•FÁRMACOS
ANTI-RETROVIRAIS
•Parte II:
Introdução ao HIV e à SIDA
Introdução ao HIV e à SIDA
Objetivos da formação
1.Descrever a magnitude
da epidemia de HIV
2.Definir o HIV e a
SIDA
3.Descrever a
transmissão do HIV
4.Descrever o ciclo de
vida do vírus da IH e identificar os locais de acção dos medicamentos
5.Descrever as etapas
de progressão da infecção HIV/SIDA (incluindo as infecções oportunistas)
•2. Definir o HIV e a SIDA
VIH:
Vírus da Imunodeficiência Humana. Um retro vírus que se reproduz nos
Linfócitos-T humanos (importantes para a função imunitária)
Linfócitos-T humanos (importantes para a função imunitária)
*“retro” = inverso: Na replicação
genética, o ADN é, normalmente,
transcrito em ARN. Os retro vírus
transcrevem o ARN em ADN, utilizando um enzima chamado “transcriptasa inversa”(TI)
ou “ reversa ”(TR)
–4 retro vírus humanos (VIH 1&2,
VHTL 1&2)
–Muitos retro vírus nos animais
• Definir o HIV e a SIDA (cont.)
SIDA: Síndrome
de Imunodeficiência Adquirida:
caracterizada por uma imunodeficiência severa.
Uma manifestação tardia da infecção pelo HIV
O
enfraquecimento do sistema imunitário leva a infecções oportunistas (ex.
pneumonia, infecções por fungos), que se tornam ainda mais freqüentes e severas
com a progressão do HIV
•3. Transmissão do HIV
•As pessoas que vivem
com o HIV/AIDS podem transmitir o vírus em qualquer etapa clínica da doença
•O HIV é transmitido
por: sangue, esperma, secreções vaginais, leite materno
•Maior risco de
transmissão:
compartilhar agulhas (ex. utilização de drogas injectáveis)
relação sexual(vaginal ou anal) sem protecção
compartilhar agulhas (ex. utilização de drogas injectáveis)
relação sexual(vaginal ou anal) sem protecção
•4. O ciclo de vida do HIV
replicação do ADN
replicação do ADN
•Os organismos são
formados por células
•Cada célula contem um
núcleo
•O núcleo
(« biblioteca ») contem os cromossomas (« livros » : 46 nos
seres humanos)
•Os cromossomos contêm
os genes (« receitas »)
•Essa receita não é
seguida em todas as células
•Replicação do ADN (2)
•Replicação Genética :
ADN em ARN em proteína
ADN em ARN em proteína
•Como o organismo utiliza as proteínas
As proteínas têm
muitas funções :
–Enzimas
–Essenciais para um
sistema imunitário eficaz
–± 15% da massa
corporal
•Proteínas Especiais
•As células têm
diversos receptores externos
•Algumas proteínas
funcionam como « fechaduras » dos receptores
•Outras proteínas
funcionam como chaves
•Proteínas chaves e
proteínas fechaduras se correspondem; o material genético das
« chaves » penetra na célula, iniciando um processo biológico, por
exemplo a produção de determinadas proteínas novas
•HIV e células CD4
•As células CD4 dão
informações ao
sistema
imunitário para atacar as infecções
•O HIV tem as “chaves”
que entram nas « fechaduras » CD4
•O vírus IH invade as
células CD4;
reduzindo a função normal das CD4
reduzindo a função normal das CD4
•Enfraquece o sistema
imunitário
•Vírus
•Um vírus é um pequeno agente infeccioso sem núcleo nem
membrana celular
–Não é “vivo”; precisa
de células para se reproduzir
Parasita intracelular obrigatório
Parasita intracelular obrigatório
•Traduz seu próprio ADN em ARN
•Utiliza as « cozinhas » das células para se
duplicar ele próprio
•
•
•
•5. Progressão da infecção por HIV :
Carga viral e número de CD4
Carga viral e número de CD4
•Infecções Oportunistas
•Infecções que
poderiam ser controladas por um sistema imunitário saudável
•O HIV não mata, as
infecções oportunistas sim!
–Bacterianas (ex. TB)
–Micóticas (ex. candidiase)
–Virais (ex. herpes
zona, herpes simples),
–Parasitárias (ex.
toxoplasmose)
Existem também algumas formas de cancro (não são
propriamente infecções)
•É necessária uma
estratégia de tratamento que seja agressiva e iniciada precocemente
•Infecções Opportunistas (cont.)
