sexta-feira, 25 de outubro de 2013


CONTRACEPTIVOS ORAIS E PÍLULA ABORTIVA
1. CONTRACEPTIVOS
Definição:
-conjunto de meios para impedir a concepção (acto de ser concebido ou gerado).

2. TIPOS DE CONTRACEPTIVOS
Comportamentais ou de abstinência periódica:
- São aqueles que identificam o período fértil, para ter
   relações nesse período.
   Ex: - Tabelinha
          - Método de billings ou da ovulação
Barreira:
- São aqueles que não deixam os espermatozóides subirem
  através do colo do útero.
  Ex: - Preservativos (masculino e feminino)
        - Diafragma
        - Espermicidas
 

Hormonais:
- São aqueles que evitam a gravidez a partir do uso de medicamentos
 que contem hormonas (estrógeno e progestérona), produzindo
 algumas alterações no aparelho genital da mulher.
- Actuam principalmente a nível do ovário, trompas, endométrio
 e muco.
 Ex: - Pílulas
        - Injectáveis
        - Implante
        - Adesivos
Intra-uterinos:
- Colocação de um aparelho que fica dentro do útero.
  Ex: - Diu (Dispositivo intra-uterino).

Cirúrgicos:
- Operações que são feitas tanto no homem
  quanto na mulher para interromper
  definitivamente a capacidade reprodutiva.
  Ex: - Vasectomia,
         - Ligadura de trompas ou esterilização
            feminina.
PRESERVATIVOS
- MASCULINO
Método:
-Um revestimento fino, de látex, de vinil,
-É colocado para revestir o Pénis erecto.
Mecanismo de acção:
-Evita que o esperma chegue ao tracto
   reprodutor feminino,
- Evita que as DTS`s sejam transmitidos de um parceiro a outro.
PRESERVATIVOS
- FEMININO
Método:
-É uma bolsa de plástico leve, frouxa, que se adapta à vagina e protege o colo do útero e a vagina.
-A bolsa possui um anel leve e flexível em cada extremidade.
-

Método:
-A extremidade fechada do preservativo feminino é inserida até o fundo da vagina.
-O anel aberto permanece do lado de fora da vagina após a inserção, protegendo os lábios e a base do pénis durante o acto sexual.

