FÁRMACOS ANTIGOTOSOS
GOTA
Doença reumatológica,
inflamatória e metabólica geneticamente determinada, em que há aumento da
produção de purinas, traduzido por aumento de ácido úrico no sangue
(hiperuricémia);
Caracterizada
por crises intermitentes de artrite aguda devida à deposição de cristais de
urato de sódio (produto do metabolismo das purinas) no tecido sinovial das
articulações.
Foi
descrita pela primeira vez por Hipócrates no século V a.c.;
É uma
afecção comum, ocorrendo de 0,2 a 0,3/1.000 na população geral;
Sua
maior incidência ocorre entre os 30-50 anos de idade, com predomínio do sexo
masculino (95%);
No
sexo feminino ocorre geralmente após a menopausa.
Como
resultado dos depósitos de urato:
=resposta
inflamatória com activação das cininas, complemento e sistema da plasmina;
=acumulação
local de granulócitos neutrófilos:
=.fagocitose dos cristais ® metabolitos tóxicos ® lesão tecidular ® lise das células ® libertação de enzimas proteolíticos.
= Manifestações clínicas
§Artrite
inflamatória aguda muito dolorosa, localizada em 90% dos casos no dedo grande
do pé.
§Outras
articulações, tendinites
§Hiperuricémia
assintomática: só cerca de 5% dos doentes com hiperuricémia têm gota.
•Os
tofos gotosos são agregados de cristais de ácido úrico nas articulações e à
volta delas, nos tecidos moles e em vários órgãos.
Mecanismo de acção dos ANTIGOTOSOS
§Inibição
da síntese de ácido úrico (alopurinol)
§ excreção de ácido
úrico (agentes uricosúricos: probenecid, sulfimpirazona)
§Inibição
da migração dos leucócitos para as articulações (colchicina)
•Alopurinol:
Mecanismo de acção
•O Alopurinol tem estreita semelhança estrutural com a xantina, actuando como substrato da xantina oxidase.
Mecanismo de acção
•O Alopurinol tem estreita semelhança estrutural com a xantina, actuando como substrato da xantina oxidase.
•A forma oxidada do alopurinol, conhecida como aloxantina
(pró-droga), inibe a xantina oxidase, “congelando” o enzima.
.síntese de ácido
úrico através da inibição da xantina oxidase
¯ Concentração de
uratos: diminui no=Plasma, Tecidos e Urina.
-
concetração
de: Xantinas e Hipoxantinas aumenta e sao modera-damente solúveis no sangue e
podem ser filtradas pelo rim, sem deposição de cristais.
Reversão dos deposição de cristais de uratos nos
tecidos “tofos” e inibição da formação de cálculos renais
Farmacocinética
Via
de administração: Oral
Boa
absorção: tubo GI
Semi-vida:
2-3 horas
Metabolito
Aloxantina: semi-vida de 18 – 30 horas (responsável pelos efeitos
farmacológicos)
Excreção
renal: equilíbrio entre filtração glomerular e reabsorção tubular, sensível ao
probenecid
Efeitos indesejáveis
§Raros;
§Distúrbios GI;
§Reacções alérgicas
(passam c/ suspensão): rash, urticária;
§Síndrome grave
potencialmente fatal: febre, disfunção hepática e eosinofilia (ocorre mais
frequentemente em doentes com insuf renal e
dose não devidamente ajustada);
§Cefaleias, depressão
medular, neuropatia periférica transitória, artralgias, mialgias, hepatomegália
reversível e icterícia;
§Crises agudas de gota
(na fase inicial do tratamento), nefrolitíase.
Interacções
Aumento do efeito de:
§Mercaptopurina
(antineoplásico) e azatioprina (imunossupressor) por diminuição do metabolismo
destes fármacos;
§Ciclofosfamida
(antineoplásico): risco aumentado de depressão da medula óssea;
§Tiazidas:
podem aumentar a concentração no soro de aloxantina ® toxicidade do halopurinol;
§Anticoagulantes
orais (varfarina) ® inibição do metabolismo e risco de hemorragia.
Indicações
§Tratamento
a longo termo da hiperuricémia primária e secundária.
