terça-feira, 29 de abril de 2014

OMA

Otite media aguda Presentation Transcript

  • 1. Octite Média Aguda ELABORADO POR: CRIZALDO ARMINDA J. BAPTISTA AGOSTO DE 2012
  • 2. Aparelho auricular - Anatomia
  • 3. Aparelho auricular - AnatomiaO aparelho auricular é constituido 3 partes: 1. Ouvido externo 2. Ouvido medio 3. Ouvido interno1. Ouvido externo:  Tem como função auditiva de receber ondas sonorasa) O pavilhão auricular:  Ajuda na captação das ondas sonoras  É constituída essencialmente por placa de cartilagem elástica coberta por uma fina camada de pele.b) O canal auditvo externo : 1. Vai desde a parte mais profunda da concha até a face externa do tímpano. 2. 1/3 externo é cartilagem elástica . 3. 2/3 internos é parte do osso temporal. 4. O canal é revestido por pele rica em pelos e glândulas sebáceas e ceruminosas produtoras de cerúmen.
  • 4. Aparelho auricular - Anatomiac) Membrana timpânica :  É de forma oval  Externamente é coberta por uma delgada camada de pele  Internamente por um epitélio simples.  É a estrutura que transmite as ondas sonoras para os ossículos do ouvido médios.  Inervação timpânica:  Face externa - nervo aurículo temporal ( ramo do NC V3) e  Face interna - nervo glossofaringeo – N. Jacobson.
  • 5. Ouvido médio2. O. médio ou caixa timpânica:  Localiza-se na espessura do osso temporal como uma cavidade que separa o tímpano da superfície óssea do ouvido interno.  Inclui a cavidade timpânica e o recesso epitimpânico (espaço superior ao tímpano).  Em sua porcao anterior se comunica com a laringe pela tuba de Eustaquio ou Auditiva.  NB: A TA encontra-se geralmente fechada mas se abre durante o acto de deglutição, permitindo assim equilibrar a pressão externa com a do ouvido médio.
  • 6. Ouvido medio – Cont.O ouvido médio é limitada por 6 paredes:  Lateral/membranácea: face interna do tímpano e latero- superiormente pela parede óssea lateral do recesso epitimpânico.  Medial/labirintica: separa o ouvido médio do interno e apresenta o Promontório da parte inicial da cóclea ( janelas Oval e Redondas).  Anterior/carótica: separa a cavidade timpânica do canal carótico, superiormente tem abertura da Tuba de Eustáquio e o canal para o músculo tensor do tímpano  Posterior/mastoidea: tem uma abertura que conecta a cavidade timpânica com as células mastóide (atrium mastoideo).  Superior/tegmental: formado pelo tegmen timpânico (lâmina fina de osso que separa a cavidade timpânica da dura-máter).  Inferior/jugular: formada por uma lâmina de osso que separa a cavidade timpânica do bulbo superior da Veia jugular interna (golfo da jugular).
  • 7. Ouvido medio – Cont.A união entre a membrana timpânica e a cóclea faz-se através de uma cadeia de três ossículos articulados formada por Martelo, Bigorna e Estribo que transmitem as vibrações mecânicas geradas no tímpano. O martelo:  Insere-se na membrana timpânica  Tem inserção no seu manúbrio (cabo) o m. Tensor do Timpano  É suprido pelo N. mandibular  Tracciona o manúbrio do martelo medialmente (para dentro) Estribo: – Insere-se na janela oval do vestíbulo – Tem inserção no seu colo o m. Tensor do estribo ou Estapédio  É suprido por um ramo do N. facial  Tracciona o colo do estribo posteriormente ( puxa o estribo para fora)
  • 8. 1. Martello 2. Legamento superiore3.Incudine 4.Legamento posteriore 5.Muscolo Stapedio 6. Staffa 7. Membranatimpanica 8. Tuba di Eustachio 9. MuscoloTensore del Timpano
  • 9. Ouvido Interno3. Ouvido interno/labirinto: Estrutura complexa formada por sacos membranosos cheios de liquido e que se encontram alojados dentro de cavidades na porção pétrea do osso temporal. 2 tipos de labirinto: 1. Labirinto ósseo:  Conjunto de cavidades e canais limitados por tecido ósseo. 2. Labirinto membranoso:  Estruturas membranosas que ocupam parcialmente as cavidades ósseas seguindo geralmente a sua forma. Encontram-se dentro dos labirintos ósseos. O espaço entre os dois labirintos é ocupado por um fluido a perilinfa. O interior dos labirintos membranosos 10é cheio de um liquido a endolinfa.
