FARMACOS ANTIFÚGICOS
INTRODUÇÃO
Os fungos são microrganismos de estrutura mais complexa que
as bactérias. A sua parede celular é constituida por polímeros sólidos que
resistem ao ataque dos antibióticos.
Por isso, para combater os fungos é
necessário o uso de agentes específicos, os Antifúngicos.
As infecções causadas
por fungos são divididas em duas classes:
Sistémicas
Superficiais
Os agentes antifúgicos são classificados também em dois
grupos:
I.Sistémicos
II.Tópicos
INTRODUÇÃO
Apesar disso, tal distinção torna-se arbitrária. O Imidazol, o triazol e os
agentes antifúngios poliênicos, por exemplo, podem ser utilizados por via
sistémica ou tópica e, analogamente, muitas micoses superficiaís podem ser
tratadas sistémica ou topicamente.
A Introdução do ketoconazol na prática clínica na
década 70 iniciou uma nova era na terapia antifúngica. A disponibilidade do
fármaco absorvido por via oral com baixa
toxicidade permitiu a terapia ambulatória de micoses profundas, a profilaxia a
longo prazo de pacientes imunocomprometidos e o tratamento de infecções com
baixa morbidade. Todas as três opções eram pouco atraentes quando a única
terapia sistémica disponível era anfotericina B, um fármaco tóxico para
administração intravenosa
Mais tarde, agentes antifúngicos do grupo azólico mais
modernos substituiram em grande parte o ketoconazol, em virtude de sua maior
eficácia, de seus efeitos hormonais mínimos e da possibilidade de administração
introvenosa.
I.SISTÉMICOS SÃO
Anfotericina B
Flucitosina
Imidazóis/ Triazóis
ketoconazol
Miconazol
Itraconazol
Fluconazol
Griseofulvina
II.TÓPICOS SÃO
Imidazóis/Triazóis
Clotrimazol
Miconazol
Nistatina
I.ANFOTERICINA B
Histórico e Origem
Descoberto em 1956
Por Gold e seus colaboradores
No estudo de uma Cepa de Streptomyces nodosus
Um actinomicete aeróbio obtido no vale do rio Orinoco, na
Venezuela
QUIMICA
A Anfotericina B é um dos membros de uma família de cerca
de 200 antibióticos macrolidios, poliênicos
Com a característica de possuirem entre 4 e 7 duplas
ligações conjugadas, de um Éster cíclo interno
Uma Hidrossolubilidade precária, uma toxicidade substancial
com administração parenteral e mecanismo de acção Antifungica comum
ACTIVIDADE ANTIFÚNGICA
A presenta uma actividade clínica útil contra;
Candida SPP
Cryptococus neoformans
Blastomyces dermatitidis
Histoplasma capsulatum
Aspergillus SPP
Agentes Mucormicoses
A ANFOTERICINA
Tem actividade limitada contra:
Protozoarios, Leishmania
Naegleria Fowleri
O fármaco não tem actividade
bactericida
MECANISMO DE ACÇÃO
Liga-se a uma porção esterol, basicamente de ergosterol
presente na membrana de fungos sensíveis
Formam poros ou canais.
O resultado é um aumento na permeabilidade da membrana, que
permite o extravasamento de diversas pequenas moléculas
Outros mecanismos, incluem
Lesão oxidativa das celulas
fúngicas
ABSORÇÃO DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO
A absorção de anfotericina B da via gastrointestinal é
irrisória
95% da anfotercina B permanence no plasma ligada às
proteínas, principalmente a ß-Lipoproteína
Excretada pela urina
As concentrações maiores são verificadas no:
Fígado
Baço
E quantidades menores:
Nos rins e
Nos Pulmões.
USO TERAPÊUTICO
A dose habitual é de 0.5 a
0,6mg/kg
Administrados numa solução de
Glicose a 5% por mais de 4Horas
A esofagite por cândida em adultos
responde a 0.15 a 0.2mg/kg diário.
A mucormicose rapidamente
progressiva ou aspergilose invasiva são tratadas com doses a 1.0 a 1.2 mg/kg
diário
EFEITOS COLATERAIS
A principal reacção à Anfotericina B injecção IV é:
Febre com calafrios
Hiperpnéia ou
Estridor respiratório
Discreta hipotensão
FLUCITOSINA
ACTIVIDADE ANTIFUNGICA
Actividade clínica útil contra:
Cryptococus neoformans
Candida SPP
Candida glabrata
Agentes da cromomicoses
MECANISMO DE ACÇÃO
Todos os fúngos sensíveis são capazes de desaminar e Flucitosina em
5-Fluorouracil é um potente Antimetabolito.
