segunda-feira, 12 de maio de 2014

PATOLOGIA DA FARINGE

                                         PATOLOGIAS DA FARINGE II


AMIGDALITES

As tonsilas estão localizadas na faringe e constituem estruturas de 3 sistemas:
- digestório: função de deglutição
- respiratório: função respiratória
- imunológico: função imunitária

 As infecções das tonsilas, as amigdalites, são causadas por mecanismos infecciosos: vírus, bactérias, fungos. A etiologia mais comum é a viral, seguida da etiologia bacteriana.

Parâmetros para diferenciar etiologia viral da bacteriana
    - idade
    - presença e características da adenopatia
    - febre ( características)

Obs.: Paciente com quadro viral = febre baixa e prolongada, linfonodos pequenos, presença de petéquias, muita secreção, idade < 2 anos

Causas Virais:
Mais comuns: Epstein- Barr, Adenovírus,  Coxsackie, Infuenza

Infecção Viral
   -  Adenovírus: provoca faringite e conjuntivite, com eritema e alterações foliculares
   -  Epstein-Barr: provoca faringite e mononucleose
   - Coxsackie: síndrome pé, mão, boca

Síndrome mão, pé, boca: Infecção viral da pele e da mucosa oral, caracterizada por erupções na boca, mãos e pés.
O primeiro caso foi descrito em 1957. Pode ser causado pelo coxsackievirus (A16) e menos frequentemente pelos enterovírus (os vírus que causam diarréia). É uma infecção muito comum. A incidência é comum. Usualmente em crianças abaixo de 5 anos de idade. Nas crianças em fase escolar ocorre com menos frequência e raramente ocorre em adultos.
Transmissão de criança para criança. Usualmente o período de incubação é de 4 a 6 dias.
Quadro clínico: é caracterizado por febre de intensidade variável. Alguns casos podem ocorrer sem febre. Habitualmente a criança apresenta estomatite (aftas) e gânglios aumentados no pescoço. Surgem a seguir, em pés e mãos, lesões vesiculosas (como pequenas bolhas) branco-acizentadas com base avermelhada, não pruriginosas e não dolorosas. Regridem espontanemante em torno de uma semana.É uma doença benigna, porém são relatados muito raramente casos de complicações como meningite e encefalite.
O diagnoóstico :é pelo quadro clínico bem característico e geralmente dispensamos os exames complementares.
O tratamento : inclui medidas que orientamos para todas as virose de uma maneira geral: Repouso, alimentação leve e boa ingesta de líquidos. A febre deve ser controlada com o antitérmico prescrito pelo pediatra. Além disso a mamãe precisa saber que a ida frequente ao pronto-socorro não vai alterar a evolução natural da doença, pois a virose é auto-limitada, ou seja, tem regressão espontânea. Em poucos casos, quando as lesões da boca comprometem a ingesta de líquidos, faz-se necessário hidratação endovenosa.


Gengivoestomatite herpética primária

Etiologia: vírus herpes simples – tipo I
Prevalência: início: > 6 meses
                     Pico: 2 a 4 anos de idade
Aparece após um período de incubação de três a nove dias

Clínica: início súbito, mialgia, febre, irritabilidade, dor de garganta, cefaléia, mal-estar geral, perda de apetite, salivação intensa. Há linfadenopatia cervical bilateral, a seguir surgem as manifestações bucais (erupção oral), quase sempre, precedidas de inflamação gengival, representadas por formações de vesículas, especialmente nas gengivas, língua, palato e face interna do lábio, que se rompem dando lugar a ulcerações semelhantes às aftas vulgares, de fundo branco-amarelado, circundadas por zona eritematosa edemasiada, sendo extremamente dolorosas. As lesões persistem de seis a dezasseis dias e reparam sem formação de cicatrizes.


Tratamento: antiinflamatórios tópicos para conforto do paciente e aguardar a regressão das lesões.


Infecção herpética secundária

As infecções herpéticas secundárias, também denominada herpes simples recidivante labial ou herpes labial recorrente, são resultantes da reativação do vírus herpes simples em indivíduos pré-infectados.

Quadro clínico:  Caracteriza-se por lesões que podem aparecer em qualquer ponto da pele, mucosas e genitais, sendo mais freqüentes ao redor da boca (perioral) nos lábios, na conjuntiva e na córnea, ao redor das narinas (perinasal) e do mento. As manifestações secundárias não são tão graves como as da primo-infecção. Pequenas bolhas que estouram e são recobertas por uma crosta durante o processo de cicatrização. O curso clínico da estomatite herpética secundária finda em torno de 8 dias.