  • 10. Otite média agudaConceito:: Processo inflamatório do mucoperiósteo que reveste o ouvido médioinflamação da orelha média, independente de etiologia ou patogêneseespecíficas.Classificação:•Otite média aguda: infecção aguda no ouvido médio com início rápido dossinais e sintomas nasais;•Otite média recorrente: três episódios de otite média aguda em seis mesesou quatro episódios em 12 meses;•Otite média secretora: inflamação da orelha média em que há uma colecçãolíquida no seu espaço. Este líquido pode apresentar-se com aspecto seroso,mucoso ou purulento. A membrana timpânica está intacta.•Secreção ou efusão em orelha média: é o líquido resultante da otite médiaou de uma otite média secretora
  • 11. Epidemiologia Mais frequente em crianças  É comum em população de 6 meses a 6 anos: urbana??  Pico de incidência - 6 a  ↑↑ incidência no inverno 11 meses de idade;  No verão quase sempre  Segundo pico – 4 a 6 associado a IVAS. anos  Cerca de 60% das  Até os 2 anos de crianças escolares idade- Bilateral com IVAS evoluem  > 2 anos - com OMA Unilateral Sexo masculino +++
  • 12. Factores de Risco 2.Factores sócio-1. Factores do hospedeiro: ambientais SEXO: masculino  Creches e Berçários RAÇA: brancos, nativos  Fumador passivo americanos e aborígenes  Estação do ano - Inverno australianos  Tempo e posição da amamentação IMATURIDADE e  Chupetas DEFICIÊNCIA  Baixo nivel sócio-económico IMUNOLÓGICA: Deficiências seletivas de IgA ,IgG (em especial IgG2) levam a OMR.
  • 13. Fact. Risco – Cont. Factores Anatômicos:Hipertrofia e infecções de Adenóides Disfunção da tuba Tuba da criança ~ 13 mm Tuba do adulto ~35 mm Fendas palatina e/ou submucosaALERGIA: a relação com OMA é controversaRefluxo Gastro-esofagico
  • 14. Etiologia
  • 15. Etiologia Infecciosa Streptococcus Pneumoniae 20-40% Hem.Influenza 15-30% Moraxella catarralis 10-20%(Vírus 20%)B-lactamase 20% 50% 100%
  • 16. FisiopatogeniaVários factores estão envolvidos na fisiopatogênese das Otites Médias:1) Disfunção da Tuba Auditiva As disfunções tubáricas mais implicadas são a obstrutiva:  A obstrução da TA pode ser a) Funcional e/ou b) Mecânica
  • 17. Fisiopatologia – Cont.a) Funcional: Funcional Resulta de colapso persistente da TA como resultado do aumento da complacência da tuba e/ou mecanismo de abertura anormal da TA. Comum em crianças (suporte cartilaginoso menos desenvolvido que nos adultos). Pode resultar em alta pressão (-) culminando com aspiração da secreção nasofaríngea para o ouvido médio.
  • 18. Fisiopatologia – Cont.• A obstrução funcional persistente pode resultar em otite média com efusão estéril. Ocorre devido a:  Pressão (-),  Hipóxia ou hipercâpnia do ouvido médio, provocando transudato dos capilares da mucosa da OM.
  • 19. Fisiopatologia – Cont.b) Obstrucao Mecânica:  Intrínseca - resultado de geometria anormal ou factores murais e intraluminais que comprometam o lúmen da TA, sendo o mais comum a inflamação de etiologia infecciosa ou alérgica.  Extrínseca - resultado de aumento da pressão extra-mural, como compressão peritubárica secundária a tumor ou adenóide por exemplo.
  • 20. Fisiopat. – Cont.2. Factores imunológicos A mucosa da orelha média = sistema imune secretor da mucosa do restante do trato respiratório . Contem:  Complemento,  Imunoglobulinas (IgA, IgG, IgM, IgD),  Imunocomplexos e mediadores químicos da resposta inflamatória. Tais mediadores químicos, dependendo de predisposição individual e da magnitude da resposta podem causar danos aos tecidos, levando a um aumento da infiltração de leucócitos na mucosa do ouvido médio e prolongando a inflamação.
  • 21. Fisiopat. – Cont.3. AlergiaO papel é controverso. A resposta alérgica no mínimo predispõe o paciente à efusão do ouvido médio, já que causa congestão e obstrução da tuba auditiva.  NB: Muitos pacientes com OMA apresentam concomitante doença respiratória alérgica, como asma ou rinite alérgica.