•Estádios Clínicos
OMS:
4 estádios clínicos e 3 limiares biológicos
Estádios
clínicos OMS :
I Assintomático (início da infecção)
II Levemente
sintomático (latência)
III Moderadamente sintomático (pré-SIDA)
IV Severamente sintomático (SIDA)
Limiares
biológicos (laboratório) baseados no número de CD4:
1.>= 500 células/mm3
2.200 a 499 células
/mm3
3.0 a 199 células /mm3
•Parte II –
Introdução ao HIV e ao SIDA:
Discussão
•Parte III:
Terapia Antiretroviral
Terapia Antiretroviral
Objetivos
da formação
1.Descrever os
diferentes tipos de ARV;
Listar os ARV existentes no mercado e seus tipos
Listar os ARV existentes no mercado e seus tipos
2.Descrever os efeitos
secundários e as interacções dos ARV
3.Descrever os
princípios dos tratamentos com ARV
4.Indicar a cobertura
dos medicamentos antiretrovirais
•1. Tipos de
antiretrovirais
•Actualmente há quatro
categorias de ARV
•Todos interferem na
capacidade do vírus de se recopiar no interior da célula:
–Inibidores da Fusão bloqueiam a entrada
do HIV na célula
–Inibidores da
Transcriptase Inversa bloqueiam
a replicação do HIV na célula (2 formas)
–Inibidores da Protease bloqueiam o
amadurecimento do HIV na saída da célula
•
•Inibidores da Fusão (de Entrada)
•O HIV só se pode se
reproduzir no interior da célula.
O HIV entra na célula CD4 unindo-se aos receptores
O HIV entra na célula CD4 unindo-se aos receptores
•“Preencher” esses
receptores evita a entrada
o Bloqueador = Inibidor da fusão (entrada)
o Bloqueador = Inibidor da fusão (entrada)
•Actualmente, só o
enfuvirtide (Fuzeon® inj), recentemente introduzido, impede a fusão com as
células T
•Inibidores ITI : INTI, INtTI; INNTI
•A
Transcriptase Inversa ou
Reversa (um enzima) transforma o ARN em ADN, ao copiar os nucleotídeos (as
“letras” A-C-G-T)
•Inibidores
da Transcriptase Inversa (ITI), bloqueiam o
processo de replicação:
-----“Nucleosídica” INTI
Análogo Nucleosídio INsTI
-----“Nucleosídica” INTI
Análogo Nucleosídio INsTI
Análogo Nucleotídio INtTI
•-----“Não-Nucleosídica
”:
Análogo Não-Nucleosídio INNTI
Análogo Não-Nucleosídio INNTI
•
•« Núcleo »: INTI, INNTI
•« Não-núcleo »: INNTI
•Inibidores da Protease (IP)
•O Vírus envia instrução à célula de formar a
protease
•Quando um novo vírus sai da célula, a protease corta as
proteínas do vírus no tamanho correto (clivagem)
O Vírus não está “maduro” antes de ser cortado
O Vírus não está “maduro” antes de ser cortado
•Os inibidores da Protease bloqueiam a protease;
o vírus não é cortado e não pode infectar novas células
•Resumo dos ARV por tipo
(em verde: os medicamentos comuns)
(em verde: os medicamentos comuns)
•2. Efeitos secundários comuns dos ARV
•Neuropatia
periférica, formigueiro (INTI, IP)
•Neurológicos: dores
de cabeça, vertigens
•Sangue: anemia,
leucopenia (INTI)
•Rash cutâneo
(nevirapine)
•GI: diarréia,
cólicas, vómitos, náuseas
•Metabólicos: acidose
láctica, lipodistrofias (INTI, IP)
•Toxicidade hepática
•Cálculos renais
(indinavir)
•Interacções
•Farmacocinética :
afecta as quantidades de medicamentos disponíveis no corpo; ex. um medicamento
interfere na eliminação de outro
–Ritonavir diminui a
eliminação dos outros IP, utilizados como “booster”
–Os IP e INNTI
interagem com os anticoncepcionais orais e os medicamentos para TB
•Farmacodinâmica :
relacionado com o modo de acção:
–ex. zidovudine e
stavudine, os dois “falsos T”, têm toxicidades que se adicionam
•3. Tratamento Antiretroviral
•Actualmente não existe cura para o HIV/SIDA
•Meta : manter a qualidade de vida
•Iniciar a terapia ARV ao ser elegível
•Tratar precocemente e de maneira agressiva as infecções oportunistas e
simultâneas
•Oferecer tratamentos paliativos
•Quando começar o tratamento?
