terça-feira, 20 de agosto de 2013

FARMACOS ANTIFÚGICOS


FARMACOS ANTIFÚGICOS
INTRODUÇÃO
Os fungos são microrganismos de estrutura mais complexa que as bactérias. A sua parede celular é constituida por polímeros sólidos que resistem  ao ataque dos antibióticos. Por  isso, para combater os fungos é necessário o uso de agentes específicos, os Antifúngicos.
 As infecções causadas por fungos são divididas em duas classes:
Sistémicas
Superficiais
Os agentes antifúgicos são classificados também em dois grupos:
I.Sistémicos
II.Tópicos
INTRODUÇÃO
Apesar disso, tal distinção torna-se  arbitrária. O Imidazol, o triazol e os agentes antifúngios poliênicos, por exemplo, podem ser utilizados por via sistémica ou tópica e, analogamente, muitas micoses superficiaís podem ser tratadas sistémica ou topicamente.
 A Introdução do ketoconazol na prática clínica na década 70 iniciou uma nova era na terapia antifúngica. A disponibilidade do fármaco absorvido por via oral com  baixa toxicidade permitiu a terapia ambulatória de micoses profundas, a profilaxia a longo prazo de pacientes imunocomprometidos e o tratamento de infecções com baixa morbidade. Todas as três opções eram pouco atraentes quando a única terapia sistémica disponível era anfotericina B, um fármaco tóxico para administração intravenosa
Mais tarde, agentes antifúngicos do grupo azólico mais modernos substituiram em grande parte o ketoconazol, em virtude de sua maior eficácia, de seus efeitos hormonais mínimos e da possibilidade de administração introvenosa.
I.SISTÉMICOS SÃO
Anfotericina B
Flucitosina
Imidazóis/ Triazóis
ketoconazol
Miconazol
Itraconazol
Fluconazol
Griseofulvina
II.TÓPICOS SÃO
Imidazóis/Triazóis
Clotrimazol
Miconazol
Nistatina
I.ANFOTERICINA B
Histórico e Origem
Descoberto em 1956
Por Gold e seus colaboradores
No estudo de uma Cepa de Streptomyces nodosus
Um actinomicete aeróbio obtido no vale do rio Orinoco, na Venezuela
QUIMICA
A Anfotericina B é um dos membros de uma família de cerca de 200 antibióticos macrolidios, poliênicos
Com a característica de possuirem entre 4 e 7 duplas ligações conjugadas, de um Éster cíclo interno
Uma Hidrossolubilidade precária, uma toxicidade substancial com administração parenteral e mecanismo de acção Antifungica comum
ACTIVIDADE ANTIFÚNGICA
A presenta uma actividade clínica útil contra;
Candida SPP
Cryptococus neoformans
Blastomyces dermatitidis
Histoplasma capsulatum
Aspergillus SPP
Agentes Mucormicoses
A ANFOTERICINA
Tem actividade limitada contra:
Protozoarios, Leishmania
Naegleria Fowleri
O fármaco não tem actividade bactericida
MECANISMO DE ACÇÃO
Liga-se a uma porção esterol, basicamente de ergosterol presente na membrana de fungos sensíveis
Formam poros ou canais.
O resultado é um aumento na permeabilidade da membrana, que permite o extravasamento de diversas pequenas moléculas
Outros mecanismos, incluem
Lesão oxidativa das celulas fúngicas
ABSORÇÃO DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO
A absorção de anfotericina B da via gastrointestinal é irrisória
95% da anfotercina B permanence no plasma ligada às proteínas, principalmente a ß-Lipoproteína
Excretada pela urina
As concentrações maiores são verificadas no:
Fígado
Baço
E quantidades menores:
Nos rins e
Nos Pulmões.
USO TERAPÊUTICO
A dose habitual é de 0.5 a 0,6mg/kg
Administrados numa solução de Glicose a  5% por mais de 4Horas
A esofagite por cândida em adultos responde a 0.15 a 0.2mg/kg diário.
A mucormicose rapidamente progressiva ou aspergilose invasiva são tratadas com doses a 1.0 a 1.2 mg/kg diário
EFEITOS COLATERAIS
A principal reacção à Anfotericina B injecção IV é:
Febre com calafrios
Hiperpnéia ou
Estridor respiratório
Discreta hipotensão
FLUCITOSINA
ACTIVIDADE ANTIFUNGICA
Actividade clínica útil contra:
Cryptococus neoformans
Candida SPP
Candida glabrata
Agentes da cromomicoses
 MECANISMO DE ACÇÃO
Todos os fúngos sensíveis  são capazes de desaminar e Flucitosina em 5-Fluorouracil é um potente Antimetabolito.