Mecanismo de Acção:
-Ajudam a prevenir tanto a gravidez quanto as doenças sexualmente transmissíveis (DTS).
-Usados correctamente, eles não permitem que o esperma e os microrganismos contidos no sémen entrem em contacto com a vagina;
-também impedem que os microrganismos da vagina penetrem no pénis.
DIAFRAGMA
Método:
-É um pequeno dispositivo circular de
   borracha com um lado firme e flexível, que ao ser colocada na vagina forma uma barreira física sobre o colo do útero.
Mecanismo de acção:
Evita que o esperma chegue ao tracto reprodutivo superior (útero e trompas de falópio)
ESPERMICIDAS
Método: Químicos (ex. nonoxinol 9) que matam os espermatozóides.
Tipos: Aerossol em espuma, cremes, pomadas, geleias, supositórios vaginais, tabeletes vaginais
Mecanismo de acção: Causa ruptura da membrana celular do espermatozóide, que afecta sua mobilidade e a habilidade de fertilizar o óvulo.
COITO INTERROMPIDO
-Baseia-se na capacidade do homem pressentir a iminência da ejaculação e neste momento retirar o pénis da vagina evitando assim a deposição do esperma.
-O método requer auto controle do homem, de forma que ele possa retirar o pénis pouco antes da ejaculação.
TABELA
- O método de Ogino-Knaus, calendário,
  ritmo ou tabela como é mais conhecido, é
  talvez um dos mais utilizados.
- Busca encontrar, através de cálculos, o
   início e o fim do período fértil.
MUCO CERVICAL
Conhecido como método de Billings
Baseia-se na ocorrência de modificações cíclicas no muco cervical, através das quais as mulheres podem observar se estão no período fértil.
LIGADURA TUBÁRIA
Método:
- Procedimento cirúrgico, simples e seguro de carácter voluntário para término permanente da fertilidade em mulheres.
- Feito por Minilaparotomia ou laparoscopia.
LIGADURA TUBÁRIA
Mecanismo de acção:
- Bloqueia as trompas de falópio (pela secção, cauterização, anéis ou clips).
- O espermatozóide é impedido de chegar ao óvulo impedindo a fertilização do mesmo. Não tem nenhum efeito sobre a função hormonal da mulher e não altera o seu ciclo menstrual.
VASECTOMIA
Método: Método cirúrgico que encerra permanentemente a fertilidade em homens
Mecanismos de acção: Pelo bloqueio dos condutos deferentes (ducto ejaculatório) impede a presença de espermatozóides na ejaculação.
INJECTÁVEIS
Método:
-São aplicados por via intramuscular: mensalmente, a cada 2 meses ou trimestralmente(90 dias) dependendo da sua formulação.
-As mensais são produtos combinados de progesterona e estradiol.
-Os bimensais e trimestrais possuem acção mais prolongada contendo apenas a progesterona.
INJECTÁVEIS
Mecanismo de acção:
- Suprimem a ovulação.
- Engrossam o muco cervical (que evita a penetração do espermatozóide).
- Modificam o endométrio (tornando a implantação menos provável).
- Reduzem o transporte do esperma ao trato genital superior (trompas de falópio).
DISPOSITIVO INTRA UTERINO
Método: Pequeno dispositivo flexível inserido na cavidade uterina. Os mais recentes são feitos de plásticos e contêm medicação (libertam lentamente pequenas quantidades de progestrogenio).
DISPOSITIVO INTRA UTERINO
Mecanismo de acção:
-Interfere com a capacidade do esperma de
   passar pela cavidade uterina (DIU´s que liberam cobre)
- Interfere com o processo reprodutivo antes do ovo chegar à cavidade uterina
- Espessamento do muco cervical (DIU que libera progestrogenio)
- Altera a camada endometrial (DIU que libera progestogenio).
ANEL VAGINAL
Descrição: NuvaRing é um anel vaginal contraceptivo combinado
- Cada anel deve ser utilizado durante um ciclo; um ciclo compreende 3 semanas de uso do anel seguidas de um período de 1 semana sem o anel.
-Ele pode ser inserido e removido com facilidade pela mulher.
ADESIVO
Descrição: sobre forma de adesivo, colado na pele (nádega, abdómen,etc) uma vez por semana durante três semanas.Deixa-se uma semana livre de adesivo para permitir a vinda do sangramento de privação (menstruação). Reiniciar na semana seguinte.
3. CONTRACEPTIVOS ORAIS
Conceitos: São preparados contendo uma pequena quantidade de duas hormonas parecidas, produzidas pelo ovário: um estrógenio e um progestrogénio, capazes de bloquear a ovulação (inibindo a libertação de FSH e LH).
3. CONTRACEPTIVOS ORAIS
Derivados estrogénicos comuns: - Etilestradiol, Mestranol
Derivados da progesterona: - Noretindrona, Linestrenol, Gestodeno, Norgestrel, Medroxiprogesterona
                                            
3. CONTRACEPTIVOS ORAIS
Mecanismo de acção: O bloqueio da ovulação é realizado na hipófise (glândula endócrina junto ao cérebro) pela inibição da libertação de FSH (hormona estimuladora do folículo) pelo componente estrogênico e pela inibição de LH pelo componente contendo progestérona no contraceptivo oral.
-  o componente de progesterona torna o muco cervical espesso, impossibilitando a ascensão dos espermatozóides.
3. CONTRACEPTIVOS ORAIS
Efeitos adversos (Colaterais):
- hipertensão arterial
- tromboses venosas
- aumento da glicemia
- náuseas e vómitos
- neoplasia de colo do útero
- neoplasia de mama
3. CONTRACEPTIVOS ORAIS
Contra-indicações:
- insuficiência hepática
- hipertensão arterial
- diabetes
- cancro da mama
- sangramentos vaginais sem diagnóstico
- gravidez
- tabagismo associado a idade acima de 35 anos
- antecedentes de trombose, doença vascular cerebral
3. CONTRACEPTIVOS ORAIS
Aplicação:
- Deve ser tomada todos os dias durante 21 dias
   seguidos por mês, sempre à mesma hora (para      a maioria das pílulas o atraso é de 12 horas).
- Embalagens de 21 comprimidos
- Toma-se todos os dias sem parar, interrompe-se 7 dias, inicia-se nova embalagem no 8º dia.
- Embalagens de 28 comprimidos
- Tomar sem parar.
4. CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS [COC]
São pílulas que contém duas hormonas sintéticas (estrogéno e progestérona).
Eles confundem e paralisam o processo natural de produção hormonal, inibindo com isso a ovulação.
Em algumas formulações, ainda espessam o muco cervical, a secreção que é produzida na entrada do útero, dificultando com isso a passagem dos espermatozóide em direcção ao interior do órgão.
4. CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS [COC]
Mecanismos de acção:
- Suprimem a ovulação.
- Espessam o muco cervical (que evita a penetração do espermatozóide).
- Modifica o endométrio (tornando a implantação menos provável).
- Reduz o transporte do esperma ao trato genital superior (trompas de falópio).
4. CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS [COC]
Vantagens:
Reduz a preocupação com o risco da gravidez
Regulariza os ciclos menstruais, reduz o fluxo do sangramento e seu tempo de duração;
Diminui a frequência e a intensidade das cólicas menstruais;
Diminui a incidência de gravidez ectópica, cancro do endométrio, cancro do ovário, cistos de ovário, doença inflamatória pélvica, doenças mamárias benignas e miomas uterinos.
4. CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS [COC]
Desvantagens:
Náuseas,
dor de cabeça leve,
sensibilidade nas mamas,
ganho de peso,
nervosismo
acne
Amenorréia (ausência de menstruação) e alterações no ciclo menstrual,
Alterações do humor, depressão
4. CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS [COC]
Contra-indicações:
mulheres que estão amamentando porque afectam a qualidade e quantidade do leite;
Fumantes com mais de 35 anos. correm risco de acidentes vasculares, tromboses venosas profundas ou enfarto com doses plenas de COCs e devem usar os COCs de baixa dose.
5. TIPOS DE CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS
Monofásicos:
- Mais comuns,
- Encontradas em embalagens de 21 ou 22 comprimidos activos.
- A grande maioria tem 21 comprimidos.
- Em algumas marcas, as cartelas incluem as 21 pílulas activas e mais 6 ou 7 comprimidos sem hormonas, denominados placebo, para completar a série de 28 dias de comprimidos, o que ajuda a usuária a não perder o controle do uso correcto da pílula.
5. TIPOS DE CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS
Monofásicos:
Hormonas                                                                Marca
-Mestranol 0,1mg+ noretindrona 0,5mg                 - Biofim
                                                                                - Megestran
-Etinil-estradiol 0,05mg+ linestrenol 1,0mg            - Anacyclin    
                                                                               