•Cada país tem o seu próprio guião de tratamento
•Centros para controle de doenças dos EEUU:
–Menos de 200 células
CD4 por mm3
–Menos de 14% de
células T são CD4+
(as percentagens são, muitas vezes, uma melhor medida do déficit imunitário nas crianças, que têm um número mais alto de CD4 que os adultos)
(as percentagens são, muitas vezes, uma melhor medida do déficit imunitário nas crianças, que têm um número mais alto de CD4 que os adultos)
•Sistema de Tratamento OMS
•Terapia antiretroviral Altamente Activa
•Terapia antiretroviral Altamente Activa
•Combinação de medicamentos para reduzir o risco de
resistência medicamentosa e reduzir a dosagem de cada um dos medicamentos
•Mas:
–As combinações devem
ser sinérgicas
–Assegurar-se de que a
toxicidade não se acrescente
•TAAA : recomendação
•Primeira linha: Segunda linha:
2 INTI + 1 INNTI 2 INNTI + 1 ou 2 IP
2 INTI + 1 INNTI 2 INNTI + 1 ou 2 IP
•Exemplo – guia
do sector público da África do Sul :
stavudine (NRTI) zidovudine (NRTI)
lamivudine (NRTI) lopinavir+ritonavir (IP)
efavirenz (NNRTI)
Ou névirapine* (NNRTI)
* se a contracepção não está garantida
stavudine (NRTI) zidovudine (NRTI)
lamivudine (NRTI) lopinavir+ritonavir (IP)
efavirenz (NNRTI)
Ou névirapine* (NNRTI)
* se a contracepção não está garantida
•Se o esquema de 2ª linha
fracassa: enviar o paciente a um especialista
•Pílulas para um dia
•Combinações de dose fixa : CDF
Vários
medicamentos combinados num só comprimido
Benefícios:
•CDF
Possíveis Inconvenientes :
Possíveis Inconvenientes :
•Dificuldade de ajustar o tratamento às necessidades
individuais do paciente
•Atraso no momento de mudança de terapia (médicos e
pacientes podem ter a tendência de resistir-se às mudanças)
•Bastante recentes, poucos dados
•CDF ARV
(dose de adulto normal)
(dose de adulto normal)
Stavudine 30mg + Lamivudine 150mg + Nevirapine
200mg
Stavudine 30mg + Lamivudine 150mg
Stavudine 40mg + Lamivudine 150mg + Nevirapine
200mg
Stavudine 40mg + Lamivudine 150mg
Zidovudine 300mg +Lamivudine 150mg +
Nevirapine 200mg
Zidovudine 300mg + Lamivudine 150mg
Lopinavir 400mg + Ritonavir 100mg
•Protocolos de tratamento
Tratamento de 1ª linha
•
•$130-300/pessoa
•94-98% dos pacientes
•CDF existente
Tratamento de 2ª linha
•~$3000/pessoa
•2-6% dos pacientes
•CDF limitados
•Menos opções
•Formas e dosagens pediátricas
•Solução oral / suspensão
(didanosine,
ritonavir precisam ser mantidas em refrigeração; nevirapine
susp. não deve ser
mantida em refrigeração)
•Diferentes dosagens para
recém-nascidos, lactentes e crianças
•Posologia indicada por
kg/peso corporal ou por superfície corporal, ex. didanosine, crianças de 3-13 anos: 90 mg/m2 duas
vezes por dia ou 240mg/m2 uma vez por dia
•Razões para modificar as terapias
•Intolerância
medicamentosa :
–Mudança do
medicamento responsável, se o mesmo for identificado
•Fracasso do
tratamento (o vírus se multiplica):
–Pode acontecer por
muitas razões: mudanças farmacocinéticas, baixa adesão, interacções...
–Pode ser difícil de
detectar nas estruturas sem recursos (mal equipadas)
–Mudança de todos os
medicamentos, se possível
•Circunstâncias
especiais, ex. :
–Gravidez (aumentos de
doses podem ser necessários por causa do aumento de peso), pediatria,
comorbilidade com TB
•Profilaxia e tratamento das IO
Tuberculose Rifampicina,
isoniazida, pirazinamida, etambutol
Candidiase Fluconazol
Pneumocistose Cotrimoxazol,
pentamidina,
dapsona
Toxoplasmose Cotrimoxazol,
clindamicina, pirimetamina, ácido folínico
Anfotericina B,
fluconazol
Cryptococose
Herpes simples Valaciclovir
…… … …
•Profilaxia pós-exposição
•Dada às pessoas após um risco de exposição elevado ou
conhecido ao HIV (violação, ferida com agulhas, exposição cirúrgica)
•Deve ser dada logo que possível após a exposição, de
preferência dentro das 24 horas seguintes
•AZT/3TC duas vezes por dia, 28 dias
•
•
•Acesso aos TAR: junho/2005 pela OMS Regional
•Parte III – Terapia antiretroviral :
Discussão
•Resumo
•Uma vez que o HIV
está no ADN, não pode mais ser eliminado => Tratamento vitalício de uma doença crônica
•Os ARV são
determinantes para controlar o HIV e atrasar o início de infecções oportunistas
(IO)
•O HIV desenvolve
facilmente resistência, especialmente se a
concentração terapêutica não for mantida
•Os ARV têm muitos
efeitos indesejáveis e interacções: isso torna difícil a sua utilização e
adesão
•Implicações
•Qualidade assegurada dos produtos
•Cadeia de abastecimento eficaz e sem interrupção
•Adesão aos esquemas de tratamento
•Seguimento dos resultados do tratamento
•
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