segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Pancreatite aguda e crónica

Pancreatite aguda e crónica


Definição :
  Inflamação aguda da glândula pancreática que pode ir desde o edema até a necrose pancreática ou peri pancreática
 
Causas :
  Litíase biliar – 30 - 60 %
    Álcool – 15 - 30 %
  Outras - 10 %
  Idiopáticas - 10 %

uQuadro Clinico
uDOR
usintoma cardinal, raramente ausente.
uapresentação polimórfica:
uintensa, continua, súbita.
uReferida no epigástrio,  irradiação  para   hipocôndrio esquerdo e ou ombro ou costas
uPaciente assume a posição de prece maometana
uNaúseas e vómitos - freqüentes
uDiminuição ou ausencia de eliminação de gases e fezes:
uDispnéia
uFácies de sofrimento, sudorético

uQuadro clínico
Sinais sistémicos ( formas severas )
uTaquicárdia, palidez, hipotensão, febrícula, alteração da consciência
uIcterícia
uCianose
uSinal de Cullen (peri umbilical)
uSinal de Gray-Turner (Flancos)

Diagnóstico- Exame Físico
u
uInspeção:
udistensão abdominal
uAuscultação:
uruídos intestinais - diminuídos ou ausentes
uPalpação:
ugeralmente flácido, sem defesa, muitas vezes não existindo correlação com o estado geral grave.
upode ocorrer defesa e rigidez da parede
ufreqüentemente existe massa dolorosa, imprecisa no epigástrio

Diagnóstico- Laboratório
Lipase sérica:
mantém-se elevada por mais tempoumais específicaTambém pode  estar elevada ucâncer do pâncreas, obstrução  intestinalperfuração intestinal, uso de opiáceos, após CPRE
uAmilase e lipase urinárias
udiminuição do cálcio  sérico
uhiperglicémia
ubilirrubinas=levemente aumentadas em 50%
aumentos importantes: coledocolitíase


uDiagnóstico- Laboratório
uSinais acompanhantes: leucocitose, anemia, trombocitopénia, PCR elevada.
uECG  -alterações    isquêmicas:   inversäo   da   onda    t    e infradesnivelamento de st (fugazes)
uCreatinina, Na, K e Mg
 
uExames necessários para estabelecer critérios de Ranson e APACHE II
uHemograma
uGlicemia
uLDH, AST (TGO)
uUréia, Creatinina
uGasometria arterial
uHipóxia, creatinina elevada ( sinais de mau  prognóstico)

uDiagnóstico - Exames Morfológicos
uRX de tórax:
uderrames pleurais (+ a esq.)
u elevação da cúpula diafragmática esq.
uRX simples de abdome alça sentinela
udilataçäo  do  cólon  transverso 
uimagens radiopacas no territorio da vesicula biliar
uCalcificações na projeção do pâncreas
uEcografia Abdominal
uTAC ( 48 h após episódio inicial)
uDiagnóstico -resumo

uRELAÇÃO DO SCORE DE RANSON COM A MORTALIDADE

uComplicações
uQuistos necróticos ou pseudoquistos
u
uSuperinfecções
u
uHemorragias ( intraperitoneais, hematúria, derrames pleurais, hemorragia digestiva, hematomas diversos)
u
uFístulas pancreáticas( estômago, duodeno, cólon)
u
uFalência multi-orgânica e choque
 
Tratamento
Na maioria dos casos e autolimitada 85-90%
Hidratacao ev (lactato de ringer) ou oral
Antibioticos se houver infeccao extrapancreatica, necrose infectada
Na pancreatite leve alimentacao oral pode ser iniciada precocemente se o paciente tolera.
Nutricao enteral esta recomendada para previnir infeccoes.
Dor  (AINES, OPIOIDES, TRAMADOL, AAS) Nao dar morfina

Cirurgia
CPRE


Pancreatite Crónica
 Definição
Podem tb ser chamadas crónicas recidivantes É frequentemente caracterizada por acessos recorrentes de dor abdominal, evolução progressiva das lesões do parenquima pancreático ( exócrino e ductos) com as respectivas consequencias
uNo inicio são diagnosticadas como acessos de P.A
uPodem evoluir para a cancerização
uEvoluem com formação de cálculos proteíno-cálcicos que se dessiminam no sistema excretor da glândula
 
 
Causas

Álcool – 80-90% dos casos
Outras :
  Hiperparatiroidismo
  Familiares ( associadas a mucoviscidose ligeira), Formas tropicais ( associadas à malnutição proteíno-calórica)
  Pós radioterapia, auto imunes
  Desconhecidas ( 10-20%)
Clínica
Dor- progressiva atingindo o seu máximo em algumas horas, evolue por crises, epigástrica, trasfixiante, irradiando para os flancos e dorso. Acompanha-se de uma inibição respiratória
Emagrecimento
Anorexia
Icterícia ( suspeitar quisto)
Alteração do trânsito intestinal ( esteatorreia)
Exame abdominal ( pode haver uma massa, sinais de compressão da v.esplénica , esplenomegália) atenção diag. difer. com cancer)
Diagnóstico
Associação de dor recorrente, hiperamilasémia ou lipase e hiperglicémia fugaz ( 24, 48 e 72 h)
Esteatorreia

Exames morfológicos: Eco abdominal, TAC, Eco-endoscopia, CPRE(Sensibilidad 68-100%  e  Especificidad 89-100%)

Prova de estimulacao com secretina (Sensibilidad e especificidad 75-95%.)

Complicações
Pseudoquistos necróticos, pseudoquistos retencionais ( por distensão do canal)
Estenoses do coléduco ( colestases com ou sem icterícia)
Diabetes, frequentemente insulino dependente
Malabsorção, de gorduras mas tb de vitaminas, magnésio e cálcio
Hemorragias digestivas ( HTP segmentar- território da esplénica)
Derrames ( pleural, ascite) por roptura ou fístula
 
Tratamento
uMédico
uAbstinência alcoolica
uRedução das gorduras
uRegime rico proteínas ( 80 a 110 gr /dia )
uExtactos pancreaticos
uAntálgicos durante o período de dor
uInsulina ( regime e anti diabéticos orais são pouco eficazes)

Técnicas Instrumentais não cirúrgicas:
Drenagem de quistos (percutânea ou endoscópica )
Descompressão do canal com pose de prótese
Cirúrgico
Anastomose ileal, descompressao do ducto, derivações bilio-digestivas

Sem comentários:

Enviar um comentário