos – 5/6 anos)
Estádio de Latência (5/6 anos - puberdade)
Estádio Genital (depois da puberdade)

ESTÁDIO ORAL
   Dos  – 12/18 meses                 
   O ser humano nasce com Id, isto é, com um conjunto de pulsões inatas.
   O Ego forma-se, no primeiro ano de vida, de uma parte do Id que começa a ter características próprias. Estas formam-se pela consciência das percepções internas e externas que o bebé vai experienciando.

A zona erógena do bebé, nos primeiros meses, é constituída pelos lábios e pela cavidade bucal. A alimentação é uma grande fonte de satisfação. Quando o bebé tem fome, está inquieto e chora; quando é alimentado, fica saciado e feliz. O mamar dá grande prazer ao bebé. O chupar o seio é, para os freudianos, representado como a primeira actividade sexual.

 A criança nasce num estado indiferenciado, sem ter consciência de que o seu corpo se diferencia da mãe. A qualidade das relações entre a mãe, (de notar que se designa por mãe a pessoa que desenvolve cuidados do tipo materno.) que o alimenta e cuida, e o bebé vai reflectir-se na vida futura.

O estádio Oral é constituído por um período em que a criança é muito passiva e dependente do outro, é a época do desmame, em que a criança é mais activa e pode mesmo morder o seio ou o biberão. O desmame corresponde a uma frustração que vai situar a criança em relação à realidade do mundo.
ESTÁDIO ANAL -  12/18 MESES - 2/3 ANOS

 
    A maturação e o desenvolvimento psicomotor vão permitir à criança reter ou expulsar as fezes e a urina, no estádio anal.


 A ambivalência está também presente na forma como a criança hesita entre ceder ou opor-se às regras de higiene que a mãe exige. As relações interpessoais – com a mãe e com as outras pessoas – vão estabelecer-se neste contexto, daí a importância dada à forma como se educa a criança a ser asseada.
ESTÁDIO FÁLICO - 2/3 ANOS – 5/6 ANOS


    No estádio fálico, a zona erógena é a região genital.


As crianças estão interessadas em questões do género: Como nascem os bebés; estão atentas às diferenças anatómicas entre os sexos, às relações entre os pais e às relações entre homens e mulheres; têm brincadeiras onde explorar estes interesses, como brincar aos médicos e aos pais e ás mães.

 Freud deu particular importância a este estádio por ser durante este período que as crianças vão vivenciar o Complexo de Édipo e por ser no fim desta etapa que a estrutura da personalidade está formada com a existência do superego.

ESTÁDIO DE LATÊNCIA -  5/6 ANOS - PUBERDADE
    Após a vivência do complexo de Édipo, e com um superego já formado, a criança entra numa fase de latência. Ela vai como que esquecer alguns acontecimentos e sensações vividos nos primeiros anos de sexualidade através de um processo que se designa amnésia infantil.
    O estádio de latência por uma diminuição da actividade sexual, que pode ser total ou parcial.

    A criança pode, nesta fase, de uma forma mais calma e com mais disponibilidade interior, desenvolver competências e fazer aprendizagens diversas: escolares, sociais e culturais.
   Uma das grandes aprendizagens é a compreensão dos papéis sexuais, isto é, o que é ser mulher e ser homem, na sociedade em que vive.


A vergonha, o pudor, o nojo, a repugnância, são sentimentos que contribuem para controlar e reter a libido. A existência do superego vai manifestar-se em preocupações morais.
ESTÁDIO GENITAL depois da puberdade
Para a psicanálise, a adolescência vai reactivar uma sexualidade que esteve como que adormecida durante o período da latência.
A puberdade traz novas pulsões sexuais genitais. Também o mundo relacional do adolescente é alargado a pessoas exteriores à família.

O adolescente poderá, assim, fazer escolhas sexuais fora do mundo familiar, bem como adaptar-se a um conjunto de exigências socioculturais.

Desenvolvimento psicossocial
A teoria do desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson prediz que o crescimento psicológico ocorre através de estágios e fases, não ocorre ao acaso e depende da interacção da pessoa com o meio que a rodeia. Cada estágio é atravessado por uma crise psicossocial entre uma vertente positiva e uma vertente negativa.