  • 22. Fisiopat. – Cont.4. Alterações NasossinusaisA principal condição patológica associada a OM em qualquer idade é IVAS.  Na infância.  Hipertrofia adenoideana, Adenoidite e Sinusite podem ser causas mecânicas de bloqueio e de contaminação da tuba auditiva  Em adultos  Um dos factores mecânico mais importante que interfere no funcionamento da tuba são os Tumores da rinofaringe.
  • 23. Fisiopat. – Cont.5. Fatores Externos Intubação nasotraqueal ou sondagem nasogástrica prolongadas podem causar edema da rinofaringe e tuba auditiva, resultando em otite média e sinusite.
  • 24. Manifestação Clínica A OMA ‘e na maioria das vezes auto limitada que, mesmo sem tratamento, tende à cura com a restituição tissular normal do órgão.• Estágios de evoluçãoFase I - Hiperemia: A primeira alteração a ocorrer é a hiperemia da mucosa da tuba, caixa do tímpano e células mastóideas.  A luz da tuba auditiva se oclui, levando a uma alteração pressórica no ouvido médio.  Quando o processo se instala lentamente, o ar da orelha média é absorvido, gerando uma pressão negativa.  Por outro lado, a instalação rápida desta fase submete este ar a um aumento de pressão. NB: Em ambos os casos o paciente refere plenitude auricular e hipoacusia (de condução).
  • 25. Cont. A MT encontra-se hiperemiada, especialmente na periferia, na parte flácida e ao longo do cabo do martelo mas não está espessadanesta fase Pode ocorrer retração e, em certas ocasiões, diminuição do brilho. Pode haver febre e otalgia, nunca intensa nesta fase. Na criança, predomina irritabilidade,  Inapetência,  Rejeição à mamadeira e  Choro continuado.  Uma das manifestações freqüentes é o balançar da cabeça e o levar constante das mãos às orelhas, como que querendo arrancá-las.
  • 26. Fisiopat. – Cont.Fase II - Exsudação:  O aumento da permeabilidade capilar da mucosa leva à formação de um exsudato que, junto com o muco produzido por células globosas da caixa e células caliciformes, formam uma secreção sob pressão.  A MT espessa-se e torna-se abaulada e amarelada, tornando mais marcante a hipoacusia condutiva.  A reabsorção dos produtos inflamatórios pela mucosa da orelha média leva a um quadro toxêmico, com febre geralmente alta, que podem apresentar também vômitos, diarréia.
  • 27. Fisiopat. – Cont.Fase III - Supuração:• Ocorre perfuração da MT, espontaneamente ou por miringotomia, com drenagem copiosa de líquido hemorrágico ou serossanguinolento, que logo torna-se mucopurulento.• A otalgia e febre do estágio de exsudação regridem. NB: A perfuração da MT é sempre na parte tensa, sempre pequena, do tamanho suficiente para permitir a saída da secreção. Geralmente a perfuração timpânica apresenta resolução espontânea.
  • 28. Fisiopat. – Cont.Fase IV - Coalescência:  Entre 1 e 5% dos pacientes não tratados atingem este estágio.  O progressivo espessamento do mucoperiósteo leva a uma obstrução da drenagem da secreção, e o pus sob pressão inicia osteólise adjacente, levando à coalescência das células aéreas da mastóide e formação de cavidades - gênese da mastoidite , que se traduz clinicamente por abaulamento retroauricular.  Nesta fase ocorre febre e otalgia, menos intensa que no estágio de exsudação, geralmente 7 a 10 dias após o início da OMA.
  • 29. Resumindo: História de otalgia súbita Outros sinais: após estado gripal.  Pulsações auriculares A otalgia piora com a sincrônicas com os batimentos deglutição ou o assoar do cardíacos (Sinal de Scheibe)  Equivale a um empiema da caixa nariz. do tímpano. Pode ou nao ocorrer  Por vezes, microperfuração hipoacúsia de condução. pulsátil e a dor diminui à medida Sensação de plenitude que diminui-se a pressão na orelha média após perfuração da auricular. membrana timpânica.
  • 30. DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICOANAMNESE OTOSCOPIA
  • 31. Diagnóstico de OMA Na otoscopia normal, a MT está em posição neutra, é transparente, de cor pérola-acinzentada, podendo ficar hiperemiada com o choro da criança.
  • 32. Diagnóstico – Cont.Na otite média aguda, a MT está:  Hiperemiada,  Opaca,  Abaulada (é o mais importante)  Com aumento da vascularização ;  Diminuição da mobilidade da membrana timpânica.  A perfuração da membrana timpânica, quando presente, é pequena e de difícil visualização devido ao edema e presença de secreção (normalmente purulenta), que ocorre na otite média aguda supurada.