FLUCITOSINA (Cont...)
RESISTÊNCIA FÚNGICA
A resistência medicamentosa que surge durante a terapia (resistência secundária) é uma causa importante de fracasso terapêutico quando a flucitosina é usada isoladamente para a criptococose e a candidiase
ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO
É absorvida de forma rápida e eficiente no trato gastrointestinal
Amplamente distribuída no corpo, com volume de distribuição que se aproxima ao da água corporal total
Cerca de 80% da dose administrada  são excretados na urina sem modificações
A flucitosina é encontrado no líquido cefalorraquidiano em concentração que equivalem a cerca de 65 a 90%
A meia vida do fármaco em indivíduos normais é de 3 a 6 horas
USO TERAPÊUTICO
A flucitosina é utilizada em associação com a anfotericina B no tratamento da:
Meningite criptocócica e
Meningite causada por candida
 EFEITOS INDESEJÁVEIS
Deprime a medula óssea
Densevolve uma leucopenia
Trombocitopenia
Erupções cutâneas
Náuseas
Vómitos
Diarréia
Enterocolite grave.
FLUCITOSINA (Cont...)
 TOXICIDADE
É mais frequente em pacientes com HIV ou
Quando as concentrações plasmáticas do fármaco ultrapassam 100mg/ml.
IMIDAZÓIS E TRIAZÓIS
Os Antifúgicos azólicos incluem duas classes amplas
OS IMIDAZÓIS
TRIAZÓIS
Ambas as classes compartilham o mesmo espectro anti fúngico e do mesmo mecanismo de acção
Os triazóis sistémicos são metabolizados mais lentamente e tem um efeito menor sobre a síntese de esteróis humanos do que os imidazóis
FLUCITOSINA (Cont...)
ENTRE OS FARMACOS ACTUALMENTE COMERCIALIZADOS = IMIDAZOIS
O cotrimazol
Miconazol
Cetoconazol
Econazol
Butoconazol
Xiconazol
Sulconazol
 TRIAZÓIS
Terconazol
Itraconazol
Fluconazol
FLUCITOSINA (Cont...)
ACTIVIDADE ANTIFÚNGICA
Actividade clínica útil contra:
Candida albicans
Candida tropicalis
Candida glabrata
Cryptococus neoformans
Blastomyces dermatitidis
Histoplasma capsulatum.
 MECANISMO DE ACÇÃO
Prejudicam a biossíntese do ergosterol na membrana  citoplasmática e conduzem a uma acumulação de 14-@- metilesteróis que inibem o crescimento dos fúngos
KETOCONAZOL
É administrado por via oral
Tem um amplo potencial terapêutico para o tratamento de diversas infecções fúngicas superficiais e sistémicas
 ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO
É necessário um ambiente ácido para a dissolução
Biodisponibilidade fica muito diminuída em pacientes que utilizam agentes bloqueadores do receptor histaminérgico H2, como  a cimetidina, a ranitidina ou a famotidina
É extensamente metabolizado e os metabolitos aparecem nas fezes
A concentração da droga na urina é muito baixa
No sangue 84% liga-se às proteínas plasmáticas 15% liga-se às hemácias e 1% permanece na forma livre
KETOCONAZOL
 USO CLÍNICO
Blastomicose
Histoplasmose
Candidíase mucocutanea crónica
Vulvo-vaginite por candida
Candidiase oral
Esofagiana
A dose habitual para um adulto é de 400mg/dia
As crianças recebem 3,3 a 6,6mg/kg dia
KETOCONAZOL (Cont..)
EFEITOS INDESEJÁVEIS
Náuseas
Anorexia
Vómitos
Erupção cutanea alérgica
Prurido
Perda de cabelos
ITRACONAZOL
Administrado por via aral
 ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO
Mais de 90% do Itraconazol fica ligado  às proteinas séricas.
Os níveis sanguíneos variam muito entre os pacientes e são reduzidos em mais de metade nos pacientes em jejum, que apresentam uma redução da acidez gástica ou tenham HIV avançada.