 As duas vertentes são necessárias mas é essencial que se sobreponha a positiva.
A forma como cada crise é ultrapassada ao longo de todos os estágios irá influenciar a capacidade para se resolverem conflitos inerentes à vida.

O primeiro estágio – confiança/desconfiança
Ocorre aproximadamente durante o primeiro ano de vida (0 - 18 meses).
A criança adquire ou não uma segurança e confiança em relação a si próprio e em relação ao mundo que a rodeia,através da relação que tem com a mãe. Se a mãe não lhe der amor e não responde às suas necessidades, a criança pode desenvolver medos, receios, sentimentos de desconfiança que poderão vir a reflectir-se nas relações futuras.

Se a relação é de segurança, a criança recebe amor e as suas necessidades são satisfeitas, a criança vai ter melhor capacidade de adaptação às situações futuras, às pessoas e aos papéis socialmente requeridos, ganhando assim confiança.
Virtude social desenvolvida: esperança.
O segundo estágio – autonomia/dúvida e vergonha
Aproximadamente entre os 18 meses e os 3 anos.
É caracterizado por uma contradição entre a vontade própria (os impulsos) e as normas e regras sociais que a criança tem que começar a integrar. É altura de explorar o mundo e o seu corpo e o meio deve estimular a criança a fazer as
    coisas de forma autónoma, não sendo alvo de extrema rigidez, que deixará a criança com sentimentos de vergonha.

A atitude dos pais aqui é importante, eles devem dosear de forma equilibrada a assistência às crianças, o que vai contribuir para elas terem força de vontade de fazer melhor. De facto, afirmar uma vontade é um passo importante na
    construção de uma identidade. Manifesta-se nas "birras"; nos porquês; querer fazer as coisas sozinho.
Virtude social desenvolvida: desejo.
O terceiro estágio – iniciativa/culpa
Aproximadamente entre os 3 e 6 anos
É o prolongamento da fase anterior mas de forma mais amadurecida: a criança já deve ter a capacidade de distinguir entre o que pode fazer e o que não pode fazer.
Este estágio marca a possibilidade de tomar iniciativas sem ter o sentimento de culpa: a criança experimenta diferentes papéis nas brincadeiras em grupo, imita os adultos.

Deve-se estimular a criança no sentido de que
    pode ser aquilo que imagina ser, sem sentir culpa.
Neste estádio a criança tem uma preocupação com a aceitabilidade dos seus comportamentos, desenvolve capacidades motoras, de linguagem, pensamento, imaginação e curiosidade.

Questão chave: serei bom ou mau?
Virtude social desenvolvida: propósito.
O quarto estágio – indústria (produtividade)/inferioridade
Decorre na idade escolar antes da adolescência (6 - 12 anos)
A criança percebe-se como pessoa trabalhadora, capaz de produzir, sente-se competente.
 Neste estágio, a resolução positiva dos anteriores tem especial relevância: sem confiança, autonomia e iniciativa, a criança não poderá afirmar-se nem sentir-se capaz.

O sentimento de inferioridade pode levar a bloqueios cognitivos, descrença quanto às
    suas capacidades e a atitudes regressivas: a criança deverá conseguir sentir-se integrada na escola, uma vez que este é um momento de novos relacionamentos interpessoais importantes.


Questão chave: Serei competente ou
    incompetente?
Virtude social desenvolvida: competência.
O quinto estágio – identidade/confusão de identidade
Marca o período da adolescência
É neste estágio que se adquire uma identidade psicossocial: o adolescente precisa de entender o seu papel no mundo e tem consciência da sua singularidade.
Há uma recapitulação e redefinição dos elementos de identidade já adquiridos – esta é a chamada crise da adolescência.

Factores que contribuem para a confusão da identidade são:
perda de laços familiares e falta de apoio no crescimento; expectativas parentais e sociais divergentes do grupo de pares; dificuldades em lidar com a mudança; falta de laços sociais exteriores à família (que permitem o
reconhecimento de outras perspectivas) e o insucesso no processo de separação emocional entre a criança e as figuras de ligação.

