Intoxicações Exógenas
Introdução
Intoxicações por
medicamentos, drogas de abuso, produtos domésticos tem apresentação relativamente recente, embora já existiam
descrições de intoxicações ou envenenamento há mais de mil anos; nessa altura
já era reconhecida como problema que afecta as urgências e cuidados intensivos.
Introdução
1952- Academia Americana de
Pediatria organiza Comissão de Prevenção de Acidentes pois na altura 50% dos
acidentes em crianças estavam relacionados com tóxicos.
1953- 1º Centro de
Informação Toxicológica em Chicago e difundiu-se pelo resto dos EUA com criação
de um série de instituições e organizações que davam assistência ao intoxicado.
Actualmente existem
centenas de centros de informação toxicológica; e desenvolveram-se nos
hospitais serviços de atendimento ao intoxicado.
Conceitos
Intoxicação:
Quadro resultante da
exposição a um tóxico.
Aguda: menos de 24hrs e dose tóxica.
Tóxico: qualquer substância química capaz de produzir alterações
estruturais ou funcionais no organismo incluindo a morte.
Antídoto substância química capaz de antagonizar os efeitos de um
tóxico no organismo.
•
Farmacocinética
Absorção
Ocular
Inalatória
Cutânea
Ingestão
Eliminação
Cutânea
Glandular
Pulmonar
Digestiva
Renal
Hepática
Manifestações Clínicas
Depende
de ׃
Fisiopatologia
de cada tóxico
Dose
absorvida
Presença
de complicações
É sempre melhor
averiguar os seguintes dados׃
ØNome da subst.
Química
ØQuant. Ingerida(num.
De cp,ml...)
ØTempo occurido desde
a intox.
ØPresença de vomitos
ØConsumo habitual de
alguns fármacos
ØExistência de outras
pessoas com mesma sintomatologia
Manisfetações Clínicas
Manifestações Resp.
Manif. Digestivas
Manif. Neurológicas
Manif. Cardio-vasculares
Manif. Musculares(fasciculações,mioclonia...)
Manif. Oculares(midriase,miose,.....)
Manif. Cutaneas(hipotermia,sudoração...)
Manifestações Respiratórias
Broncospasmo
Cianose
Edema agudo do pulmão
Hiperventilação
Hipoventilação
Manifestações digestivas
Alito específico
Naúsea e vomitos
Sialorea
Secura da boca
Dor orofaringe
Hematese
Manifestações cardiovasculares
Aritmias ventriculares
BAV e bradicardia
Taquicardia
HTA
Hipotensão arterial
Manifestações neurológicas
Agitação,delirio
Tonturas,acufeno
Convulsões
Estupor e Coma
Exames complementares
Hemograma
Glicemia
Função renal e ionograma
Função hepática
Coagulograma
Gasemetria
Urina II
ECG
Exames toxicológicos (quantitativa e qualitativa)
Rx tórax e abdómem
Tratamento
Medidas Gerais
ABC; RCP; O2, monitorização,
fluidoterapia
Eliminação do tóxico da porta de entrada impedindo nova
absorção da substância
Eliminar o tóxico absorvido
Neutralizar os efeitos produzidos pelo tóxico
Eliminação do tóxico da porta de entrada
Inalação- O2
Cutânea- despir o
doente e banho com H2O e sabão
Ocular- lavagem
ocular com abundante H2O durante 15 min
Ingestão- emesis forçada e lavagem gástica
Eliminação da porta de entrada; Ingestão
Eliminação do Tóxico absorvido
Depuração renal
Depuração extra-renal
Depuração Renal
Depuração extra-renal
Diálise peritoneal
Hemodiálise
Hemoperfusão
Hemofiltração
Plasmaforesis
Exsanguíneo transfusão
Antídoto
Reverter o quadro clínico.
Nem
todos os tóxicos tem antídotos
Alguns antídotos tem
efeitos secundários + graves que o
tóxico que se quer antagonizar.
Deve-se controlar as
complicações.
Mecanismo de acção do Antídoto
Organofosforados
Conceito
•Pesticidas conjunto de substâncias utilizados para destruir,
controlar ou prevenir a acção dos animais, vegetais ou microorganismos prejudiciais ao homem.
Classificam-se em insecticidas, herbicidas.
•
•Insecticidas subdividem-se em: organofosforados, carbamatos, organoclorados e piretroides.
•Organofosforados são derivados do ácido fosfórico que apresenta um
estrutura instável e se hidrolizam com muita rapidez,
razão pela qual não há risco de se acumular no meio ambiente.