Uma quantidade pequena ou nula aparece na urina.
 INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS
As concentrações diminuem quando é realizado uma terapia concomitente com:
Rifampicina
Fenitoína
Carbamazepina
E farmacos que reduzem a acidez gastrica como os antagonistas H2 e bloqueadores da bomba de protoes.
ITRACONAZOL Cont..)
 USO CLÍNICO
Histoplasmose não meníngea
Na dose de 200mg 2xdia.
EFEITOS INDESEJÁVEIS
Desconforto Gastro-intestinal
Náuseas
Vómitos
Erupções cutâneas
Edemas das extremidades inferiores.
Hipertensão
FLUCONAZOL
E um bistriazol fluorado
ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO.
Absorvido no tracto gastro-intestinal
A biodisponibilidade não é alterada por alimentos ou pela acidez gástrica.
Excretado pelos rins
A meia-vida é de 25 a 30Horas
Difunde-se rapidamente para os líquidos corporais, incluindo saliva
 USO CLÍNICO
Candidíase orofaríngea na dose de 50 a 100mg/dia
Candidíase esofagiana na dose de 100 a 200mg/dia
Candidíase vaginal na dose de 150mg/dia
GRISEOFULVINA
É insolúvel na água 
MECANISMO DE ACÇÃO
Produz células multinucledas quando o fármaco inibe a mitose do fungo
Desagrega o fuso mitótico mediante uma interacção com os microtúbulos polimerizados.
Liga se a uma proteína associada aos microtubulos. Além de sua ligação à tubulina.
ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E EXCREÇÃO
A absorção é melhorada quando é ingerido com uma refeição gordurosa.
Uma pequena fracção do fármaco é encontrada nos líquidos corporais e nos tecidos
Excretados na urina
GRISEOFULVINA (Cont...)
 USO TERAPÊUTICO
Doença micóticas da pele
Doença micóticas dos cabelos
Doença micóticas das unhas
No pé de atleta
Doses  diárias recomendadas 10 a15mg/kg para crianças os melhores resultados são obtidos quando a dose diária é fraccionada e administrada em intervalos de 6 horas.
GRISEOFULVINA
 EFEITOS COLATERAIS
Cefaleias
Manifestação SN
Cansaço
Síncope
Vertigem
Ampliação dos efeitos do álcool
Náuseas
Vómitos
Flatulência
Secura da boca
Estomatite angular
FÁRMACOS ANTIFÚNGIOS TÓPICOS
II Imidazóis e triazóis de uso tópico
USO TERAPÊUTICO
Dermatomicose
Tinea versicolar
Candidiase mucocutânea
 APLICAÇÃO CUTÂNEA
Devem ser aplicadas 2x/dia durante 3 a 6 semanas
 APLICAÇÃO VAGINAL
Os cremes vaginais, supositórios e comprimidos são as preparações de escolha de candida vaginal
Todos são usados 1x/dia de preferência ao deitar para facilitar a observância ao tratamento
 EFEITOS COLATERAIS
Queimadura
Prurido vaginal
CLOTRIMAZOL
A absorção é de menos de 0,5% após aplicação sobre a pele
A partir da vagina a absorção é de 3 a 10%
Persistem concentrações fungicidas na vagina por até 3 dias após aplicação do fármaco
Metabolizado no fígado
Excretado na bile
 USO TERAPÊUTICO
Infecções por dermatófitos
Candidíase cutânea
Candidíase vulvovaginal
Para tratamento da pele aplicações são 2x/dia
CLOTRIMAZOL (Cont..)
 EFEITOS COLATERAIS
Queimadura
Eritema
Edema
Formação de vesículas
 Descamação
Prurido
Urticária
Aumento da urgência urinária
MICONAZOL
Penetra facilmente a camada córnea da pele e persiste por mais de 4 dias após a aplicação
 USO TERAPÊUTICO
Tratamento da Tinea cruris
Tratamento da Tinea versicolor
Tratamento da Candidíase vulvovaginal
Tratamento da Candidíase glabrata
 EFEITOS COLATERAIS
Queimadura
Cefaleia
 Erupção cutânea
Irritação
 Urticária
Prurido 
NISTATINA
USOS TERAPÊUTICOS
Candidíase
EFEITOS COLATERAIS
Em caso de pastilhas, gosto amargo
Náuseas
MAPUTO, AGOSTO DE 2013

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