Neste estágio a questão chave é: Quem sou eu?
Virtude social desenvolvida: fidelidade
O sexto estágio – intimidade/isolamento
Ocorre entre os 20 e os 35 anos, aproximadamente
A tarefa essencial deste estágio é o estabelecimento de relações íntimas (amorosas, e de amizade) duráveis com outras pessoas. A vertente negativa é o isolamento, pela parte dos que não conseguem estabelecer compromissos nem troca de afectos com intimidade.

Questão chave deste estágio: Deverei partilhar a minha vida ou viverei sozinho?
Virtude social desenvolvida: amor
O sétimo estágio – generatividade/estagnação
(35 - 60 anos)
É caracterizado pela necessidade em orientar a geração seguinte, em investir na sociedade em que se está inserido. É uma fase de afirmação pessoal no mundo do trabalho e da família. Há a possibilidade do sujeito ser criativo e produtivo em várias áreas.
Existe a preocupação com as gerações vindouras; produção de ideais; obras de arte;

    participação política e cultural; educação e criação dos filhos. A vertente negativa leva o indivíduo à estagnação nos compromissos sociais, à falta de relações exteriores, à preocupação exclusiva com o seu bem estar, posse de bens materiais e egoísmo.
Virtude social desenvolvida: cuidado do outro.
O oitavo estágio – integridade/desespero
Ocorre a partir dos 60 anos
É favorável uma integração e compreensão do passado vivido. É a hora do balanço, da avaliação do que se fez na vida e sobretudo do que se fez da vida. Quando se renega a vida, se sente fracassado pela falta de poderes físicos, sociais e cognitivos, este estágio é mal ultrapassado.

Integridade - Balanço positivo do seu percurso vital, mesmo que nem todos os sonhos e desejos se tenham realizado e esta satisfação prepara para aceitar a idade e as suas consequências.
Desespero - Sentimento nutrido por aqueles que considerem a sua vida mal sucedida, pouco produtiva e realizadora, que lamentem

    as oportunidades perdidas e sentem ser já demasiado tarde para se reconciliarem consigo mesmo e corrigir os erros anteriores. Neste estágio a questão chave é: Valeu apena ter vivido?
Virtude social desenvolvida: sabedoria.
O Desenvolvimento cognitivo, segundo Piaget
Estádio sensório – motor (0 - 2 anos)
inteligência prática, baseada nas sensações e nos movimentos (o mundo que existe para o bebé é apenas aquele que ele vê, ouve ou sente e sobre o qual age);
antes dos 8 meses: é como se o mundo fosse uma sucessão de imagens, sem ligação entre si, em que as coisas deixam de existir quando deixam de ser percepcionadas.

A partir dos 8 meses: adquire a noção de permanência do objecto progressivamente, vai sendo capaz de agir intencionalmente, de modo cada vez mais coordenado, para obter o fim pretendido (ex.: obter um objecto)
no final deste estádio: surge a capacidade de representação mental e de simbolização, o pensamento é acção interiorizada.

Estádio pré-operatório (2-7 anos)
função simbólica: capacidade de representação mental e simbolização;
egocentrismo intelectual: a criança acha que o mundo foi criado para si e não é capaz de perceber o ponto de vista do outro
animismo: o egocentrismo estende-se aos objectos e outros seres vivos, aos quais a

    criança atribui intenções, pensamentos, emoções e comportamentos próprios do ser humano;
pensamento mágico: a realidade é aquilo que a criança sonha e deseja, e dá explicações com base na sua imaginação, sem ter em consideração questões de lógica;

    interessa-se essencialmente por resultados práticos; a sua percepção imediata é encarada como verdade absoluta
o pensamento é pré-operatório - a criança não consegue efectuar operações mentais.

Estádio das operações concretas (7-11/12 anos)
pensamento lógico: tem capacidades para realizar operações mentais, pois compreende que existem acções reversíveis
compreende a existência de conceitos
já não se baseia na percepção imediata e começa a compreender a existência de

    características que se conservam, independentemente da sua aparência.
a existência de conceitos vai permitindo compreender a relação parte-todo, fazer classificações, seriações e perceber a conservação do número.


Estádio das operações formais (12-16 anos)
consegue realizar não só operações concretas mas também operações formais.
Neste estádio, já é possível resolver  problemas usando pensamento abstracto consegue-se colocar mentalmente todas as hipóteses.


pensamento abstracto: é capaz de se desprender do real e raciocinar sem se apoiar em factos, ou seja, não precisa de operacionalizar e movimentar toda a realidade para chegar a conclusões;
 raciocínio hipotético-dedutivo: coloca hipóteses, formulando mentalmente todo o conjunto de explicações possíveis.