-Etinil-estradiol 0,03mg+ levonorgestrel 0,15mg    - Microvlar  
                                                                                - Nordette
                                                                                - Levogen
                           
5. TIPOS DE CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS
Bifásicos:
-contêm dois tipos de comprimidos activos, com as mesmas hormonas mas em proporções que variam de acordo com o período do ciclo.
-vêm em cores diferentes e devem ser tomados na ordem indicada na cartela.
5. TIPOS DE CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS
Bifásicos:
Hormona                                                                    Marca
-Etinil-estradiol 0,04mg/0,03mg+desogestrel               - Gracial
      0,025mg/0,125mg
5. TIPOS DE CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS
Trifásicos:
-contêm três tipos de comprimidos activos, com os mesmos hormonas que variam de acordo com o período do ciclo.
-vêm em cores diferentes e devem ser tomados na ordem indicada na cartela.
5. TIPOS DE CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS
Trifásicos:
Hormona                                                                         MARCA
- Etinil-estradiol 0,03mg/0,04mg/0,03mg                        - Trinordiol
     + levonorgestrel    0,05mg/0,075mg/0,125mg      - Triquilar
- Etinil-estradiol 0,035mg/0,035mg/0,035mg                   - Trinovum
     + noretisterona 0,5mg/0,75mg/1,0mg
6. CONTRACEPTIVOS ORAIS DE PROGESTROGÉNIO
São pílulas que contém somente progestrogénios.
também conhecidas como minipílulas e especialmente recomendadas para mulheres que estão amamentando ou que tem contra-indicação para usar estrogénos.
A minipílula não contém esta última hormona e compõem-se de doses baixas de progestrogénios, quase a metade do que é usado nos contraceptivos orais combinados (COC).
6. CONTRACEPTIVOS ORAIS DE PROGESTROGÉNIO
       HORMÔNIOS                 MARCA
Noretisterona 0,35mg       - Micronor
                                             - Norestin
Levonorgestrel 0,030mg   - Nortrel
Linestrenol 0,5mg             - Exluton
6. CONTRACEPTIVOS ORAIS DE PROGESTROGÉNIO
Mecanismo de acção:
- Promovem o espessamento do muco cervical, dificultando a penetração dos espermatozóides.
-Inibem a ovulação em aproximadamente
   metade dos ciclos menstruais.