Fisiopatologia:
Organofosforados produzem uma
inibição da acetil-colinesterase que e responsável por
destruir o acetil-colina nas sinapses nervosas.
Levando ao acúmulo de acetilcolina no receptor e portanto
excesso de manifestações colinérgicas, nicotínicas, muscarínicas, centrais e
periféricas.
A inactivação da acetilcolinesterase pelo organofosforado resulta de uma fosforilação que é um processo
reversível, existindo um momento em que a colinesterase se reactiva de novo, tal reactivação depende do tipo de organofosforado envolvido.
Manifestações
clínicas
Tipo
organofosforado,
via
de entrada
Dose
susceptibilidade
individual.
Manifestações clínicas
Evolução
Sindrome
intermédio: é posterior aos
efeitos agudos (24-46 da crise colinérgica), produz debilidade muscular
proximal, flexores do pescoço e respiratórios, paralisia dos nervos craneanos.
Não deixam sequelas e duram 5 a 20 dias.
Neuropatia
retardada: patogenia não depende
da inibicão das colinesterase mas da
inibição da estearase neuropática enzima axional e pelo aumento do Ca
intracelular pela alteração da calciocalmodelinaquinase II.
Ocorre cerca de 1 a 3 semanas e pode
deixar sequelas 6 a 18 meses com persistência e paralisia.
Diagnóstico
Exame
objectivo
Determinação
da colinesterase plasmática, eritrocitária (++) e hepática
Tratamento
Medidas
de suporte geral
Descontaminação
do paciente
retirar todas roupas
Oxigenoterapia
lavagem gástrica
carvão activado
Controlar convulsões com diazepam (fenotiazinas ++ efeito
de organofosforados)
Observar paciente ate 48hr da última dose de atropina.
Antídoto
Atropina
Restaura a colinesterase . Atropinização:Midríase, febre, íleo, secura da pele e
mucosas
•Ligeira 2mg IV 15/15 min
•Moderada 3-4mg 15/15min EV
•Grave 5-6 mg 15/15 min
•Continua com metade da
dose total utilizada 24hrs até ao máximo 3dias.
•
•0.02-0.08mg/kg + soro
fisiológico em infusão contínua ou em bolos entre 24 a 72hrs.
Pralidoxima:
Coadjuvante da atropinização. Melhora as
fasciculações e NC
Moderadas e Graves.
1-2gr+100 ml SF em 1hr. Se necessário
mais 1 a 2 doses no intervalo de 8-12hrs.
ÁLCOOL
Conceito/ fisiopatologia
Metanol ou álcool
metílico (CH3OH) uso habitual na indústria, laboratórios, uso clandestino em
bebidas alcoólicas.
Dose mínima letal 30ml
metanol puro.
Metabolizado no fígado.
Metanol → álcool desidrogenase → formaldeido →
aldeido+ácido fórmico
Oxidação do ácido fórmico → etanol+água
Manifestações Clínicas
Analítica
Acidose com bicarbonato baixo
Acidose láctica
↑ hematócrito
Hiperamilasemia
↑ intervalo aniônico, osmolar
Diagnóstico- determinação plasmática
Tratamento
Medidas
gerais
Lavagem gástrica
Evitar edema cerebral
Prevenir lesão ocular com folinato cálcico
50mg 6/6EV no soro dextrose vários dias
Antídoto:
etanol e 4 Metilpirazol ou Fomepizol
Alcalinização
Hemodiálise
Etanol
Bloqueia a formação de
formaldeido e ácido fórmico, responsáveis pela toxicidade.
100-150mg diluido VO com
água até 20-30% e EV dextrose 5% até 5 a
10%
Dose
de ataque: 1ml/kg álcool etílico absoluto VO; EV numa veia central em 15min
Manutenção: álcool
etílico absoluto 0.16ml/kg/h continuar até metanol 20mg ou Ph>7.3 sem uso de
bicarbonato. Em caso de hemodiálise duplicar a dose 0.3-0.4 ml/Kg/h
4 Metilpirazol ou Fomepizol
Inibe competitivamente a enzima álcool desidrogenase;
Vantagens: não ↑
sedação, < risco de hipoglicemia, < excesso de líquido e de fácil manejo.
Desvantagem é o
preço.
Dose de ataque: 15mg/Kg seguido de 10mg 12/12 até 4 vezes
Alcalinização
Bicarbonato de Na melhora a acidose metabólica e evita a
formação do ácido fólico. HCO3> 18meq/L
Hemodiálise
Faz a depuração do metanol e metabólitos, indicado na
I.renal, diminuição NC
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