é capaz de pensar sobre o próprio pensamento e sobre os pensamentos das outras pessoas e, portanto, percebe que, face a uma mesma situação, diferentes pessoas têm diferentes pontos de vista.
Aprendizagem, comportamento e socialização

Aprendizagem é o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. Este processo pode ser analisado a partir de diferentes perspectivas, de forma que há diferentes teorias de aprendizagem.


Aprendizagem é uma das funções mentais mais importantes em humanos e animais e também pode ser aplicada a sistemas artificiais.
Aprendizagem humana está relacionada com a educação e desenvolvimento pessoal. Deve ser devidamente orientada e é favorecida quando o indivíduo está motivado. O estudo da aprendizagem utiliza os conhecimentos e teorias da neuropsicologia, psicologia, educação e pedagogia.


O processo de aprendizagem pode ser definido  como o modo como os seres humanos adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o comportamento.
Resumo Histórico:
Antiguidade - A aprendizagem vem sendo estudada e sistematizada desde os povos da antiguidade oriental.


Já no Egipto, na China e na Índia a finalidade era transmitir as tradições e os costumes. Na antiguidade clássica, na Grécia e em Roma, a aprendizagem passou a seguir duas linhas opostas porém complementares:1- A pedagogia da personalidade visava a formação individual. 2-  A pedagogia humanista desenvolvia os indivíduos numa linha onde o sistema de ensino/sistema educacional era representativo da realidade


    social e dava ênfase à aprendizagem universal.
Idade Média
Durante a Idade Média, a aprendizagem e
    consequentemente o ensino (aqui ambos seguem o mesmo rumo) passaram a ser determinados pela religião e seus dogmas.
 No final daquele período, iniciou-se a separação entre as teorias da aprendizagem e do ensino com a independência em relação ao clero.

 Devido às modificações que ocorreram com o advento do humanismo e da Reforma no século XVI, e sua ampliação a partir da revolução francesa, as teorias do ensino-aprendizagem continuaram a seguir seu rumo natural.
Século XVII ao início do Século XX:
 A doutrina central sobre a aprendizagem era

    demonstrar cientificamente que determinados processos universais regiam os princípios da aprendizagem, tentando explicar as causas e formas de seu funcionamento.
Muitos acreditavam que a aprendizagem estava intimamente ligada apenas ao condicionamento.
Na década de 30 os cientistas Edwin Guthrie, Clark Hull e Edward Tolman pesquisaram sobre as leis que regem a aprendizagem.
As definições de aprendizagem
Segundo alguns estudiosos, a aprendizagem é um processo integrado que provoca uma transformação qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. Essa transformação se dá através da alteração da conduta de um indivíduo, seja por condicionamento operante, experiência ou ambos, de uma forma razoavelmente permanente.


As informações podem ser absorvidas através de técnicas de ensino ou até pela simples aquisição de hábitos.
Um outro conceito de aprendizagem é uma mudança relativamente durável do comportamento, de uma forma mais ou menos sistemática, ou não, adquirida pela experiência, pela observação e pela prática motivada.


O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para a aprendizagem.
 Há aprendizagens que podem ser consideradas natas, como o acto de aprender a falar, a andar, necessitando que se passe pelo processo de maturação física, psicológica e social.

Na maioria dos casos a aprendizagem dá-se no meio social e temporal em que o indivíduo convive.
Sua conduta muda, normalmente, por esses factores, e por predisposições genéticas.


Piaget (1975) define que o equilíbrio cognitivo implica afirmar a presença necessária de acomodações nas estruturas; bem como a conservação de tais estruturas em caso de acomodações bem sucedidas.
Nos estudos de Piaget, a teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um mecanismo auto-regulador, necessária para assegurar à criança uma interação eficiente dela com o meio-ambiente.