 - Fatores predisponentes para reativação: doenças febris, trauma mecânico, estresse emocional, luz ultravioleta, distúrbios gastrintestinais, períodos menstruais, imunossupressão, HIV, leucemia

Tratamento:  visa diminuir a freqüência com que os episódios ocorrem. Atualmente, os tratamentos envolvem drogas como o aciclovir, empregadas de forma local e sistêmica, e aplicações de laser de baixa intensidade.

·        não é comum em crianças imunocompetentes.

Herpangina

É uma doença viral aguda caracterizada por úlceras e lesões que podem abranger a língua, o palato mole, as amígdalas, a parte interna das bochechas e as gengivas. Maior incidência no verão. Caráter

Etiologia: Vírus Coxsackie do grupo A ( + comum) e grupo B (- freqüente).

Clínica: Febre alta ( + alta em pctes + jovens), dor de garganta, disfagia e cefaléia podem surgir antes do aparecimento das lesões. Durante o estado febril, que persiste de 1 a 4 dias, surgem pequenas vesículas nas amígdalas, úvula e palato mole ( porção posterior da faringe). Em 25% dos casos tem-se dor abdominal e vômitos.
As lesões pequenas que evoluem para úlceras superficiais, sobrelevadas, com base branca ou branco-acinzentada e borda avermelhada geralmente muito dolorosa. De modo geral, essas lesões não são numerosas( média de 5, mas pode variar de 1 a 15).
Regressão dos sintomas em 3-7 dias.

Diagnóstico: é feito usualmente apenas em bases clínicas, levando-se em considerações a localização e a distribuição das lesões no palato mole, úvula, amígdalas e faringe. Havendo necessidade, recorre-se aos exames laboratoriais que consistem no isolamento do vírus ou na verificação da presença de anticorpos específicos no soro dos doentes.

Diagnóstico diferencial:
 - gengivoestomatite herpética aguda: esporádica, ocorre em qualquer época do ano, ao 
    passo que a herpangina predomina no verão e tem um certo caráter epidêmico. lesões  
    envolvem intensamente a gengiva e as membranas mucosas da cavidade
    bucal como um todo, tendo as lesões aspecto confluente,
 - doença da mão, pé e boca: esões vesiculosas e ulcerativas encontradas na gengiva,
    língua, mucosa vestibular e palato, são também observadas vesículas e úlceras na pele
    das mãos e dos pés.
 - afta: acomete qualquer local da cavidade bucal e geralmente a lesão é única.

Tratamento: minimização do desconforto dos sintomas. Evita-se o uso de aspirina.

Condiloma Acuminado

  É uma lesão benigna, viral, do epitélio escamoso estratificado, transmitida sexualmente.

Etiologia: HPV sorotipos 6,11,16,18, outros
Verruga Vulgar

Lesão viral, contagiosa, benigna, provocada pelo HPV e comum em crianças.

Mononucleose infecciosa

Etiologia: Epstein-Barr
Quadro clínico: simula uma infecção bacteriana com hiperemia de orofaringe, linfoadenomegalia e febre.

O quadro não responde ao uso de antibiótico, podendo levar a um “rash cutâneo”.

Sarampo

Etiologia: Paramixovírus
Clínica: Rinite, tosse, manchas de Koplik (pequenas manchas arredondadas e  de cor  cinza, rodeadas por um halo de coloração avermelhada na mucosa jugal – o professor e em vários artigos e livros também falam que são esbranquiçadas),
Resumindo:
 ·  febre alta
·  manchas vermelhas na pele
·  tosse seca
·  irritação nos olhos e fotofobia
·  falta de apetite
·  nariz escorrendo
·  mal estar
Complicações: otite, pneumonia e encefalite. Em gestantes pode causar aborto e parto prematuro.

Herpes-Zoster

Etiologia: reativação do vírus da varicela presente nos linfonodos.
Prevalência: idosos e indivíduos com HIV – imunidade baixa

Repercussão do HIV na cavidade oral: Sarcoma de Kaposi
                                                               Entumecimento de glândulas salivares
                                                               Candidíase
                                                               Leucoplasia pilosa (tricoleucoplasia)

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