6. CONTRACEPTIVOS ORAIS DE PROGESTROGÉNIO
Vantagens (lactantes e não lactantes):
- Podem ser usados a partir de seis semanas após o parto.
- Não prejudicam a quantidade e a
   qualidade do leite materno (já os contraceptivos orais combinados, podem reduzir a produção de leite);
6. CONTRACEPTIVOS ORAIS DE PROGESTROGÉNIO
Desvantagens:
Para lactantes:
 - Podem prolongar a amenorréia durante a amamentação;
 - Cefaléia ;
 - Sensibilidade mamária.
Para nao lactantes:
 - Spotting (manchas de sangue );
 - Amenorréia;
 - Fluxo menstrual abundante ou prolongado;
 - Cefaléia;
 - Sensibilidade mamária.
7. PÍLULA ABORTIVA
Definição: É um fármaco utilizado, quase exclusivamente, para produzir o aborto de embriões de poucos dias de vida.
7. PÍLULA ABORTIVA
Historia: A pílula do aborto é chamada de RU486 ou mifepristona. Foi desenvolvida na França em 1988. O Dr Georges Teusch que, com Daniel Philibert, era investigador da empresa francesa Roussel-Uclaf, daí o nome RU, uma filial da multinacional farmacêutica Hoechst. O conselheiro científico deste laboratório, Dr. Beaulieu, convenceu o então presidente do conselho de administração Dr. Sakiz a continuar o estudo da substância.
7. PÍLULA ABORTIVA
Ru486:
-Seu princípio activo é a mifepristona.
-É uma hormona sintética que bloqueia a acção da progesterona, hormona esta que é necessário para a manutenção do endométrio (revestimento interno do útero que participa na constituição da placenta) e, por conseguinte, do bom andamento da gravidez.
-Sem a progesterona o embrião é desalojado da parede do útero e expelido por meio de contracções.
O filho concebido não pode continuar o seu desenvolvimento normal porque a RU 486 impede a sua implantação no útero (nidação), ou provoca a sua expulsão do próprio útero, produzindo a sua morte.
Pode-se dizer que é uma "antiprogesterona",usada para a terminação não-cirúrgica da gravidez de até 24semanas de gestação.
7. PÍLULA ABORTIVA
A progesterona facilita a implantação do óvulo fecundado fazendo com que as células do endométrio sintetizem e armazenem glucógeno, estimulando o crescimento dos vasos sanguíneos do mesmo e facilitando o relaxamento do útero para que não haja contracções. Deste modo, aumenta a firmeza do colo do útero e fecha-o para que o embrião não possa ser expulso. Quer dizer, prepara a mãe para que o seu filho, que já começou o seu processo vital, possa continuar a desenvolver-se.
A RU- 486 tem o efeito contrário.
Se for administrada antes da implantação, do novo ser no útero impede que se efectuem as mudanças necessárias e que seja criado no endométrio o ambiente adequado para que se implante o embrião.
Se for administrada depois da implantação, bloqueia a actividade secretora do endométrio e corrói-o, produzindo o desprendimento do embrião e aumentando as contracções,
- amolece e dilata o colo do útero para tornar mais fácil a expulsão.

7. PÍLULA ABORTIVA
Mecanismo de acção:
-A mifepristona é dado com gemeprost (uma prostaglandina).
-Age directamente nas fibras do músculo uterino, neutralizando a acção da progesterona, essencial para o relaxamento da musculatura do útero, sem o qual a gravidez se torna inviável.
-Na ausência desse hormônio, o útero sofre fortes contracções, os músculos se retraem,a placenta se desloca, e o organismo acaba por expelir o feto, provocando o aborto.
7. PÍLULA ABORTIVA
Contra-indicações:
-Gravidez não confirmada;
-Suspeita de gravidez extra-uterina;
-Se houverem contra-indicações à prostaglandina;
-Antecedentes asmáticos, bronquite crónica, antecedentes cardiovasculares, hipertensão, etc.;
-Devem abster-se do tabaco e do álcool durante os dias em que estiver a ser utilizado o método abortivo
-Os riscos aumentam com a idade (problemas cardiovasculares, circulação)

7. PÍLULA ABORTIVA
Efeitos colaterais:
-Dores fortes durante 10 dias.
-Hemorragias durante uma a duas semanas
-Retenção do feto.
-Náuseas
-Problemas psicológicos.
-Efeitos teratogénicos (malformações) se a gravidez continuar.
-São conhecidos alguns casos de morte causada pela RU.
-Vómitos

8. CONCLUSÃO
Não há como classificar o melhor método ,
pois o melhor é aquele que a mulher e seu
parceiro confiam e também que não exista
contra-indicações ao seu uso.
Por isso é sempre bom saber quais são os
métodos existentes e procurar se adequar a
algum deles, sempre acompanhado de
uma orientação médica, lembrando sempre que a
prevenção é sempre melhor.

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