É de Piaget o postulado de que o pleno desenvolvimento da personalidade sob seus aspectos mais intelectuais é indissociável do conjunto das relações afetivas, sociais e morais que constituem a vida da instituição educacional.
As influências e os processos

A aprendizagem é influenciada pela inteligência, motivação, e, segundo alguns teóricos, pela hereditariedade (existem controvérsias), onde o estímulo, o impulso, o reforço e a resposta são os elementos básicos para o processo de fixação das novas informações absorvidas e processadas pelo indivíduo.


A motivação
Aprende-se melhor e mais depressa se houver interesse pelo assunto que se está a estudar. Motivado, um indivíduo possui uma atitude activa e empenhada no processo de aprendizagem e, por isso, aprende melhor
Os conhecimentos anteriores
Os conhecimentos anteriores que um indivíduo possui sobre um assunto podem condicionar a aprendizagem.

Há conhecimentos, aprendizagens prévias, que, se não tiverem sido concretizadas, não permitem a possibilidade de se aprender. Uma nova aprendizagem só se concretiza quando o material novo se incorpora, se relaciona, com os conhecimentos e saberes que se possui.
A quantidade de informação
A possibilidade de o Homem aprender novas informações é limitada:

    não é possível integrar grandes quantidades de informação ao mesmo tempo.
 É necessário proceder-se a uma selecção da informação relevante, organizando-a de modo a poder ser gerida em termos de aprendizagem.
A diversidade das actividades
Quanto mais diversificadas forem as abordagens a um tema, quanto mais

    diferenciadas as tarefas, maior é a motivação e a concentração e melhor decorre a aprendizagem.
A planificação e a organização
A forma como se aprende pode determinar, em grande parte, o que se aprende. A definição clara de objectivos, a selecção de estratégias, é essencial para uma aprendizagem bem sucedida. Contudo, isto não basta: é necessário planificar

    organizar o trabalho por etapas, e ir avaliando os resultados.
A cooperação
A forma como cada ser humano encara um problema e a forma como o soluciona é diferente. Por isso, determinados tipos de problemas são mais bem resolvidos e a aprendizagem é mais eficaz se existir trabalho de forma cooperativa com os outros.
Estilos de aprendizagem

Cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo.
 Visual: aprendizagem centrada na visualização
Auditiva: centrada na audição


Leitura/escrita: aprendizagem através de textos
Activa: aprendizagem através do fazer
Olfativa : através do cheiro pode possibilitar conhecimento já adequirido anteriormente.
 
Socialização

Socialização é a assimilação de hábitos característicos do seu grupo social, todo o processo através do qual um indivíduo se torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura que lhe é própria.
É um processo contínuo que nunca se dá por terminado, realizando-se através da comunicação, sendo inicialmente pela "imitação" para se tornar mais sociável.

O processo de socialização inicia-se, contudo, após o nascimento, e através, primeiramente, da família ou outros agentes próximos, da escola, dos meios de comunicação de massas e dos grupos de referência que são compostos pelas nossas bandas favoritas, actores, atletas, super-heróis, etc.
A Socialização é o processo através do qual o indivíduo se integra no grupo em que nasceu

    adquirindo os seus hábitos e valores característicos. É através da socialização que o indivíduo pode desenvolver a sua personalidade e ser admitido na sociedade.
A socialização é, portanto, um processo fundamental não apenas para a integração do indivíduo na sua sociedade, mas também, para a continuidade dos sistemas sociais.

É o processo de integração do indivíduo numa sociedade, apropriando comportamentos e atitudes, modelando-os por valores, crenças, normas dessa mesma culturas em que o indivíduo se insere.
 Tipos:
 Socialização primária - onde a criança aprende e interioriza a linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos

    comportamentais do grupo a que se pertence. A socialização primária tem um valor primordial para o indivíduo e deixa marcas muito profundas em toda a sua vida, já que é aí que se constrói o primeiro mundo do indivíduo.
    Socialização secundária: todo e qualquer processo subsequente que introduz um indivíduo já socializado em novos sectores do


mundo objectivo da sua sociedade (na escola, nos grupos de amigos, no trabalho, nas actividades dos países para os quais visita ou emigra, etc.), existindo uma aprendizagem das expectativas que a sociedade ou o grupo depositam no indivíduo relativamente ao seu desempenho, assim como dos novos papéis que ele assumirá nos vários grupos a que

    poderá pertencer e nas várias situações em que pode ser colocado.