§Tratamento
de manutenção (profilaxia de novas crises)
Contra-indicações
§Crise
aguda de gota: não
deve ser administrado durante um episódio agudo de gota, visto que a ruptura da homeostasia do urato
pode agravar potencialmente ou precipitar crises agudas de artrite gotosa.
Precauções
•Insuficiência renal e hepática
•Terapêutica
concomitante com azatioprina ou mercaptopurina
•Gravidez
e lactação
•Agentes uricosúricos
§Excreção
de ácido úrico por acção directa sobre os túbulos renais.
§Exº:
Probenecid
Sulfinpirazona
Diuréticos uricosúricos (derivados do ácido etacrínico )
•Probenecid:
Farmacocinética
Semi-vida:
4-17 horas (dose dependente)
Ligação
às proteínas: 90%, principalmente à albumina
Metabolismo
hepático
Metabolitos
activos e 5-10 % excretado inalterado pelo rim.
Reacções adversas
Pouco comuns:
Cefaleias, náuseas, vómitos;
Raros: anemia
aplástica, síndrome nefrótico e necrose hepática;
Reacções de
hipersensibilidade: dermatite, prurido, febre e mais raramente anafilaxia.
Interacções medicamentosas
Interfere
com a excreção de vários agentes a nível do tubo proximal:
Pode
níveis plasmáticos e toxicidade de AINES, sulfonamidas,
dapsona, algumas quinolonas, alguns antiretrovirais, furosemida;
diminui excreção da
penicilina e outros antibióticos betalactâmicos ® utilisado para níveis plasmáticos destes antibióticos;
AAS
e pirazinamida: antagonizam os efeitos uricosúricos do probenecid.
Indicações
Gota
crónica, hiperuricémia; adjunto da penicilina e outros antibióticos
betalactâmicos
Contra-indicações
Urolitíase
ou discrasias sanguíneas;
Durante
a crise aguda de gota ou 3 semanas após esta.
Precauções
História
de úlcera péptica;
Uso
concomitante com penicilina em presença de insuficiência renal
Porfíria.
•Colchicina:
Mecanismo de acção
Mecanismo de acção
Impede a migração dos neutrófilos;
Impede a produção de glicoproteína inflamatória pelos
neutrófilos que fagocitaram os cristais de uratos.
Farmacocinética
Via
oral
Bem
absorvida pelo tracto gastrointestinal
Pico:
1 hora
Excreção:
gastrointestinal e urinária
Efeitos indesejáveis
GI: náuseas, vómitos,
dor abdominal, diarreia (dose dependente)
Doses : hemorragia GI, lesão renal
Erupções cutâneas
Anemia megaloblástica
Tratamento prolongado
® discrasias sanguíneas
Reacções severas
(geralmente associadas a doença hepática, doses elevadas ou insuf renal) ® depressão medular, neuropatia periférica, insuf
hepática
Interacções
AINES: risco de complicações GI e hemorragia;
Fenilbutazona: risco de leucopenia, trombocitopenia e depressão
medular;
Ciclofosfamida: seus
níveis aumentam;
Eritromicina: aumenta
níveis séricos e toxicidade da colchicina;
Varfarina, heparina
ou inibidores da agregação plaquetar: risco de hemorragia
GI.
Indicações
Alívio
da crise aguda;
Fase
inicial do tratamento de prevenção (profilaxia de novas crises) associada ao
alopurinol.
Contra-indicações: Insuficiência
hepática e renal
Recomendações
Não
recomendado para tratamento profiláctico;
Ajustar
a dose para evitar diarreia ou outros efeitos adversos.
Conclusões
O alopurinol é utilizado no
tratamento da gota crónica, particularmente nos casos provocados pela
degradação aumentada de purinas.
Nos
pacientes que eliminam mal o ácido úrico pelo rim podem ser usados os
uricosúricos que aumentam a excreção renal de uratos, como é o caso do probenecid.
A colchicina está indicada na crise
aguda reduzindo a resposta inflamatória à acumulação dos cristais de uratos.
Gostei, aprendi muito
ResponderEliminar