  • 33. Otite média aguda• Diagnóstico – Otoscopia •
  • 34. Diagnóstico – Cont. Na otite média secretora, a membrana timpânica (MT) está:  Retraída  Opaca ++  Com protrusão do cabo do martelo.  Quando transparente, pode-se perceber um nível líquido, nível hidroaéreo ou bolhas de ar.
  • 35. Tratamento da OMA 81% dos episódios de otite média agudacuram espontaneamente. Em alguns paises ( ex. Holanda), existe a tendência de não iniciar antibióticoterapia no momento do diagnóstico, sendo iniciada após um período de observação de 48 a 72 horas.  Objectivo: Objectivo Diminuir uso de antibióticos levando a diminuição na resistência bacteriana. Para evitar a resistência bacteriana é importante o uso judicioso de antimicrobianos.
  • 36. Idade Diagnóstico OMA correto Diagnóstico OMA duvidoso__________________________________________________________________< 6meses Antibióticos Antibióticos6 m a 2Orientações para anos Antibióticos o uso judicioso doença Antibióticos se de antibióticos no tratamento da OMA severa Observar, se não severa>2 anos Antibióticos se doença severa Observar Observar se doença não severa__________________________________________________________________ Rosenfeld RM – Evidence-based antibiotic therapy for acute otitis media. In: Recent Advances in Otitis Media. Japan 2001. American Academy of Pediatrics – Clinical Practice Guideline. Diagnosis and Management of Acute Otitis Media. March 2004
  • 37. A observação não está recomendada nos seguintes casos : Recorrência de OMA ( nos últimos 30 dias). Orientações para o uso judicioso de OMA associada a rinossinusite ou faringite estreptocócica. antibióticos no tratamento da OMA OMA em crianças sindrômicas, imunodeficientes ou com anormalidades craniofaciais. Rosenfeld RM – Evidence-based antibiotic therapy for acute otitis media. In: Recent Advances in Otitis Media. Japan 2001.
  • 38. TRATAMENTOANTIBIOTICOTERAPIA NA OMA SUPURATIVA POR 10 DIAS CRIANÇA PRIMEIRA Amoxicilina 50 mg/kg/dia 2X ESCOLHA Amoxicilina* 90mg/kg/dia 2X Sulfa-trimetropim 40mg/kg/dia 2X SEGUNDA Amoxicilina+ác. 40mg/kg/dia 3X ESCOLHA Clavulânico ou subactan 30mg/kg/dia 2X Acetil cefurixima 20-40mg/kg/dia 3X Cefaclor 8mg/kg/dia 1X Cifixima 15mg/kg/dia 2X Claritromicina TERCEIRA Clindamicina 10-30mg/kg/dia 3-4X ESCOLHA Ceftriaxone IM 50-75mg/kg/dia 1X Pacientes de risco: creche, menores de 2 anos e
  • 39. Tratamentos coadjuvantes: Vasoconstritores nasais Anti-inflamatórios (corticóide) Fluidificantes de muco Limpeza das secreções Calor local
  • 40. Tto de OMATimpanocenteseRealiza-se, sempre no quadrante ântero-inferior (QAI) da MT, para evitar lesão da cadeia ossicular no quadrante póstero-superior (QPS) e da janela redonda no quadrante pósteroinferior (QPI).  Sempre que possível, enviar a amostra da efusão para exame bacterioscópico e cultura.Indicações de timpanocentese:  Otalgia severa,  Toxemia severa,  Resposta insatisfatória ao tratamento antimicrobiano,  Presença de complicações de OMA.
  • 41. Tto de OMAMiringotomia É a incisão da MT e suas indicações são semelhantes às da timpanocentese.  Esses dois procedimentos são úteis no diagnóstico do agente etiológico e no alívio dos sintomas. Contudo, o efeito terapêutico é temporário e insuficiente, pois a perfuração tende a cicatrizar em 2 a 3 dias desde que a drenagem cesse.
  • 42. Tratamento cirúrgicoMastoidectomia simples e outros tipos de mastoidectomia são reservados para os casos em que houver complicações de OMA.
  • 43. Otite média aguda• Prevenção – Amamentação – Não alimentar deitado – Tratamento alergia respiratória – Vacina Hib
  • 44. BIBLIOGRAFIANetter, Anatomia Humana, 5a EdicaoNeves, Branco e Neves, Vitoria, Manual de Octorrinolaringologia, 1a Edicao, C.i.C, MaputoWww.wikipedia.comwww.cefac.br/library/pdfwww.emedicne.com/otites
  • 45. OBRIGADO PELAVOSSA ATENÇÃO

Sem comentários:

Enviar um comentário