FLUCITOSINA (Cont...)
RESISTÊNCIA
FÚNGICA
A
resistência medicamentosa que surge durante a terapia (resistência secundária)
é uma causa importante de fracasso terapêutico quando a flucitosina é usada
isoladamente para a criptococose e a candidiase
ABSORÇÃO,
DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO
É absorvida
de forma rápida e eficiente no trato gastrointestinal
Amplamente
distribuída no corpo, com volume de distribuição que se aproxima ao da água
corporal total
Cerca de
80% da dose administrada são excretados
na urina sem modificações
A
flucitosina é encontrado no líquido cefalorraquidiano em concentração que
equivalem a cerca de 65 a 90%
A meia vida
do fármaco em indivíduos normais é de 3 a 6 horas
USO
TERAPÊUTICO
A
flucitosina é utilizada em associação com a anfotericina B no tratamento da:
Meningite
criptocócica e
Meningite
causada por candida
EFEITOS INDESEJÁVEIS
Deprime a
medula óssea
Densevolve
uma leucopenia
Trombocitopenia
Erupções
cutâneas
Náuseas
Vómitos
Diarréia
Enterocolite
grave.
FLUCITOSINA (Cont...)
TOXICIDADE
É mais frequente em pacientes com
HIV ou
Quando as concentrações
plasmáticas do fármaco ultrapassam 100mg/ml.
IMIDAZÓIS E TRIAZÓIS
Os Antifúgicos azólicos incluem
duas classes amplas
OS IMIDAZÓIS
TRIAZÓIS
Ambas as classes compartilham o mesmo espectro anti fúngico
e do mesmo mecanismo de acção
Os triazóis sistémicos são metabolizados mais lentamente e
tem um efeito menor sobre a síntese de esteróis humanos do que os imidazóis
FLUCITOSINA (Cont...)
ENTRE
OS FARMACOS ACTUALMENTE COMERCIALIZADOS = IMIDAZOIS
O
cotrimazol
Miconazol
Cetoconazol
Econazol
Butoconazol
Xiconazol
Sulconazol
TRIAZÓIS
Terconazol
Itraconazol
Fluconazol
FLUCITOSINA (Cont...)
ACTIVIDADE ANTIFÚNGICA
Actividade clínica útil contra:
Candida albicans
Candida tropicalis
Candida glabrata
Cryptococus neoformans
Blastomyces dermatitidis
Histoplasma capsulatum.
MECANISMO DE ACÇÃO
Prejudicam a biossíntese do
ergosterol na membrana citoplasmática e
conduzem a uma acumulação de 14-@- metilesteróis que inibem o crescimento dos
fúngos
KETOCONAZOL
É
administrado por via oral
Tem um
amplo potencial terapêutico para o tratamento de diversas infecções fúngicas
superficiais e sistémicas
ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO
É
necessário um ambiente ácido para a dissolução
Biodisponibilidade
fica muito diminuída em pacientes que utilizam agentes bloqueadores do receptor
histaminérgico H2, como a cimetidina, a
ranitidina ou a famotidina
É
extensamente metabolizado e os metabolitos aparecem nas fezes
A
concentração da droga na urina é muito baixa
No sangue
84% liga-se às proteínas plasmáticas 15% liga-se às hemácias e 1% permanece na
forma livre
KETOCONAZOL
USO CLÍNICO
Blastomicose
Histoplasmose
Candidíase mucocutanea crónica
Vulvo-vaginite por candida
Candidiase oral
Esofagiana
A dose habitual para um adulto é
de 400mg/dia
As crianças recebem 3,3 a 6,6mg/kg
dia
KETOCONAZOL (Cont..)
EFEITOS INDESEJÁVEIS
Náuseas
Anorexia
Vómitos
Erupção cutanea alérgica
Prurido
Perda de cabelos
ITRACONAZOL
Administrado por via
aral
ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO
Mais de 90%
do Itraconazol fica ligado às proteinas
séricas.
Os níveis
sanguíneos variam muito entre os pacientes e são reduzidos em mais de metade
nos pacientes em jejum, que apresentam uma redução da acidez gástica ou tenham
HIV avançada.
Uma
quantidade pequena ou nula aparece na urina.
INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS
As concentrações
diminuem quando é realizado uma terapia concomitente com:
Rifampicina
Fenitoína
Carbamazepina
E farmacos
que reduzem a acidez gastrica como os antagonistas H2 e bloqueadores da bomba
de protoes.
ITRACONAZOL
Cont..)
USO CLÍNICO
Histoplasmose
não meníngea
Na dose de
200mg 2xdia.
EFEITOS
INDESEJÁVEIS
Desconforto
Gastro-intestinal
Náuseas
Vómitos
Erupções
cutâneas
Edemas das
extremidades inferiores.
Hipertensão
FLUCONAZOL
E um bistriazol fluorado
ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO.
Absorvido
no tracto gastro-intestinal
A
biodisponibilidade não é alterada por alimentos ou pela acidez gástrica.
Excretado
pelos rins
A meia-vida
é de 25 a 30Horas
Difunde-se
rapidamente para os líquidos corporais, incluindo saliva
USO CLÍNICO
Candidíase
orofaríngea na dose de 50 a 100mg/dia
Candidíase
esofagiana na dose de 100 a 200mg/dia
Candidíase
vaginal na dose de 150mg/dia
GRISEOFULVINA
É insolúvel
na água
MECANISMO
DE ACÇÃO
Produz
células multinucledas quando o fármaco inibe a mitose do fungo
Desagrega o
fuso mitótico mediante uma interacção com os microtúbulos polimerizados.
Liga se a
uma proteína associada aos microtubulos. Além de sua ligação à tubulina.
ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO
A absorção
é melhorada quando é ingerido com uma refeição gordurosa.
Uma pequena
fracção do fármaco é encontrada nos líquidos corporais e nos tecidos
Excretados
na urina
GRISEOFULVINA (Cont...)
USO TERAPÊUTICO
Doença
micóticas da pele
Doença
micóticas dos cabelos
Doença
micóticas das unhas
No pé de
atleta
Doses diárias recomendadas 10 a15mg/kg para
crianças os melhores resultados são obtidos quando a dose diária é fraccionada
e administrada em intervalos de 6 horas.
GRISEOFULVINA
EFEITOS COLATERAIS
Cefaleias
Manifestação SN
Cansaço
Síncope
Vertigem
Ampliação dos efeitos do álcool
Náuseas
Vómitos
Flatulência
Secura da boca
Estomatite angular
FÁRMACOS ANTIFÚNGIOS TÓPICOS
II Imidazóis
e triazóis de uso tópico
USO
TERAPÊUTICO
Dermatomicose
Tinea
versicolar
Candidiase
mucocutânea
APLICAÇÃO CUTÂNEA
Devem ser
aplicadas 2x/dia durante 3 a 6 semanas
APLICAÇÃO VAGINAL
Os cremes
vaginais, supositórios e comprimidos são as preparações de escolha de candida
vaginal
Todos são
usados 1x/dia de preferência ao deitar para facilitar a observância ao
tratamento
EFEITOS COLATERAIS
Queimadura
Prurido
vaginal
CLOTRIMAZOL
A absorção
é de menos de 0,5% após aplicação sobre a pele
A partir da
vagina a absorção é de 3 a 10%
Persistem
concentrações fungicidas na vagina por até 3 dias após aplicação do fármaco
Metabolizado
no fígado
Excretado
na bile
USO TERAPÊUTICO
Infecções
por dermatófitos
Candidíase
cutânea
Candidíase
vulvovaginal
Para
tratamento da pele aplicações são 2x/dia
CLOTRIMAZOL (Cont..)
EFEITOS COLATERAIS
Queimadura
Eritema
Edema
Formação de
vesículas
Descamação
Prurido
Urticária
Aumento da
urgência urinária
MICONAZOL
Penetra facilmente a
camada córnea da pele e persiste por mais de 4 dias após a aplicação
USO TERAPÊUTICO
Tratamento
da Tinea cruris
Tratamento
da Tinea versicolor
Tratamento
da Candidíase vulvovaginal
Tratamento
da Candidíase glabrata
EFEITOS COLATERAIS
Queimadura
Cefaleia
Erupção cutânea
Irritação
Urticária
Prurido
NISTATINA
USOS TERAPÊUTICOS
Candidíase
EFEITOS
COLATERAIS
Em caso de
pastilhas, gosto amargo
Náuseas
MAPUTO, AGOSTO DE 2013
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